sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Liquidificador

Um pulsar. Era pra limpar os resquícios que ficaram de vivências anteriores, mas eu aprendi que esse botão era o melhor pra tornar tudo mais prático. Você veio assim. Pulsando. Triturando o gelo. Mudando a forma como eu batia os sentimentos. Uma noite e bastou pra tudo mudar. Seu sabor. Como poderia ter esse sabor tão bom?

O luar que entra pelas cortinas abertas pra afastar um pouco do nosso calor, fez uma luz refletir no vazio da cama que você deixou quando levantou. Você se move esguia, quase em sintonia, com as sombras do quarto, como se respirar fosse fácil depois de tanto ofegar em conjunto comigo. Se alguém acreditasse no que eu vi e senti, eles estariam tão apaixonados por você quanto eu estou agora.

Todos os dias eu aprendo um pouco mais dos seus detalhes, dos seus trejeitos que vou tatuando no meu peito, das coisas que ninguém mais vê, e apesar de ser tão cedo, não faço segredo que sim, você fez um liquidificador dentro de mim.
Existem tantas palavras não ditas, algumas bonitas, outras perdidas, quiça infinitas, na plenitude de tentar contemplar toda sua graça, mas elas foram trancadas, numa devoção silenciosa, e espero que você entenda o que quero dizer com isso. O fim é desconhecido, mas estou pronto pro próximo passo, desde que você esteja comigo. Se alguém acreditasse no que eu vejo e sinto, eles estariam tão apaixonados quanto eu fiquei sem demora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário