terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Que Restou

Durante toda minha vida, até conhecê-la, escolhi a dedo os amores que deixaria entrar, contudo, estranhamente com ela, foi um caso a parte, uma obra de arte. Veja bem, sempre gostei de ser o protagonista do romance, o mocinho e vilão, o malandro e mané, que, acima de tudo, no amor tinha fé, e que quando finalmente o alcançasse, seria graças a conquista que eu arquitetasse. Pois bem, com ela foi bem diferente e, aparentemente, foi essa vertente, que me deixou mais contente, sem notar ainda, que ela me manteria em carcere.

Pela primeira vez eu era cativo. Sim, cativo porque ela quem me cativou. Ela que me filmou, desenhou e planejou. Ela veio sabendo de tudo um pouco, dizendo que não tinha problema eu ser meio louco, que gostava do jeito que eu era. E aí, seguindo a premissa que tinha na época, de se derramar, eu acabei deixando ela entrar e ronronar, como uma felina entre passarinhos, como uma predadora que se acomoda num ninho.

Sim ela era uma estranha no ninho, até então, todas que haviam feito parte do meu caminho, eram pacientes e leves, mas ela não, era carregada e breve, como se mesmo todos meus poemas, jamais pudessem diluir os seus problemas. Sim, ela dizia que eu era solução, entretanto, a verdade é que eu estava mais pra solvente, um remédio pra curar a dor pungente, dos amores que a fizeram ter um coração tão doente. Só que, como previsto, eu não fui capaz de tanto, eu curei sim, tanto dos seus prantos, porém, as camadas mais internas me foram vetadas, porque ela, apesar de jurar, nunca acreditou que eu era o príncipe de seu conto de fadas, e mesmo assim, eu tentei o que podia, tentei trazer um pouco de alegria ao seu dia-a-dia.
E foi bem legal tentar, mesmo que não fosse pra eternizar. Durante todo o trajeto eu sentia um pesar, que ela não ia se deixar levar, que ela tinha seu próprio pesar, e não cabia a mim tentar carregar, que pena! Ela tinha concepções muito fortes do mundo e mesmo me deixando mergulhar tão fundo, eu só pude ser expectador de sua dor, só pude ser mais uma passageiro.

A passagem que deveria ser eterna, findar-se-ou. Durante tanto tempo a gente tentou, até que tivemos a sobriedade de admitir que não era pra ser e aí não foi. O que restou foi um bom sentimento e tantos textos e versos ao vento. O que restou foi um carinho imenso e a certeza que, apesar das lembranças ruins, existem o dobro de memórias boas em mim. O que restou foi a sensação boa, que ela é uma excelente pessoa. O que restou foi a conclusão que, com tudo que tivemos a dois, amor não foi.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

És

A terra firme em meus pés,
O fogo que arde a pele,
A maior volúpia é o que és,
Uma incerteza cruel,
Olhos cor de, lábios de mel.

Só tu tens esse tom,
Que ousadia vem com,
Um riso provocador,
Atrai, extrai, retrai,
És uma tormenta camuflada,
Um pecado desenhado como flor.

A água que mata a sede,
O ar que me enche os pulmões,
És um calabouço sem paredes,
Uma arapuca disfarçada de arte,
Quase um erro desejar-te.

Não lamento tê-lo feito,
Gosto desse efeito,
Aceito o risco de perder,
Sou, vou, estou,
Disposto a enlouquecer,
Já que és âncora bordada.

És um desejo seguro,
Firme e forte na decisão,
Porque não é qualquer coração,
Que há de roubar seu futuro,
Há de ser uns risos no olhar,
E isso, pra ti, eu tenho a sobrar.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Valsar

Eu quero você. O simples querer. Não é posse, não numa única dose, quero você aqui, pra me fazer sorrir, pra não me sentir sozinho novamente, pra me fazer mais parecido com oque tenho escrito sobre mim.

Não precisa de ensaio não. Quero sentir você ao meu lado, mesmo que as coisas deem errado. Gosto do seu cheiro, do hálito, do riso abobado. Podemos formar um bom par, daqueles de fazer todo mundo parar pra olhar a nossa valsa boa de admirar.
Podemos valsar sob o chão, podemos dançar no seu coração, porque eu sei que independente da opção, você nunca experimentou algo assim, e nós já comentamos sobre isso, entre tantos risos divertidos trocados, roubados, que alguns poderiam chamar de apaixonados, mas nós não, temos essa boa concepção, que não adianta colocar rótulos nessa boa sensação, que quanto mais simples for, mais fácil será de aproveitar.

Quero você pra valsar, quero você dançando, no olhar ao me captar, num beijo que vou roubar, em tantos passos chapados rumo ao paraíso, numa noite toda que também pode ser de dia, numa situação em que eu não me importe de admitir o quanto quero você, porque sabemos que eu não deveria falar isso assim, afinal você pode ter uma percepção errada sobre mim.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Maldito Sortudo

Sombras não são as únicas a tentarem tomar o lugar que você deixou, provavelmente porque minha mente ainda está preocupada com o vazio, já que, alguma parte de mim ainda associa sua presença ao frio. E destruir essa imagem é revisitar seu sorriso, uma perda de tempo, um trabalho de deslegitimizar um amor que por mais que não goste de ter sentido, faz parte da vida que tenho vivido. A melhor solução foi mesmo alocar um alguém pro lugar que não parecia lhe fazer bem e você e todos os outros podem pensar que eu fui rápida demais, ou que premeditei tudo isso, contudo, a verdade é que apenas quis pular os episódios dolorosos que já havia visitado anteriormente.
Se conseguiu sorrir por si só, é realmente um sortudo, porque a maioria das pessoas, assim como eu, quando imersos numa perda, ficam com os pulmões danificados, como se respirar após ter o coração partido, fosse algo extremamente dolorido, como se levantar da cama pra seguir em frente, fosse uma batalha incoerente. Se eu tivesse me deixado afogar, provavelmente iria querer gritar, mas a voz não pareceria funcionar, só os canais lacrimais iriam estar prontos pra operar, e a posição fetal era a que menos incomodaria. Seriam dias ruins, dias a serem superados, dias a serem deixados de lado, desde que me jogasse num caminho errado. Colecionando nomes de amantes que não mereceriam nem mesmo serem citados. Entende então por que preferia não seguir por esse lado?

Nós fomos imprudentes, abusamos do ideal da juventude selvagem, perseguindo visões deturpadas dos nossos futuros mágicos, pois sabíamos que nada seria como dizíamos que ia ser, mesmo assim fizemos planos, tantos, e o que sobraram deles foram amargura, aos prantos, por tudo que não pudemos cumprir. Hoje posso revelar a verdade que assassinamos tantas possibilidades, só por criá-las sem nem um pingo de responsabilidade ou veracidade, apenas pelo desejo de uma irreal felicidade.

Soube que você anda por aí, perseguindo ideais mais absurdos do que o que costumávamos almejar, e só posso lhe deixar o meu pesar, já que, você, muito provavelmente, tem tanto ainda por sangrar, até admitir que a vida é pior do que parece ser. Porque a maioria dos nossos sentimentos, mesmo mortos e tendo ido embora, ainda me fazem pensar que você deveria parar agora. Acabar com essa mania de sorrir a toda hora, por favor, pare. Eu odeio saber que você ainda tem tanto daquele que amei com tanta intensidade. Nós quebramos um ao outro, então por favor, cresça e vá em frente, não seja aquele idiota sorridente que me fez tão feliz.

Você não sabe, contudo, mesmo estando onde estou, realizando todos os pontos sãos pra me adequar a sociedade, ainda assim, sou apenas uma silhueta perdida. Um rosto sem vida que você logo esquecerá. Mesmo sem querer admitir, às vezes deixo meus olhos umedecerem ao visitar as palavras que você me dedicou, deixando minha cabeça digerir o que você partiu no meu peito, buscando o pungente efeito que você me deu ao começar a arruinar o que parecíamos partilhar.

Se você consegue seguir só por seu caminho, então é um maldito sortudo, porque a maioria das pessoas precisa de alguém pra seguir adiante. Precisa de alguém pra distrair o coração das saudades que sentem dos amores anteriores. E sim, ainda sinto falta de você, mesmo sabendo que nós dois já não eramos mais pra ser.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sabor

A sensação lasciva começava no olhar, quando ao vislumbrar a silhueta, seus lábios já conseguiam o sabor dela parecer provar. Era uma fração de segundos, antes dos olhos fechar, antes dos lábios roubar, antes da luxúria se liberar. A porta raramente era fechada antes de ele tomá-la pra si. A nuca se eriçava à sua respiração, um gemido no seu ouvido pra lhe aumentar o tesão, com uma perna ele encostava a porta, com uma manobra um pouco torta, ela trancava a entrada para ficarem em paz.

Nenhuma palavra era trocada, eles se equilibravam, atracados, tentando desviar dos objetos nos cômodos que não eram o quarto. Não havia exatamente um ritual, mas, basicamente, ele a erguia para si com uma facilidade que ainda a surpreendia. Talvez fosse a excitação, muito provavelmente era a falta de qualquer hesitação, é só que ele conseguia facilmente içá-la do chão, e num movimento quase ensaiado, o corpo dela, no dele era encaixado.

Arfar. Ela gostava de sentir deixar levar. Respiração acelerada, vontade transbordada. A camisa dele poderia ser rasgada, contanto que ela pudesse, o mais breve possível, saborear cada pedaço que conseguisse abocanhar da pele dele.

Era o barulho de protesto das molas da cama, que os fazia interromper, momentaneamente, toda a vontade que já podia ser contida. Eles se encaravam, gargalhavam, e em algumas vezes até comentavam, mas rapidamente, o encarar de olhar, os lábios longe, sem se roçar, fazia-os esquecer o que quer que fossem conversar.

A partir daí era cada um por si, e todos por uma resposta só: um prazer que fazia o corpo dos dois se encaixar no melhor nó. Beijos pelas peles suadas, línguas misturadas na tentativa de aplacar uma vontade que não podia ser mensurada. As últimas peças voavam pra longe, quando ele fazia questão de imobilizá-la.

Era o sabor dela que o deixava louco. E ele sabia que deveria aproveitar aos poucos. Deixava seus lábios começarem pelo pescoço, vira e mexe acabam nas línguas dela. Usava os dentes para morder cada detalhe que pudesse eriçar. Usava a barba pra arrepiar. Ela suspirava, arfava, gemia. Ele não podia conter sua euforia. Depois de permanecer por um bom tempo no busto, provocava lentamente em todo o caminho que levava até o alvo. Quando finalmente chegava, sua língua estava ensopada. Ele não sabia dizer se vinha dele ou dela, não importava, o sabor dali era algo que sua mente acabava. Enquanto estava ali, não havia outro pensamento, havia um animal, pronto pra ser acionado, assim que fosse chamado. E ela chamava. Logo depois de se contorcer de prazer, logo depois do corpo todo se estremecer ao toque dele. Quando finalmente entrava, a luxúria em muito já havia sido superada.
Posições diferentes, toques fortes, sutis, desalinhados, independentes. Eles iam dançando, encaixando, sorrindo, gozando. O prazer em si não era o resultado e sim toda a trajetória e quando paravam, finalmente paravam, exaustos, exauridos, se encaravam, gargalhavam.

Ele lambia o lábio, ela ria sem jeito e olhava pro teto. Um carinho com ternura, um aviso que aquele prazer era apenas uma parcela de toda a usura, que ainda teriam de pagar em outras noites futuras. Que bom então, afinal, o sabor dela era descomunal. Quem bom então, até porque, eles se entendiam muito bem obrigado.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Moça de Samba

Eu quero um frevo,
Que fanfarre assim,
Feito só pra mim,
Quero frevar,
Porque de carnaval eu sou,
E o ano todo passou,
Pra ladeiras eu pintar de amor.

Lá vem a moça de samba,
Com um olhar tão forte,
Que eu agradeço pela sorte,
De ela deixar tão bamba,
Minha risada e meu peito,
Já que lhes é causa e efeito.

Ela parece decidida,
A me hipnotizar,
Com essa troca de olhar,
Quase que escondida,
Que é pra ninguém reparar,
Como ela gosta de me conquistar.

E com o primeiro dia,
Ela também se vai,
Quatro dias ainda tem,
A cerveja me cria uma paz,
Fazendo-me sorriso e além,
Porque não há problema,
Se a moça se despede com desdém.

É com euforia,
Que meu sorriso sai,
Quando ela me vem,
E com um beijo desfaz,
Toda dúvida que meu peito tem,
E me cria um dilema,
Se meu carnaval é ela e mais ninguém.

Eu quero um frevo,
Eterno pra mim,
Pro carnaval não ter fim,
Quero ladeira pular,
Porque um fevereiro eu sou,
E é com essa moça que vou,
Escrever nas ladeiras nosso amor.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Desatar

Você é minha fraqueza, com esse sorriso tóxico, olhar cheio de volúpia que me faz toda incerteza. É um encontro entre o amor que não mais creio ter e um erro que gosto de cometer, você colore a parte mais incolor da minha alma, parece saber como desatar alguns nós em mim que eu nem sabia que existiam.

Cada vez que lembro dos nossos momentos, tenho essa sensação que em você eu me perco. Quando você me tira do chão com tanta facilidade, quando me embalada num beijo cheio de voracidade, quando me despe sem nenhum suavidade, você me domina de uma forma, que quando vai embora, meu corpo todo reclama, como se sem seu toque eu estivesse entre o inferno e suas chamas.

Você é meu vício, com um beijo delicioso que deveria ser proibido. Quando sou tomada por você, lhe inalo e expiro buscando folego para não desmaiar, buscando forças pra não me deixar tão facilmente me entregar. Eu espero o nosso encontro, como a última cerveja da geladeira, depois de uma semana inteira.
Normalmente eu diria que você é todo um problema, entretanto, sempre que leio um de seus poemas, escuto uma das tantas músicas que você me enviou, sou forçada a admitir que você, facilmente, me conquistou. Nunca foi assim com ninguém, só com você eu não consigo resistir, é um poder natural que você tem sobre mim.

Você é meu, e eu sei que essa é a maior mentira que eu poderia me contar, contudo, é um pensamento que não consigo afastar. É seu olhar, às vezes zarolho, seus cabelos, poucas vezes organizados, seu sorriso, que tantas vezes tem me encantado, seu aroma, todas as vezes tem me enebriado... Seria loucura fingir que eu não anseio pelo seu sabor. Não gosto de admitir, mas sob seu encanto, largo todas as minhas armas, relaxo todas as minhas amarras e me deixo desatar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Volver

Para chegarmos lá,
Precisamos saber o que há
Quando, onde e como,
Depende do que já somos,
Você sabe o que será dito.

Três palavras poucas,
Quando reunidas soam roucas,
Envolvem sensações tão loucas,
Contudo, é o que fazem viver,
O bom conteúdo, alegria, volver.

Nós dissemos anteriormente,
Pra pessoas diferentes,
Dissemos porque teve de ser,
E não foi como deveria ser,
Deveria ter sido infinito.

Sobre isso não há dialogar,
Você não tem o que falar,
Mas eu ainda posso ouvir,
Não posso sentir,
Tudo que você sentiu antes,
Posso apenas sorrir,
Garantindo que eu sou eu,
Nada igual ao que você já viveu.

Tem sido tempo o bastante,
Desde que você me olhou assim,
Como se me conhecesse,
Como se me entendesse,
E todas as coisas que pra mim,
Não seriam expostas tão fácil assim.

Juntos, pra ser,
Separados, pra ter,
Assuntos, de escrever,
Apaixonados, volver,
É o que podemos viver.

Não sei se será de todo bom,
Nem se será de eternidade,
Mas garanto que será sorriso com,
Porque essa sua personalidade,
Já me coloca tantos no rosto,
E faço questão de esbanjá-los com gosto.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Liquidificador

Um pulsar. Era pra limpar os resquícios que ficaram de vivências anteriores, mas eu aprendi que esse botão era o melhor pra tornar tudo mais prático. Você veio assim. Pulsando. Triturando o gelo. Mudando a forma como eu batia os sentimentos. Uma noite e bastou pra tudo mudar. Seu sabor. Como poderia ter esse sabor tão bom?

O luar que entra pelas cortinas abertas pra afastar um pouco do nosso calor, fez uma luz refletir no vazio da cama que você deixou quando levantou. Você se move esguia, quase em sintonia, com as sombras do quarto, como se respirar fosse fácil depois de tanto ofegar em conjunto comigo. Se alguém acreditasse no que eu vi e senti, eles estariam tão apaixonados por você quanto eu estou agora.

Todos os dias eu aprendo um pouco mais dos seus detalhes, dos seus trejeitos que vou tatuando no meu peito, das coisas que ninguém mais vê, e apesar de ser tão cedo, não faço segredo que sim, você fez um liquidificador dentro de mim.
Existem tantas palavras não ditas, algumas bonitas, outras perdidas, quiça infinitas, na plenitude de tentar contemplar toda sua graça, mas elas foram trancadas, numa devoção silenciosa, e espero que você entenda o que quero dizer com isso. O fim é desconhecido, mas estou pronto pro próximo passo, desde que você esteja comigo. Se alguém acreditasse no que eu vejo e sinto, eles estariam tão apaixonados quanto eu fiquei sem demora.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Um Brinde A Sua Percebida

Não faz diferença se você vai ficar em pé, dançar ou sentar, em todas as escolhas, vou brindar e agradecer por você ter aparecido aqui, porque em todas essas escolhas suas, terminam me deixando em apuros, terminam me deixando com um sorriso. Parece que não, porém isso que vivemos não nos é uma novidade, então, tenho certeza que você já viveu esse deleite com outro alguém, e eu também, já conheci outras pessoas que me fizeram bem, e aqui estamos nós, num mundo lotado, e mesmo assim meio que a sós, trocando olhares que dizem tanto, mesmo sem dizer nada.

Eu sei que no Havaí, Bali e Noronha, lugares que nunca fui, mas que meu subconsciente em algumas noites ainda sonha, estão lá, me esperando, sendo abençoados pelo mar, e eu estou aqui, pensando que há algo especial pra mim, porque é num desses lugares que quero lhe levar, ou, na verdade, alguém que eu possa brindar de tudo um pouco, sobre sucesso, tristezas, falhas e desejos loucos. Estes são lugares que eu irei, pode ter certeza, com tudo dando certo ou errado, é lá onde você vai me encontrar se nossos destinos decidirem por ficar separados.

Eu já estou na minha jornada, e como lhe disse, ou ainda vou dizer, cada um tem sua trajetória, às vezes a gente encontra alguém que siga uma parte do caminho, às vezes temos de seguir sozinhos, entretanto, independente da parte em que eu esteja, vou contar as estrelas no céu, vou recortá-las e colá-las na parede, riscá-las no braço, sei lá, vou mantê-las guardadas de alguma forma, porque vão ser um pedaço da alegria que a gente pode partilhar.
Hoje eu brindo a você, não por ser algo fenomenal, não por termos sequer algo especial, apenas pelo sorriso que você me fez. Sim sou tão grato por isso, por você ter me encarado e, mesmo que sem jeito, exibido aquele sorriso semi-perfeito. Um brinde a isso, e a todas as outras coisas boas da vida. Um brinde a sua percebida. Um brinde a nossos olhares perdidos não terem sido em vão. Um brinde aos nossos bons corações.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

De Segunda

Seus olhos, turvos,
Encaram os meus,
Seus lábios, curvos,
De graça, quase ateus,
Não creem em nada,
Além do que são,
E como o são.

Eu me seguro,
Não penso no futuro,
Apenas estou enfadada,
Do que dizem pra eu ir,
Do que dizem preu sorrir,
De você não estar aqui,
Onde você foi?

Não deveria ter depois,
Eu sei, sempre foi assim,
Mas eu queria nós dois,
Ainda lhe quero em mim,
Dentro, fora, antes, agora,
Ligado, rindo, falando,
Simples e me encantando.

Contudo sumimos,
Eu encontrei uma maneira,
Olhar apenas o dia presente,
E é como se não tivesse vida,
Como se, após sua partida,
Ainda fosse segunda-feira.

O amor não deveria ser morrer,
O amor não deveria ser segunda,
O amor não era pra ser dor profunda,
O amor era pra enriquecer,
O nosso amor era eu e você,
Era de alegrar, de espairecer,
Era de dançar, de se manter.

Seus olhos, tão castanhos,
Encaram os meus,
Seus lábios, tão estranhos,
Distante, quase ateus,
Não dizem nada,
Exceto o que são,
Que não querem meu coração.

Às vezes queria lhe encontrar,
Porém não há palavras para chamar,
Hoje a noite chora, você nem desconfia,
O que nos resta agora, nem é nostalgia,
É um sentimento derradeiro,
Tão ou mais desnecessário,
Como uma segunda-feira em janeiro.

É, eu tive que desistir,
Aprendi a lhe deixar ir,
Entendi como voltar a sorrir,
E ainda estou aqui, porque sim,
Ainda busco o amor no fim.

O amor que virá não há de morrer,
O amor que virá não ficará na segunda,
O amor que virá já me inunda,
O amor que chega vai me enlouquecer,
Diferente do que havia entre eu e você,
Será de dançar, de se fazer valer,
Será de alegrar, e há de se manter.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ondulação

Sim, eu sei que há um mar em você, não precisa tentar controlá-lo, não precisa querer explorá-lo, apenas aproveite a ondulação.

Pode parecer que não, porém, aos poucos, na minha medida, e no meu tempo, estou lhe enviando uns sinais, e não se tratam apenas dos que você insiste em beijar pelo meu corpo, são trejeitos meus, sorrisos, olhares, que nem mesmo eu, sei como vão ser e o que significam. Penso que são como um farol em meio a uma neblina: estão lhe orientando e brilhando pra que você saiba que é seguro vir até aqui. O problema é que eu sou tão inconstante quanto o vento, e aí, no meio do seu trajeto, eu mudo de ideia, tenho vontade de me esconder, porque é assim eu sou: imprevisível, quiçá pouco crível. Sigo nesse fluxo que ninguém sabe onde vai dar, apenas onde a minha vontade me guiar e assim vou lhe trazendo aos pouquinhos, logo, ao invés de tentar adivinhar, porque não aproveita o navegar?

Você não percebeu ainda, entretanto, nessa sua vontade de querer o mundo abraçar, não notou que está me trazendo de volta a vida, que está revivendo um coração enterrado e totalmente realizado. Eu tenho medo pelo que há de vir, tenho medo por tudo que você me faz sorrir, às vezes estou tranquila, e, subitamente, estou mergulhando em você! Não posso me afogar, então apago a luz que estava emitindo pra lhe iluminar, pra lhe guiar até mim porque... Bem porque você já sabe essa resposta! Ou talvez não, eu vivo mudando de opinião, lembra?
É que talvez eu seja como as ondas do mar mesmo. Você até consegue sentir o roçar em seus pés, mas vou embora quando você tenta me alcançar, é a minha maré, minha ondulação, não tem nada a ver com você não. Eu espero, ou melhor, eu não espero nada, porque assim você me ensinou a fazer, a não ter expectativa nenhuma, bem, eu não sei então como dizer, apenas penso que gosto de você, do que a gente tem, porém não posso ir além e espero que fique tudo bem, porque você é um alguém, que, pra agora, não gostaria de viver sem.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Boa Incerteza

Não é como se eu estivesse à procura, ou à espera, mas, de alguma foram eu tenho essa incerteza, que, em breve, alguém de aura leve, vai surgir pra mim, pra mais sorrisos me permitir. É incerteza, porque não há nada certo nessa vida, nem o ponto de partida, nem o ponto de despedida, todavia, acredito que ela há de ser de ficar por um bom tempo, de ficar no tempo que lhe faça mais que momento, que nos faça um bom sentimento.

Ela pode ser de aproveitar o destino, ou apenas a jornada, pode ser de gostar de correr descalça na estrada, ou ter medo de descer da calçada, pode ser apenas de gostar de deixar na areia a sua pegada, contanto que tenha alma levada e lavada, ela poderá retrucar sobre minha fala atrapalhada sempre que eu interromper um longo discurso apenas pra ficar encantado, encarando seus sorriso pelo qual serei tão apaixonado.

As pessoas temem mergulhar adiante, porque o futuro, apesar de sua imprecisão, pode terminar com um perder, mas se você não se arriscar, não entendo pra quê inventou de tentar viver. Tinha um professor meu que dizia: "o mais difícil é você sair da cama", então, se já se levantou, por que não deixar a maré roçar os pés? Né nem questão de fé, é apenas do que você é, e estando vivo, você pode se fazer protagonista de um livro, acho que esse é o meu motivo pra buscar por aí, tantos motivos pra sorrir, é por isso que gosto de aparecer e sumir, de me fazer ondas de mar, de me fazer arriscar numa boa incerteza, tão cheia de beleza.

Não faço ideia do que está por vir, nem quem é você que se esconde na próxima esquina da minha vida, contudo, já estou por aqui, vivendo o presente, porque foi o melhor tempo que me foi dado. Existe arrependimento sim, e a vontade de planejar pro ainda está por vir, mas esses sentimentos estão tão bem guardados, afogados num eu meu do passado, aquele que não sabia aproveitar muito bem o que tinha na mão, que vivia para tentar equilibrar razão e coração, e convenhamos, isso nunca deu certo não, por isso decidi mudar de supetão, e me tornei isso que sou hoje, esse eu todo leve.
Não sei quem é você que está escondida, que não ainda aparece pra mim, porém não tem pressa não, já guardei o seu lugar no meu coração, e não vou dar pra ninguém não. O que eu sei, por agora, é que gosto do risco da boa incerteza, porque ela tem lá sua beleza, é tipo dançar na chuva, ao som do trovão, com relâmpago a fazer clarão, é mais ou menos isso que vou sentir quando você vier tomar seu lugar de direito no espaço que lhe reservei na minha história em segredo, vai sobrar deleite e um pouco de medo, principalmente sorrisos, por saber que estou me arriscando novamente; sobretudo, vai sobrar aura boa, quando você vier até meu coração, tomar o lugar de realeza, e dizer pra mim o quão bom foi eu ter guardado essa boa incerteza.

domingo, 25 de outubro de 2015

Tinta

Eu pintei algumas lembranças na minha pele, de uma parte de mim que sempre será o norte da minha bussola vital. Tudo que eu sei é que estou perdido, seguindo rumo a sei lá que destino, curtindo sobretudo, a tal jornada que me disseram pra não deixar passar sem aproveitar. Estou me sentindo perdido porque quando você vai, tudo que eu sei é que a saudade vem, e é uma coisa boa também.

A tinta que você usou pra se riscar em mim é tão forte, que quase parece um ataque bélico. Sob seu fogo, que vem do olhar, vem do sorriso, vem da aura tão boa, sinto-me presa fácil, e provavelmente estaria em debandada, se não surgisse essa sensação tão bem-aventurada que surge no peito e toma toda minha mente em versos e parágrafos que não param de jorrar, apenas por você ser assim, toda de inspirar.
Vejo a estrada que vem a seguir, e ela começa a subir; vejo as estrelas que não costumavam aparecer e elas parecem brilhar tão mais que antes; vejo seu rosto e a quero tanto. Tudo que eu sei, é que não sei exatamente o que existe aqui dentro por você, mas é bom o bastante pra lhe querer comigo com tudo o mais mantido constante. Quero seu azul pra mim, essa tinta que me faz assim, um bem sem fim.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Um Bom Desvio

Ela estava bem,
Não queria amor,
Nem romance,
Quiçá conto de fadas,
Em suma, não queria nada,
Tinha um destino planejado,
Não queria nenhum desvio,
Apenas se aproveitar por si só.

Um sorriso. Ela ignorou. Sabia que era pra ela, mas sabia o perigo, que um sorriso traz consigo, e por isso o ignorou, juntamente com o dono do mesmo.

Um olhar. Ela fugiu. Estava ciente que ele olhava pra ela, contudo tinha ciência do que significaria encará-lo, melhor então ignorá-lo, melhor então fingir que não o via.

Uma palavra. Ela poderia ter continuado a andar e deixá-lo acreditar que ela não o escutou, mas acabou sorrindo ao encarar o olhar dele, e uma resposta saiu, meio sem querer, meio por querer, pra saber exatamente o que ele tinha a dizer.

Ele disse, entre risos, boas conversas, danças e beijos. A primeira vista, ele não parecia ser, mas a cada novo ponto dado, ele não mais parecia tão errado. Ela gostava disso, do ar de aventura, do sensação que não mais controlava o que viria na sua vida futura. Ele era totalmente um bom desvio nos planos que fizera.
Alguns encontros não são pra acontecer, outros sequer pra perdurar, mas alguns são de enriquecer, uma rotina, um dia-a-dia; alguns são tão bons, que às vezes é pra se perceber que a trajetória é tão ou mais importante que o destino.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Esbarrão

Como o oceano puxa e manda a maré, como o vento espalha as folhas pra longe e as traz de volta pro pé, você conseguiu mexer com toda a minha fé. Estou nessa grande incerteza, que tem lá sua beleza, afinal é só alegria e nada tristeza, é você me sendo a melhor das minhas surpresas.
Você não sabe não, porém desde que você surgiu num esbarrão, tornou-se a razão de eu acreditar em algo que eu não sei.

Você faz assim, do seu jeito, sem jeito, em mim, no meu peito, tão fácil, que fico duvidando realmente se não existe um manual de como me conquistar. Você diz que não há nada o que conquistar, que sou todo dado, e provavelmente sou, um dado viciado, em lhe fazer ganhar, tantos sorrisos, que me fazem pensar se não sou eu o maior ganhador. A verdade é: todo mundo ganha quando há sorrisos e você me ensina tanto que eu tenho medo de soar tão repetitivo quando lhe agradeço apenas pelo que já é, quando dou inicio a um papo qualquer. Eu gosto muito do agora, então, entenda que nunca se demora pra eu puxar um novo papear. Não é expectativa, não é projeção, é apenas eu me deixando seguir meus impulsos facilmente. Porque, apesar de não precisar de explicação, às vezes eu sinto que você tem receio de estar interpretando mal toda essa minha interação, e eu não quero isso não. Quero só me perder nas conversas com você.
Eu gosto de me perder, gosto do que você já me fez perceber. Gosto de você e sinto uma aura tão boa no seu coração, que sou muito grato pelo nosso esbarrão.

domingo, 11 de outubro de 2015

Tiquetaquear

Parecia um tiquetaquear de relógio, num ritmo nosso, seu peito palpitava ao meu ouvido, enquanto seus dedos entrelaçavam meus cabelos. Eu pensei que o amor já havia sido encontrado, e que qualquer coisa que viesse depois do que já havia vivido, seria apenas um sentimento divertido, porque a vida, infelizmente não havia acabado, junto meu amor passado.

Eu fui passando por todos os sinais, na esperança que um dia o destino seguisse sua linha, e eu não precisasse lhe fazer minha, contudo, aparentemente, a capacidade sua de, rastejar até mim com beijos pela minha pele nua, arrepiam mais do que meu braço, se estendem até desatar todo o laço que tinha imposto ao meu coração tão indisponível.

Hoje percebo que, apesar de não dever, apesar de não poder, apesar de não querer, eu sinto você. O som da sua risada, mesmo ao parecer uma gargalhada, quase sempre tem um toque de cansaço, a noite que passamos juntos, às vezes é tomada pelo seu sorriso de tristeza. Porque eu sei, que esse meu jeito, infelizmente lhe causa algumas incertezas e mesmo assim você não fala nada, ri pra mim aquele seu riso tão apaixonado, que ao quase que me sinto culpado, quando lembro do quão complicado devo soar pra você.
Tenho algumas prioridades que não posso adiar, e é difícil explicar, mas eu gostaria que você pudesse ficar, mesmo que eu não venha a falar, gostaria que você pudesse ficar, pra eu poder, no seu peito deitar, e escutar o lindo tiquetaquear, que seu coração faz especialmente pra mim.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ladeira Acima

Flor, se sou riso é no desejo,
De seus lábios fazer beijo,
Porque sim, em ti, eu mergulhei,
Sem nem me preocupar,
Se seria o bobo ou rei.

Após tudo que passei,
Te ter num abraçar,
É pra me deliciar,
Com o futuro que vejo,
E nada planejo,
Por isso preciso te falar:

Que seja mais um pouco, como já é,
Pra não faltar sorrisos até,
Termos muitas dança de pisões de pé,
Que seja tão louco, como já é,
Eu vou te amar na janta e no café,
Já que amor se faz de crença e boa fé.

Tava tão certo e não quis notar,
Que todo teu sumiço era são,
Preferi pensar que era nada não,
Mesmo tendo mudado tanto,
O teu jeito de responder,
E aí tive de aceitar,
Que em ti não mais tinha meu canto.

Decidi então, fazer rima,
Expor tudo num poema,
Pra, apesar de parecer de cinema,
Nosso romance sequer chegou ao carnaval,
E por isso não frevou ladeira acima.

Que soe mais rouco, como já é,
Porque nem tudo dá certo né?
Então o nós foi bem longe até.

Que fique um pouco, do que já é,
Porque ainda me resta fé,
Que nosso romance ainda está de pé,
E tem uma boa chance sim,
De, quem sabe num doce fim,
Ser conto de fadas, enfim,
E assim serei o mocinho,
Que há de ter amor em seu caminho.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Vem e Vai

Ela vem e ela vai,
Chamando minha atenção,
Entre olhares atrevidos,
Fico sem reação,
E sempre que ela sai,
Penso que deveria ter dito,
Senão algo bonito,
Um fato bem divertido,
Mas parece que não consigo,
Porque sempre que ela está comigo,
Todos meus pensamentos são perdidos.

Já faz um tempo que a observo calado, algo inesperado, pra um eu que sempre foi todo afobado. Eu ainda não a conheço bem, mas esse é apenas um pequeno porém. Eu já guardei comigo o riso dela, que aparece sempre que falo uma coisa engraçada; que surge sempre que nossos olhos se encontram, deixando-a um pouco corada. Não precisamos trocar sequer uma palavra, apenas os risos indecisos e sei que o que me toma é recíproco.
Ela vem e vai, meu olhos e coração atrai, e eu não sei de onde isso vem, muito menos pra onde vai, e pra mim é o suficiente, porque a incerteza é que torna tudo mais atraente; é o inesperado que me faz ávido pelo que virá, afinal, o que tiver de ser, será, e ela há de ser, pelo menos é o que meu coração parece crer sempre que nos olhos dela faz questão de se perder.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Olhar

Olhares. Sim, começou com olhares. Não podia. Não devia. E ainda assim havia. Porque o olhar dela muito dizia. Porque o olhar dele muito queria. Porque a cada novo dia, os olhares tinham de ficar restritos apenas a simpatia.

Entre conversas paralelas, diretas e sem pé nem cabeça, os olhares não paravam de se cruzar. Era bom encarar, era bom imaginar o que ela estava pensando, talvez fosse o mesmo que ele, talvez apenas de sua companhia estivesse gostando. E ela gostava, da companhia, das palavras dele, das escritas e das ditas, todas pareciam tão bonitas, como se ele soubesse exatamente o que falar e onde tropeçar.

-Eu posso te falar algo estranho?

Como ela poderia dizer não a uma pergunta daquela? Por si só a curiosidade ansiava pela surpresa que iria ser, afinal, ele não parava de lhe surpreender.

-Eu me sinto meio tonto, é nosso primeiro encontro, mas é que parece que eu meio que já te conheço. Não sei explicar, não sei nem de onde veio esse meu pensar. É só que... Teu toque, teu cheiro, tua presença, parece que eu já conheço... Parece que tão natural pra mim.
Ela riu, como poderia não rir? Ele parecia hesitante, entre risos, beijos e toques vacilantes. Melhor calar com um beijo então. Leve, gentil, súbito, ardil e ele também riu.

O olhar, era aquele castanho, tão perto, tão certo, que fazia seus lábios tomarem a forma de um crescente luar. Sim, era o olhar, tão brilhante, meio apaixonante, que fazia ele gostar do que a vida estava a lhe brindar. Era uma noite de luar lá fora, mas os dois nem deram bola, já tinham o brilho do olhar, que encontraram entre o roçar de nariz com nariz, entre compartilhar a companhia com alguém que poderia, reciprocamente, os fazer tão feliz.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Calar

Eu quero ficar em você,
Não tente entender,
Não tem nem pra quê,
Sempre que começo a falar,
Isso é tudo que tento dizer,
Mas sou de divagar,
Então por isso vou escrever,
Pra você não esquecer,
Quando tentar me calar.

Você me manda calar a boca, mas não cala seus pensamentos. Não que eu me importe, se não é dito, não é relevante; se eu não sei, não me remete, então deixemos do jeito que tá, sem se complicar. Apenas manda eu me calar! Eu adoro o brilho que vem do seu olhar somado ao riso que você não consegue deixar de esbanjar, quando eu sou forçado a parar de falar, é divertido, é lindo, seu indicador nos meus lábios sempre é bem-vindo. Seus lábios, que me beijam pra fazer o som da minha voz cessar, despertam sensações boas demais pra eu sequer tentar enumerar.
Vale salientar que deveria ser segredo, mas eu não tenho medo do que sinto aqui dentro, pelo contrário, é algo que me faz muito bem, obrigado, e por isso lhe sou tão grato. Porque meu coração gosta desse seu charme a derramar, de como você me fisga com um suspirar, embala num corar e faz minha mente desligar com um beijar; de como você sabe me calar apenas com um olhar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Âncora

Eu te deixei ir porque isso me fez sorrir. Não é que não fosse sentir sua falta, não é que eu não gostasse de ti, é só que era o que eu precisava naquele momento. Eu te deixei ir porque eu não sou dono de ninguém e não podia ser responsável pela felicidade de ninguém, além da minha própria, e nem sabia se realmente sou capaz disso também.

Eu vivi muito da minha vida carregando o peso e o modelo de uma felicidade que não me apraz mais, logo estava fadado a me frustrar, e quando isso acontecia, eu já não era capaz de me fazer ou desfazer em formas de te fazer sorrir, assim eu afundava demais. Afundava por não estar feliz, afundava por não te fazer feliz, eu me sentia uma âncora.

Âncora que te prendia a algo cômodo que até bem te fazia, mas não era júbilo de alegria, era só um ponto regular de um maçante dia-a-dia. Se nossa história tivesse sido vivenciada apenas em meses, poderia ser contada como um conto de fadas, porém, a realidade era feita diariamente, e apesar de tentar, não era todo dia, que eu conseguia te escrever uma poesia.
A melhor lembrança que tenho é que nós construímos tudo juntos, mesmo discordando em tantos assuntos, erguemos um amor que parecia fadado a desmoronar, embora tenha durado até a inveja alheia colecionar. Sim a gente durou o bastante pra fazeres parte da minha história e vice-versa, o bastante pra, mesmo depois de tanto tempo, ter sonhos meus em que se fazes presente, e pra me fazer sentir saudades de conversar contigo sobre qualquer coisa.

As coisas quaisquer sempre foram nossa melhor parte e hoje, mesmo tão diferente, tão distante, eu torço pra que esteja tudo bem, pra que sempre superes tudo que te encare com desdém e vá ainda mais além. Sim foi amor, e se eternizou aqui dentro, mas hoje já não é mais meu centro, é apenas um bom aposento, que mantenho guardado, quase intacto, pra observar com carinho. Como uma âncora na parede lembra o mar, estás guardada no meu peito pra me lembra do meu primeiro amar.

sábado, 19 de setembro de 2015

Personagem de Um Romance Meu

Não é querendo invadir, eu acho que expliquei bem, isso aqui é algo que vai mais além, sou eu deixando esvair toda essa sensação de bem, que sinto quando você vem.

Pra começo de conversa, você parece ser uma pessoa inversa. É que nessa vida onde todo mundo parece perdido, seu sorriso parece saber muito bem onde está, e, sei lá, é o tipo de riso que eu sempre fiquei a admirar. Eu nunca falei antes, porque era bobo o bastante, pra não entender que sentimentos bons não devem ser contidos, pelo contrários, devem ser promovidos e soltos ao vento, pra voar, pra visitar tudo e todos que vieram a lhe criar. Pois bem, aqui estou eu, lhe dizendo tudo, meio confuso, que você me deu, e por isso, desde já, deixa eu dizer logo: muito obrigado. Por me inspirar, por me fazer pensar, mesmo que inconscientemente, que o mundo tem tanta gente boa pra admirar. Sim, você me apraz, cativa muito fácil até com esse seu jeito de ser de paz.

Não adianta perguntar de onde veio isso, nem mesmo eu sei, e, sinceramente, nem quero saber. É apenas um admirar por tudo que você já me fez pensar. Acho que é o conjunto da obra, tipo, você parece uma personagem de um romance meu, só que na verdade o seu autor não fui eu, e sim Deus, e você é sim, a mocinha, nada bobinha, e ainda assim, toda fofinha. Porque tu sempre estampa sorriso, ou estampava quando eu lhe via, sempre com alegria, independente da hora, ocasião, ou dia. E tinha, na verdade acho que ainda tem, esse amor por qualquer ser de bem, pelos animais, pela vida... Isso me deixava com uma sensação de paz, que eu deveria ter uma aura mais atrevida, de me arriscar e lhe falar, todo o bem que você vem me causar.
Então, acho que é isso, e eu não sei o porquê ou pra quê de ter escrito, só achei que ficaria bonito, só achei que deveria ser dito, que você é um alguém pra inspirar. Você é sim, a personagem de um romance meu, que o o protagonista que sou eu, quer tanto se apaixonar e beijar, antes dos créditos subirem e a música tema da minha vida começa a tocar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Tipo de Ser

Desperto num timbre bom,
Sua lembrança e aroma com,
O Sol veio me chamar,
Pela janela semi-aberta.

Visto uma roupa qualquer,
Busco o que na geladeira tiver,
E fico sorrindo a toa,
Num desjejum despreocupado,
Graças ao que ontem aconteceu.

A lembrança da noite anterior,
Ainda permanece viva,
É um sentimento que motiva,
E se não é amor, já me cativa,
O suficiente pra querer mais,
Disso tudo que me faz,
O tipo de ser sonhador.

É loucura, eu bem sei,
Mas a forma que lhe beijei,
Fez meu coração palpitar,
Num batuque de alerta.

Não me culpo afinal,
Sempre soube o quão fatal,
Seria sua risada boa,
Prum coração transbordado,
Que é o maior orgulho meu.

Você conseguiu repor,
Algo que eu tinha esquecido,
Um sentimento meio falido,
E se não é amor, estou perdido,
Pois hoje só quero escrever,
Sobre isso e você,
Sobre nosso tipo de ser amor.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Dia Nosso

Ei, posso lhe fazer uma proposta? E nem pense muito na resposta. Hoje é dia nosso e espero que você esteja muito bem disposta. A chuva está intensa lá fora, então não seria melhor ficar aqui dentro? Ainda bem que você, ontem à noite, cedeu aos meu apelos e me deixou dormir em seu aconchego. Então agora pela manhã, minha flor, não precisamos nos levantar até amanhã, até que o céu volte a se encher de cor.

É que hoje, apesar de segunda, e ser um dia qualquer, é o dia que eu quero sua companhia agarradinha embaixo do edredom até mais tarde, sem alarme, sem alarde; talvez devêssemos dormir até bem depois do meio-dia, porque não temos de ter pressa, e se a fome bater, vou lhe fazer uma vitamina de chocolate com banana e poderemos fingir que já é o nosso amado fim de semana. Sim, podemos nos dar um feriado, logo hoje que ameaça chuva, vou nos dar um dia todo aconchegado.

Vamos aproveitar a chuva sim, porque ela veio pra celebrar o que a gente tem, nos nossos corpos tão colados, nos nossos lábios enamorados. Eu não costumo querer nada pra depois, mas por hoje, você será minha, pra pipoca, filme, beijo e conchinha, hoje o nosso dia será todo a dois. Nós não precisamos nem fechar as cortinas, vamos fingir que nem temos as temos novamente! Vamos olhar pras gotas de chuva que vieram nos avisar pra relaxar, vamos fingir que hoje é o dia nosso, afinal todos os dias são, não é verdade?

Hoje não há razão para irmos lá fora, vai chover o dia inteiro e, sinceramente, eu não ligo, você só vai sair daqui, se for pra tomar banho de chuva comigo.

Deixa o telefone tocar, deixa o alarme se desativar, porque pra hoje nada disso importa. Nós já temos tudo o que precisamos aqui, e tudo que precisamos é mais que suficiente. É fácil, é lindo, é bom... Sim, tão bom ter você comigo que às vezes eu sinto como se o mundo inteiro coubesse nos meus braços quando estou em você encangado, então deixa, deixa tudo pra lá e acorda bem devagarzinho, se espreguiça ao toque do meu carinho, me diz que eu sou se benzinho.
Antes não era, mas agora é feriado, dia nosso, porque assim por mim foi decretado e se eu soar muito apaixonado, só ignora esse meu lado, não enjoa do que temos nos momentos calados. Sim é uma boa semente, que já se sente, sempre que você se faz presente e torna meus dias todos tão animados, então não estranha por colher o que em mim foi plantado, quando você passou a me fazer todo sorrisos.

Hoje é dia nosso, o único dia em sei que posso, lhe encarar longamente sem nada dizer, porque tudo que tinha pra ser dito, está estampado seu sorriso mais bonito.

sábado, 12 de setembro de 2015

É de Sorte

Gosto de me perder no seu olhar, porque é de sorte o que ele vem me causar. Como pode alguém criar toda essa tempestade dentro de mim apenas com um olhar castanho?

Ultimamente os dias estão bons, tingidos dum divertido tom, e eu acho que deveria ser assim sempre: eu sorrindo e seus olhos me iluminando. A grande questão é que essa luz toda não vem tão simples assim, sempre vem acompanhada de uma incerteza enorme por aqui, mas não é como se isso fosse de todo ruim, pelo contrário, é algo bom que quero sim, é você fazendo um bom vendaval dentro de mim.
Quantas vezes eu me pego os encarando? E aí você me repreende atrasada, divertida, desavisada, quase atrevida, quase como se não soubesse ou imaginasse do que se passava dentro de mim, quase como se não estivesse aproveitando tudo isso enquanto exibo uma expressão abobalhada.

Sim é de sorte ter esse seu olhar que faz rir do meu próprio abobalhar.


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Valer a Pena

Dê um passo e faça valer a pena. Segure sua respiração e quando soltar, deixe a sensação de leveza tomar conta de todo seu ser. O branco que vai transbordar na mente é capaz de sobrepor as palavras que você queria ter dito, mas que, milagrosamente, dessa vez conseguiu segurar, e isso meio que lhe deixa aflito. Não fique. Gosto do seu sorriso bonito, aquele que hesitante, tímido, radiante... Gosto de cada momento que você me faz rir e me perder em tanto pensamento bobo.

-O que você tá pensando?
-Nada.

Um beijo meu e seu sorriso se derrete, não tenho como não rir disso. Você foge dos meus olhos, já sabendo o que eu vou pedir.

-O que é?
-Eu não deveria dizer.
-Diz.
-Eu acho que gosto... Deixa pra lá.
-Diz vai.
-Eu acho que gosto mesmo de você.
Silêncio. Provavelmente você espera um responder meu, mas não vai tê-lo. Outro beijo, na testa, nos olhos, na bochecha, no nariz, no queixo. Você me faz tantos sorrisos.

-Um doce pelos seus pensamentos.
-Em branco.
-Branco?
-É, em branco.
-Você está trapaceando.

Não, eu só estou perdida, porque eu não quero achar nada. Não quero procurar nada pra não me surpreender com o que encontrar, então melhor me manter assim. Sim, eu estou perdida, de novo e até tenho um recado para dar pra você, mas não sei consigo lhe dizer:
Se você vai realmente querer conturbar ainda mais toda a confusão que já tem aqui dentro, então faça o que tem pra fazer. Dê um passo e faça valer a pena.

sábado, 5 de setembro de 2015

Aqueles Olhos

Aqueles olhos me atraem, como gravidade, magnetismo, a sua vontade, tanto que quando se vão, resta tamanha saudade, que não sei como podem ser de uma atração tão.

A vida parece estar me brindando com aqueles olhos em várias, tantas chances, sempre desafiando-me a tentar colocá-los em palavras, a tentar diagramá-los em romance, mas eu nunca serei capaz de tal feito, porque o poder que aqueles olhos tem no meu peito, dizem-me que eles já são uma obra prima por si só. Eles são dum poder que me resta apenas admirar, e quem sabe um dia, a atenção deles roubar.

Sim, eu quero roubar, por aqueles olhos eu até me torno ladrão, porque aqueles olhos já me roubaram o coração, e nada mais justo que tentar equacionar essa situação.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Tipo Legal

Você não tinha de desaparecer,
Se fosse pra correr,
Que fosse da esperança,
E se tropeçasse elegantemente,
Fingisse que era uma dança,
Eu não preciso da verdade,
Pois ainda sinto saudade.

Não precisa se preocupar,
Eu nunca ficarei sozinho,
Existe rima nas minhas veias,
E durante o meu caminho,
Acharei alguém que as leia,
Porque sou um tipo legal,
Que faz mais bem que mal.

Sim, o hoje é tristeza,
Mas pra o que vivo agora,
Não quero que vá embora,
Quero guardar com carinho,
Cada detalhe da sua natureza,
Porque cada boa lembrança,
Remete a todas nossas danças.

Sim, dói admitir,
Você ainda reina por aqui,
Porém, logo em breve,
Estarei com uma aura leve,
Voltarei a sorrir,
E não mais será pelo que vivi,
Será pelo que há de viver,
Pro que a vida me oferecer.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Plano

Ele me diverte, mas não era pra meu tempo roubar; ele me enlouquece, mas não era pra meus sorrisos apontar; ele me enobrece, mas não era pra no meu coração se plantar. Eu engulo em seco e ao seu toque estremeço, não sei nem se eu mereço, mas ele surgiu pra meu maior plano quebrar.
Meu maior plano era não fazer planos, e, aparentemente, como se planejado por uma entidade de um plano superior, ele planou como um avião de papel na minha vida, como se o vento que eu era, ou deveria ser, tivesse se tornado calmaria suficiente pra que pousasse no meu peito, como se meu coração fosse plano o suficiente para ele se plantar por aqui.

Com um sorriso torto, ele plantou gargalhadas em mim; com um abraço gostoso, germinou segurança por aqui; com um pescoço cheiroso, cultivou um misto de saudade e vontade tão fácil assim. E me deixando levar, voltei a florescer enfim.

Ele me traz flores, sabores, cores e rumores de uma vida a dois, de um bem-aventurado depois, fazendo com que, mesmo que a contra-gosto, meu coração volte a ficar disposto, a se sentir exposto por um sentimento que acreditei que não poderia mais viver.

Vivo portanto, todo esse tanto que ele vem bagunçando em mim, despreocupada enfim, com o que é meio, inicio ou fim. Vai ser o que tiver de ser, isso ele não cansa de me dizer, então que seja mesmo o que simplesmente já é, algo bom que me faz ter fé que Deus abençoa quem tem aura boa.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Exceção

Você por si só é um verso,
Um daqueles de poema,
Que logo se torna romance,
Talvez até digno de cinema,
Talvez só uma nuance,
De um bom universo,
Todo cheio de muita cor,
Que carinhosamente chamo amor.
Sim, todas as estradas pelas quais temos de caminhar tenderão a ser sinuosas; e sim todas as luzes que iluminam essa jornada, provavelmente, irão nos cegar, porque sim, existem muitas coisas que eu gostaria de dizer pra você, mas mesmo sendo tão bom as palavras, às vezes, existem momentos de exceção em que eu não sei como me expressar. Porque talvez, você será aquela exceção, no final das contas, a única exceção.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dança

Dei o melhor de mim para perceber que era a trajetória que deveria ter sido aproveitada e não apenas o destino. Foi entre passos trôpegos, lúcidos e não-dançados que cruzei uma linha alcançada por poucos, talvez por isso chamam-me de louco, não me importo, o que tenho de torto, eu tenho de livre.
Sim livre, pra entender que esse estado de rendição em que me encontro, nada mais é do que o melhor ponto, entre a gentileza e o nervosismo de alguém que não tem certeza de nada, e que, ao mesmo tempo, não procura uma resposta acertada. Então sim, eu fechei os olhos, limpei o coração e cortei todas as cordas que me prendiam a pesos desnecessários. Eu segui em frente, aceitei o diferente e ainda aproveitei pra fugir da rotina, pra me fazer presente nos momentos de sol nascente e poente.

Hoje eu sou apenas um humano, não mais alguém que procura, muito menos alguém que usa os pés para caminhar, não, não, hoje eu sou alguém que usa os pés pra dançar. Foi aí, que você pisou no meu pé e eu ri disso.

-Olha, eu não sei dançar.
-Eu também não - você respondeu gargalhando. Sim, aquela que seria a primeira de tantas gargalhadas compartilhadas.
Entre tantos momentos partilhados, talvez sejam bom a gente tentar dançar junto. Sim, eu gostaria disso, porém por mais que seja um deleite lhe ter comigo, ainda sinto minhas mãos ficarem geladas entre os batuques do meu peito, tanto que é como se eu estivesse de joelhos, com o semblante todo vermelho, queimando todo o rosto, totalmente exposto, a esse seu sorriso que parece carregar a resposta pra tudo. Sim, é difícil me concentrar na dança, enquanto estou encarando seu olhar que vem de baixo pra cima, nas minhas ideias faz tantas rimas, e me põe de cima pra baixo.

Todo dia agradeço com respeito devido às virtudes que me trouxeram até aqui, sejam elas personificadas ou não; todo dia envio condolências, sempre que posso ou lembro, aos que me foram e ainda são bons, em cumprimentos de alma e palavras escritas que se tornar-se-ão romances. Sim, sou todo grato àqueles que me fizeram quem eu sou, e que me tornaram esse meu eu melhor. Por isso que o ponto atual é o de saciedade espiritual e assim sigo devotando desejos positivos pra todos que me fazem mais vivo, e não poderia ser diferente com você ou com o tanto que já consegui aprender no pouco que a gente se deixou viver.

É incerto? Sim, somos humanos. E a melhor parte disso é que podemos deixar essa resposta escondida, por perto, enquanto dançamos. Não precisamos saber essa informação pra agora. Não, melhor ir com calma.

Sei que às vezes assusta. Às vezes não é o que planejamos, mas é aí que reside a beleza das possibilidades, do inesperado, que esbarra na gente e rende sorrisos tão felizardos. Então, por favor, não se preocupe, não há de errado com seu sistema. Lembra do que eu lhe disse, logo do começo?

-Deus abençoa, quem tem aura boa.

Talvez seja isso. Seja Ele lhe sorrindo e dizendo que você está pronta pra dançar novamente. Uma possibilidade tranquila, nem pelo que foi, bem pelo que será, uma dança pelo que já é.

Assim, deixa eu esclarecer uma única certeza: não precisa ter pressa não, nossas gargalhadas compartilhadas já são nossa melhor canção, e a dança, bem, a nossa dança não tem de ser uma perfeição, tem apenas de ser o que já é, de ser capaz de alegrar coração.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Leve

Assim que reunir coragem, vou iniciar uma conversa, e aí, ela vai me falar palavras sem sabor, sem saber, deixando-me sem entender, até porque ela ainda me será inodora, quase transparente, já que ainda não a conheço, nem seus detalhes, miríades e vontades; isso porque só imagino como ela vai ser; isso pra mim e pros outros tantos que idealizam o jeito dela, que nada parece com o que parece ser. Não sei explicar como, só estou com esse sentimento que ela é feito maré, entre altas e baixas, ela deixa que as ondas leve. Prum lugar de se alegrar; prum lugar de se flutuar.

As ruas vão ficar vazia quando ela estiver no banco de carona, eu tentarei me concentrar no trânsito, embora duvide, desde já, que eu vá conseguir passar muitos segundos sem olhar pelo canto dos olhos pro lado direito, pra me certificar que ela ainda está lá. Talvez eu até cometa umas gafes no volante e vamos rir disso; vamos rir do riso dela, do meu, da gente.

Ao primeiro contato, ela me dará palavras sem cor, sem correr, deixando-me sem entender, que ela é uma pessoa sem rótulos. Espera, isso eu já sei! É loucura, mesmo sem nem saber quem é, eu já sei que ela é assim! Nem sequer foto dela eu vi, mas sei que deve ter várias exibindo um grande sorriso, rindo com um tipo de alegria que só ri quem é assim, do tipo que felicidade contagia.
Ah eu sei, sim como eu sei, que no dia que a conhecer, a mesma coisa nunca mais vai ser, mas eu quero conhecer, quero sim, porque no momento que me peguei sonhando em olhar o sorriso nos olhos dela, percebi que queria conhecer um pouco daquilo, que queria um pouco em mim, mesmo que fosse pra me enlouquecer mais um pouco, como se eu já não fosse louco.
Espero que ela goste de loucuras, tanto quanto eu amo o mar, ela parece ser alguém pra deixar as ondas leve. Sim, leve. Ela há de se deixar todo o mundo mais leve. Ela há de se deixar levar pelas ondas, pelo mar, meu sorriso e o vento.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Some

-Some.

O coração dela estava apertado por digitado aquilo. Por que o fizera então?
Porque estava indo tudo como um trem desgovernado.
Ele aparecera pra ela de forma tão súbita, com tanto tudo em tão pouco tempo, que a acertou em cheio e a tirou dos trilhos. Ela tentou correr, tentou se esconder, mas cada novo dia, significava um novo assunto iniciado e seu rosto era tomado por um riso escancarado. Não deveria ser tão fácil assim, foi o que ela jurou pra si mesma. Um beijo forte, um apertão e mesmo assim ele ainda mantinha aquele olhar abobalhado. Pelo menos parecia ter sido o suficiente para nocauteá-lo na noite passada. Mas não fora o suficiente agora que ela estava em casa, trocando mensagens com ele. Tinha que parar aqui. Tinha mesmo? Tinha. Então melhor mesmo ter enviado a mensagem. No dia seguinte ela nem lembraria de tudo aquilo mesmo.

Jogou o celular pra longe e se encobriu embaixo das cobertas. Respirou fundo. As músicas que ele mandara eram visitadas todo dia. Ela não sabia, mas sempre lembrava dele. Não percebera ainda, mas ele já fazia parte da sua rotina, desde o bom dia no raiar das manhãs, até as conversas bêbadas de sono nem um pouco sãs.

O sono veio rápido e por ser leve, com simplicidade foi quebrado quando o telefone tocou. Atendeu no automático. Era ele. Não queria ter atendido.

-Oi.
-Desce aí.
-Como assim?
-Só desce uai, estou aqui na frente.

Ela achou que tinha sido clara. Como foi que ele não entendeu? Deveria descer. Existia um motivo pra não descer? Descendo então.
Lá estava ele com um grande sorriso. Ela ficou confusa. Com o que tinha dito, com o que estava sentindo.
-Obrigado.
-Pelo quê?
-Por isso - e ele mostrou a ela a mensagem no celular.
-Mas eu pedi pra você...
-Somar - ele riu e a beijou - então aqui vai: somar nos beijos - e beijou cada centímetro que ela pensou ter no rosto - somar sorriso - e exibiu mais uma vez aquele sorrisão bobo - somar nos abraços - e a agarrou pela cintura, retirando-a do chão com uma facilidade que não deveria existir - somar nesses momentos bons da gente.
-Somar e ser diferente. - ela concordou divertida. Por que não estava surpresa com aquela interpretação? Ele sempre a surpreendia.
-Diferente é? Espero que seja um elogio.
-Shh... Não espera nada. - ela falou puxando-o pra perto, fazendo os olhos deles ficarem tão próximos um do outro que era capaz de ver o brilho dos seus refletidos nos dele.
-Não mesmo! Você tá certa de novo! Sem esperar, não gosto de aguardar... Gosto de viver o que é de hoje... O que é pra já.

Ela o beijou. Uma. Duas. Três. Cinquenta vezes, e quando parou, tratou de falar enquanto tentava gravar de forma permanente na sua memória aquele sorriso incrível.
-Já.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pouco de Fé

Ei meu benzinho,
Parece que tá cedo,
Mas já ta na hora certa,
Se permite um pouco vai,
Escancara essas cortinas,
Que tão escondendo o coração,
E você vai ter surpresa boa.

Já tem muito carinho,
Prainda existir medo,
Sei que a racionalidade aperta,
Mas quando o sentimento sai,
Você volta a ser menina,
E sabe que não tem de temer não,
O isso tudo que no teu peito ecoa.

Sempre que vejo uma foto sua,
Me pego em meio a uma risada,
Fico admirando teu olhar,
Como seu pescoço e pele de porcelana,
Fazem de alegria toda minha semana.

É uma sensação tão crua,
E eu não quero apressar nada,
É só que eu amo o mar,
E agora sempre que penso no assunto,
É com você que quero estar junto.

Olha, eu sei bem como é que é,
Toda essa grande insegurança,
Porque tou passando pelo mesmo;
Tou me sentindo meio perdido,
E principalmente sortudo,
Porque você existe pra mim,
E nossa história apaixonada,
É toda feita de reciprocidade.

Então, tem um pouco de fé,
Vamos ter uma boa esperança,
O tempo não quer mais que fique a esmo,
Sobrevivemos ao que tem aparecido,
E isso prova que tudo,
Foi pra que nós enfim,
Possamos fazer desse conto de fadas,
Um romance todo felicidade.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Da Cor da Tempestade

É bom se entregar ao que vem, ao que a vida tem, ao que se faz bem e vai além.

É uma loucura sim, mas você pra mim, já é importante assim.

Às vezes me perco lhe encarando e acabo me perdendo no tempo.
Tudo culpa desse seu olhar que é da cor da tempestade... Tão intenso, tão forte, que agradeço diariamente por ter sido abençoado com tamanha sorte de poder vivenciar tanto num olhar só.

Sim, esses seus olhos tão castanhos, da cor da tempestade, quase me tiram a sanidade... É só encarar essas orbes cor de chocolate e tudo aqui dentro é arrebatado! Como se fosse o vento; como se fosse onda; mas principalmente porque é tudo carinho e me faz querer desenhar pra gente um novo caminho. Um em que sempre que der eu vá ficar em você abraçado, colando meus lábios no seu cangote todo arrepiado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Arpoar

A maioria dos meus dias são comuns, tão corridos, vividos, que nem me sobra tempo de ter um apego ao futuro ou ao passado, e, por isso, que me pego apenas no presente, vivencio o que tem pra hoje e vou em frente.
Porém, por mais que me faça todo sorridente, de viver apenas o dia corrente, tem dias que me são diferentes, dias nostálgicos, dias que eu me pego pensando no que já poderíamos ter vivido, é um sentimento estranho, como se fosse saudade, sabe? É um pensamento solto sobre as possibilidades; É uma sensação que algo tá faltando: os planos pra vida que vem por aí, das façanhas e histórias que ainda estão por vir.

Você me colocou numa situação complicada: nessa minha cama tão grande que parece quase deserta sem sua companhia pra me completar. E aí, vez ou outra me pego lembrando do seu cheiro, seu toque, sua presença e seu sabor, e cada detalhe, me faz mais arpoar de saudade, de vontade, atinando as possibilidades.
Dá até vontade de um diálogo louco começar, pra convencer você a deixar brechas preu aos poucos lhe roubar.

-Tem possibilidade de chuva?
-Tem.
-E de sol?
-Também.
-Chance de fazer onda?
-Sim, meu bem.
-Vai ter dia de vento?
-Sim, porque isso me convém.
-Será que vai mesmo florescer?
-Flores, cores e muito além.
-E quanto aos sorrisos?
-Vai ter de muito, basta a gente querer! Então pára de hesitar e vem!
E você tá vindo.
Chegando com o olhar rindo.
Me encantando com esse seu sorriso lindo.

Sabe, entre tudo que pode ser, o melhor é arpoar o que já é, e isso, a gente tem feito todo dia, distribuindo tantos risos de alegria.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Não Seja de Efêmerar

Sempre fui de gostar de encanto, até porque meu sorriso, comumente tão solto, esporadicamente acorda com motivo pra se estender de canto a canto, e, hoje notei que esse motivo é você.
Acho tão engraçado isso de se encantar.
Duma paz cheia alegria, que azula o meu dia.

E verdade seja dita, a gente sabe que isso parece ser um encanto sim, e não é um problema pra mim.
A gente sabe também, que normalmente, os encantos tendem a deixar de ser mágicos, mas e se, dessa vez, não deixar? E se passa dia após dia, e ainda fica alegria? Ainda é apenas encanto? Ou será que é um outro tanto?
Eu não sei, e acho que gosto de não saber. Gosto de me perder no seu abraço e não saber de mais nada. Gosto de me encantar com sua forma de sorrir: no olhar, no viver, no envergonhar, no conversar e no sotaquear. Gosto de saber apenas do presente, gosto de lhe ter presente e de me fazer uma experiência diferente, porque depois que tive uma epifania espiritual, aprendi que aura astral é algo pra se aproveitar; então, sim, eu não vou negar, adoro o seu encantar, e torço pra que se deixe perdurar, pra que não seja de efêmerar.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Me Balança

É incrível como me balança: seus olhos, seu riso... Tudo de improviso, e me encanta, quase como se estivéssemos numa dança.
Você parece ser intensa,
De corpo e alma,
De aura calma,
Que transborda essa sinergia,
Meio agridoce, quase alegria,
Como se grata fosse,
Por todo o dia-a-dia.

E você é assim, de me fazer,
Todo esse bem querer,
Pra lhe descrever em palavras bonitas,
Às vezes ditas, quiça escritas,
A maioria contidas,
Pela vergonha e pelo entendimento,
Que serão melhor recebidas,
Quando eu souber qual é a desse sentimento.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Arritmia

Eu tenho um pressentimento que nossos corpos vão se encaixar tão bem como nossas mentes e auras parecem ter se encaixado; não preciso nem me esforçar pra visualizar suas várias formas de sorrir encantando todo meu eu e seus olhos brilhantes me fazendo mergulhar fundo nessa Arritmia que pareço ter encontrado em você, mesmo que eu nem estivesse procurando mais.

Soa como um Dejá Vù, como se já soubesse de tudo: iria mesmo lhe conhecer bem agora, antes da idade premeditada pra ser certa, na hora exata em que nossas auras boas se atraíssem! É bem difícil segurar minha língua que fica querendo admitir o quanto antes, que no mínimo, eu já estou ligado em você, porque ainda estamos nessa fase charmosa, nessa fase de admirar, mas seus olhos dizem muito mais do que você poderia falar; eles transmitem esse calor que é mais intenso que o mormaço de Recife numa noite de verão sem vento; e seu riso, esse riso me quebra, me faz querer provar o gosto dos seu lábios, sim, minha flor, é tudo isso que eu preciso, porque meu coração aos poucos, está soando louco, com essa falta de regularidade nas pulsações.

A minha maior vontade? É mergulhar com você agora. Pegar sua mão e mergulhar, vou nos afundar nessa vontade compartilhada, pra que possamos respirar essa novidade que parece nos animar tanto. E se for, vai ser, e se não for, ainda será, porque é o que é, o que já foi, o que está sendo, memórias criadas, possibilidades exaltadas, sim, sim, umas possibilidades quase que encantadas.
Quando eu pressionar minha orelha no seu peito, poderei ouvir um ritmo mágico que parece batucar no meu? Vai ser difícil diferenciá-los, tanto quanto é diferenciar se a vontade da gente se dar bem nasceu em mim ou em você: porque a gente já parece partilhar tanta coisa, e talvez a característica mais emblemática dessas semelhanças talvez seja esse dom de não deixar as palavras cessarem. Adoro o fato de suas palavras continuarem a arranhar minhas certezas sobre o destino, o que me mostra que, apesar de homem, ainda sou o menino, aquele sonhador e crente num romance muito bem planejado. Então, por favor, deixe-me saber se o seu sentimento sobre mim é parecido com todas as coisas que eu vejo ao pensar em você.

E depois de confessar tanto, só vou lhe pedir algo simples: não deixe que pare. Não o nosso ritmo; não esse ritmo bom, esse que sempre busquei; o ritmo dos batimentos cardíacos de uma mulher que pode salvar meu coração.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

De Rosto Avermelhar

Amanhece segunda,
O que antes era monotonia,
Agora é vontade profunda,
Um saudade da sua companhia.

Logo vem a terça-feira,
E entre palavras não ditas,
Do meu bom coração,
Noto que deveria tê-las escritas,
Pra lhe entregar em mãos,
Pra lhe ter por inteira.

Aí vem a quarta,
E num rápido encontro,
Não quero que você parta,
Você não para de ganhar pontos.

Quando chega quinta,
Lhe faço toda rimas bonitas,
Inspiradas nessa emoção,
Que não se limita,
Pra lhe mostrar um boa razão,
No que quer que você sinta.

A sexta surge toda alegria,
Finalmente vou poder lhe roubar,
Sem que o tempo venha censurar,
Onde a noite logo vira dia,
Você não pára de me alegrar.

O sábado é todo nosso,
Faço tudo que posso,
Pra que o domingo demore,
Pra que seu semblante core,
E eu possa, com os olhos fotografar,
O seu sorriso de rosto avermelhar.

Desde que lhe conheci,
A semana se tornou cheia de cor,
Porque no seu riso eu percebi,
Que a vida se faz de amor,
Quando a gente acha um alguém,
Com um coração tão de bem.

sábado, 18 de julho de 2015

Sustenta

-Tu tem um sorriso bom.
-É?
-É, desses que o azul vem com.
-Azul?
-É, tipo o do mar... Eu sempre fui desses que adora a sensação o mar.
-Mas de onde veio isso? De mim pro mar?
-Não sei, é a sensação que seu sorriso associou na minha mente.

O olhar dela era perdido, aturdido. Ele era diferente, de um ar divertido, quase como se já soubesse que, às vezes, ela tinha vontade de um papo bom, leve, que nada se deve, só se faz acontecer... Até parecia que ele já sabia o que era pra se dizer.

-Eu também gosto do azul.
-Por causa do mar?
-Também, mas é mais por causa do chão.
-Chão?
-É.
-Mas o chão não é azul.
-Não, chão é azul não.
-Então...
Agora o olhar dele era o divertido, todo surpreendido. Ela era interessante, de uma aura querida, provavelmente já sabendo que, raramente, ele deixava uma reticência sem um entediamento em construção... Como se de alguma forma, ela arquitetasse a forma de lhe passar alguma informação.

-Pra entender você só tem que olhar as coisas de um jeito diferente...
-E?
-E aí você percebe que é o Céu quem sustenta o chão.
-O Azul do céu?
-Exatamente esse.
-Sim, sim, o Azul dos risos, tipo do seu sorriso.

E eles riram.
Riram.
Porque mesmo sem falar, eles pareciam partilhar duma peculiar conclusão: é de riso que se faz a vida azul. É de riso que se faz a vida céu. É de riso que se sustenta o chão. É de riso que se sustenta coração. Basta olhar diferente, ter fé e aura boa, que Deus abençoa, o riso, o céu, o chão e coração.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Inequação

Estou tentando colocar freio nas previsões que não param de me jorrar,
Eu sei que, provavelmente, é a última vez que ela vai me encontrar,
E aí estou dificultando a hora fatídica de chegar,
Estou tentando fazer o tempo parar,
Fazer o possível pra demorar,
Antes dela evaporar.
Eu não queria se acabasse, mas parece inevitável. A trilha que a vida dela segue parece ir numa direção distinta que a minha própria e isso me fez refletir se a gente era mesmo pra ser. Talvez não, talvez o encanto esteja se dissipando.

Ela costumava transbordar bem diante dos meus olhos; ela costumava a me inundar apenas com seus sorrisos; mas ontem o tempo veio me dizer uma verdade amarga: ela não me queria pra ser nó, queria apenas não ficar só.

Agora estou com essa inequação pra resolver: se sempre sobrou mais de mim do que dela no nós, por quê que é mesmo que eu não posso dizer pro mundo o que ela já sabe? Dizer pro mundo o que ela sempre soube: quando há indiferença entre duas partes, sempre faltará amor.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Filtro

É de conversa aleatória,
Que se aproveita a trajetória,
Gosto de ser impulsivo,
Porque, sem planos ou motivo,
É sendo assim que me faço vivo.

Por isso que admiro bastante,
Quem também compartilha,
O ideal de aproveitar a trilha,
E não apenas o destino final.

Logo fiquei radiante,
Quando num papo casual,
Ela me disse assim:
Sem filtro, por favor,
O que a vida menos precisa,
É de gente sem amor,
Que se limita.

Aquilo foi surpresa pra mim,
Quem diria, que eu conheceria,
Uma pessoa de aura tão bonita?
Minha réplica lhe foi em tom animado:

Filtro? Só se for solar,
E convenhamos, que olhe lá,
Porque é sempre muito bom,
Se deixar da cor do pecado,
E se sentir mais abençoado.

Por exemplo, nesse exato momento,
Estou com esse doce sentimento,
Que vida sem planos ou com,
É pra se plenamente viver,
Pra se profundamente agradecer,
Tipo da gente se conhecer.

Foi pouco tempo e já dá pra saber,
Que tu vai me dar tanto o que escrever,
E que, a gente é desse tipo de ser,
De aproveitar o que nos vem,
Aproveitar a vida tão bem.

Aí ela me deu um sorriso como resposta,
E eu acabei sorrindo também,
Porque ela é de aura exposta,
É aquele tipo de alguém,
Que cativa num papear,
Que inspira no brilho do olhar.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Aura Alegria

Ainda me lembro exatamente da primeira vez que me peguei sabendo que iria, muito em breve, suspirar e rimar por você:

-O que eu mais gostei em você foi seu olhar.
-Por quê? O que tem eles?
-Sei lá, eles brilharam quando eu disse que era escritor.

E aí eles brilharam novamente, assim como um sorriso lindo surgiu nos seus lábios, fazendo-me engoli em seco por saber o que surgiria em mim a seguir.

-Foi?
-Foi sim.
-Deve ter sido mesmo.

Aquele seu riso que começava nos lábios e terminava no olhar me pegaram numa noite onde o ímpar deveria ser par. Tínhamos acabado de nos conhecer, e algo dentro de mim dizia, que você era de uma Aura Alegria.
Eu sempre fui de gostar muito de astrologia, então não me surpreende saber que o universo está torcendo pela minha felicidade: desde que você surgiu, céu e mar estão alinhados num azul tão bom, e os meus dias têm exatamente esse tom, porque é assim que tem que ser, é assim que eu me faço querer, de emitir uma aura feito a sua todo dia.

Você me faz ficar lhe olhando longamente, filmando com os olhos cada detalhe seu, já percebeu né? E eu, involuntariamente, francamente, me pego rindo, sorrindo, gargalhando, do quão bom é lhe ter ao meu lado. Você me faz querer escrever tantos romances nos tendo como protagonistas. Você me faz querer rimar cada sensação sua num novo poema... Você faz um escritor se inspirar, e isso é tão difícil de se encontrar.

Eu sempre fui de gostar de conversar, então não me é novidade a gente ter esse tipo de sincronia e reciprocidade: desde que você apareceu, aprendi que tanto o papear como momentos de silêncio são tão bons, e as minhas noites têm justamente esse tom, porque é assim meu querer, é assim que me faço ser, de emitir uma alegria feito a sua toda noite.

Você me faz ficar lhe beijando tantas vezes, mapeando com os lábios cada pedaço do corpo seu, já percebeu né? E eu, conscientemente, felicitadamente, me pego sorrindo, rindo, gargalhando, do quão bom é lhe ter ao meu lado. Você me faz querer conhecer cada detalhe seu, pra que eu possa metrificar tudo em palavras boas que lhe façam suspirar por mim assim como você me faz comigo... Você faz um escritor suspirar, e isso é tão difícil de alcançar.

Porque você tem esses olhos brilhantes, esse sorriso cativante e acima de tudo um timbre apaixonante. Você brilha e me faz brilhar; brilha e me faz rimar; brilha e me faz suspirar; sim você brilha numa Aura Alegria.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Após um A

Você sabe bem,
Da minha paixão pelo mar,
Do cheiro, do clima e sabor,
Esse sempre será meu primeiro amor.

E eu sou muito, muito grato,
Por crescer cheirando a maresia.

E, embora,
Se algum dia eu tenha de me mudar,
Eu vou sempre levar comigo,
As doce-salgadas lembranças marinhas.

E vou orar pra esse vento marítimo,
Aguardem meu retornar.

Eu amo o jeito o sol brilha em você,
Como suas covinhas chegam a me surpreender,
E nosso amor livre parece prevalecer.

Adoro o jeito que você vai além,
Encontrando a verdade que nem,
Eu mesmo conheço tão bem,
Porque você confia em mim,
E ignora meus defeitos.

Isso me conforta,
Porque eu sei,
Que você é meu mar,
Sobrepujado após um A.
Meu amar.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Trator

Você tem, esse bem,
Um tipo todo mágico,
Fantástico, hipnótico,
Me tira o fôlego,
E isso eu odeio, esse meu anseio,
Por ainda acreditar,
Por ainda lhe esperar,
Deus já cansou de testemunhar,
Todas as chances que tentei nos dar.

Agora que eu me tenho por inteira, nessa epifania que me acometeu subitamente, sobre quem sou, o que quero e pra onde estou indo, percebi que tenho de parar de me jurar que vou melhorar, simplesmente porque eu não preciso disso, não preciso mudar por ninguém além de mim mesma! Decidi me aceitar como sou e me permitir ser feliz comigo mesma; decidi permitir que aura boa entrasse em mim e para isso optei por cortar da minha vida todas as fontes negativas que tentam me atrair e moldar.

Mas você não consegue me deixar pra trás não é? Sempre chega, como um trator, me puxa, doma, usa e depois me coloca pra baixo, pra controlar e manipular mais um episódio dessa nossa história tão complexa e aí, quando mais uma vez vem a ruptura, fico pensando: será mesmo que ainda vale a pena?
Sinceramente? Eu não sei o que eu realmente quero, mas eu sei que não é você.
Não o você de agora, não esse você que continua a querer me mudar, empurrar e colocar pra baixo e foi aí que me dei conta que meu coração não é você,  é simplesmente eu e só existe um tipo de amor que pode me fazer realmente bem: aquele que começa comigo me amando.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Cobertores

Uma chuva tímida cai enquanto você vem correndo pro meu carro. Um sorriso esbaforido, um timbre singelo, um olhar tão perspicaz e que vontade tenho de lhe abraçar com força.

-Oi oi.
-Oi oi oi - repito sorridente. Um beijo rápido, não preciso me demorar, hoje temos um tempo só nosso, pra que possamos nos aproveitar bastante. Pena que, provavelmente o bastante não vá ser suficiente.

Assim que chegamos, uma cama quentinha nos aguarda, junto a um mar de cobertores pra gente se afogar; um filme a toa; sua companhia boa e o tempo rapidamente voa.
Dormimos. Acordamos juntos, papeamos sobre quaisquer assuntos, sempre num agarradinho tão bonzinho, sempre no melhor tipo de carinho.

O frio nos deixa mais colados e eu não resisto a vontade de mapear seu corpo com meus lábios.
Sua pele, de porcelana delicada, se arrepia às minhas mordiscadas;
Seus lábios doces como mel, hipnotizam-me mais que encarar um azulado céu;
Seus olhos castanhos, despertam em mim esse sentimento estranho, como uma gravidade que me faz querer encará-los o tempo todo;
Suas tantas formas de sorrir, fazem-me querer enumerá-las, filmá-las e fotografá-las, porque minha memória não é um lugar seguro o bastante, pra armazenar imagens tão delirantes.
Tem algo no jeito que o seu cabelo cai sobre o rosto que me transborda um bom gosto, mesmo quando pausamos um beijo pra ajeitá-los, principalmente quando fico tocando neles, só por acariciá-los. Adoro vê-la engatinhar pro meu peito, como se fosse um travesseiro, e encaixa perfeitamente bem. E ai eu me percebo bobo, mordo meu beiço, rindo comigo mesmo.
-Que foi? - algumas vezes você indaga.
-Nada, nada - eu sacudo a cabeça e lhe tomo mais um beijo. Um dos tantos tão bons. A gente se encara. Fica em silêncio, porque as vezes a falta de palavras diz tanta coisa mais, e nos brinda com essa paz, que você me traz. É incrível demais isso que a gente se faz. Eu tento pensar em palavras, mas elas me fogem, como toda e qualquer preocupação que eu tenha quando estou ao seu lado.
É que, já percebi faz tempo, o que há de especial na gente: temos essa ideia de aproveitar o momento, sem demora, até porque o agora, é a melhor hora; partilhamos dessa aura boa que só existe por sabermos que o presente é o melhor tempo de se viver, e assim vamos seguindo, aproveitando o que há de se aproveitar, em lembranças que gosto de pensar, que da minha mente não vou jamais apagar, porque elas são como os cobertores que podemos nos afogar: são excelentes de visitar quando a saudade ou o frio, vierem repentinamente a chegar.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Que Você Quer

Em poucas semanas vou conseguir perceber o que está acontecendo comigo, e eu só aí vou me dar conta o quanto eu fui sortudo. Estou deixando acontecer naturalmente, sem adiantar, sem atrasar, e eu posso provar, que essa é a melhor foram de viver o que há pra vivenciar.

Eu posso dizer exatamente o que você quer, o que você vem pensando, mas não faz sentido arriscar falar algo que não me diz respeito, e se disser, vou esperar até seja feito, até porque seu pensamento é só seu, não cabe a mim tentar torná-los meus. O que eu sei que você pensa é algo que não deve ser dito, algo que não deve ser escrito, algo até bem bonito, é verdade, mas às vezes, muita sinceridade, acaba com a beleza das possibilidades. Então vou deixar subtendido, pra ver até onde tiver de ir.

É tão confuso, eu sei, aqui dentro é toda uma confusão, deixo reinar revolução feita pelo coração, onde o súbito é constituição e a paz é a principal construção. Sabe por que estou assim? Porque talvez no futuro eu não tenha tempo pra ser assim, talvez o futuro demande tanto de mim, que eu tenha de ser um alguém assim, desses que são pragmáticos e metódicos odiáveis seguidores de rotina. Não sei exatamente o que vai ser, então por agora, quero aproveitar todas as horas, e isso inclui você, que tão rápido, já se faz valer, nos meus dias, em pequenas ou grandes alegrias. Você sim, é algo pra aproveitar.
Não irei testar você com perguntas inteligentes ou recorrentes, vou deixar você abrir as portas e janelas que lhe forem boas, porque gosto de ser esse tipo de pessoa, o tipo que só entra quando é convidado. Cansei de ser ladrão, hoje eu sou só um bom anfitrião. Vou lhe oferecer o que tiver a minha mercê, e se não for o bastante, infelizmente, acho que vamos acabar distantes, mas se não for, e isso está ao seu dispor, que coisa boa vai ser lhe ter comigo.

Eu posso dizer exatamente o que você quer, mas não tenho pensado muito nisso, porque a vida é muito mais que isso. A vida é o que se sente e o que se faz, de que adianta pensar tanto, e não sentir toda essa paz, que cria no peito de quem bondade faz? Então me dê sua mão e deixa o que você quer um pouco de lado, vamos deixar o querer pro que tiver de ser. Vamos só ser o que é pra gente ser. E assim, só assim, garanto a você, que esse seu sorriso lindo que me faz tão bem, não vai ter chance de desaparecer.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Deus Abençoa

Deus cuida todo dia,
Daqueles exalam alegria,
E hoje aconteceu novamente:
Bati o carro essa tarde,
A vitima não fez alarde,
Mandou eu seguir pacificamente,
Que fossemos em paz com Deus,
Tanto ele, quanto eu.

Sorri plenamente, todo contente,
Rezei mais uma vez em agradecimento,
Ao mar que tinha visitado mais cedo,
Porque são os bons sentimentos,
Que atraem esse tipo de gente,
Que até nos momentos ruins,
Se mostram de alegria afim.

Confio que o que vier,
Que Deus tiver planejado pra mim,
Vai ser o que me couber,
Vai ver esse é o meu segredo,
Pra ter tanta alegria assim!
E por isso vou continuar sorrindo,
Pra coisa boa continuar atraindo.

Porque sei muito bem,
Que Deus abençoa,
Quem transmite aura boa,
Ele nos dá o que a gente já tem:
Alegria com riso a vida,
Mesmo que seja sofrida,
Mesmo que seja corrida,
Poque acima de tudo é vida,
E foi feita pra se aproveitar,
Foi feita pra se celebrar.

Então, não perco tempo não,
Coloco fé boa no coração,
Um sorriso no rosto,
E encaro o que vem pela frente,
Sempre com bom gosto,
Porque me fiz dum tipo diferente,
Um tipo que sabe aproveitar o presente.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Dedo de Deus

A vida é tão corrida,
Não é fácil relaxar,
Não é simples parar,
Mas eu abri as  mãos,
Deixei-me inalar,
E o sol raiar no coração.

Foi estranho, foi forte,
Eu não compreendi direito,
Havia tanto e tão pouco,
Minha mente até então perdida,
Se achou, repentinamente.

Como se todo meu eu,
Tivesse se tornado liberdade,
Encontrei que eu mais buscava,
Estava dentro de mim,
Era um tipo de amor,
Que há muito eu não lembrava.

A vida é tão divertida,
Foi fácil de aceitar,
Foi simples de acreditar,
Quando abri as mãos,
Uma paz veio num inalar,
E peso sumiu do coração.

É estranha a minha sorte,
De ter encontrado no peito,
Um sentimento santo e louco,
Minha mente ainda se vê aturdida,
Mas, tranquilizada, finalmente.

Teve Dedo de Deus,
Só uma plena divindade,
Poderia me tirar de onde estava,
De um torpor sem fim,
Mostrou existir um tipo de amor,
Que eu há muito não cultivava.

Por isso vou aproveitando,
Cada singelo momento,
Porque a vida é assim,
Toda de se colorir,

Aproveito o que vão me dando,
Cada singelo sentimento,
Porque a vida é pra mim,
Toda de se fazer sorrir.