domingo, 25 de dezembro de 2011

A Desejar


Em algum lugar, intríseco, entre o palpitar de um coração e suspiro de uma alma, os sonhos começaram a se realizar. Aqueles sonhos de almoeda se tornaram particulares, restritos e contidos num sorriso; num olhar.

É lá que acordo, acima de uma estrela, inundado por serenidade, onde os problemas são voláteis, inodoros e indistinguíveis; onde tudo que me é caro se torna notável, só que toda minha atenção é focalizada para um baricentro definido pelo seu sorriso, sempre que estou com você.

A bem verdade é que todas as vezes que vejo os céus azuis e as nuvens brancas; o brilho do dia, eu percebo o quanto a felicidade pode estar contida em coisas pequenas, em coisas que preciso; no seu sorriso.

As cores da vida cada vez mais notáveis, a medida que um casal de estranhos na rua estão enamorados no seu próprio romance, e eu me pego numa nuance; desejando e anseiando para que você esteja ali comigo, para saciar a saudade, para mostrar a vida, ao amor e ao sol, o que é um romance de verdade.

Acho que por isso que toda vez que me pego solitário, observando uma estrela, deixo meus problemas evaporarem, deixo um sorriso inundar meu corpo, minha alma e minha mente; deixo você bater, entrar, arrombar e outorgar meu coração, deixo-me ser feliz, a desejar que você sempre esteja comigo, assim, simples assim, só comigo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Melífluo


Sua presença sempre foi assim: melíflua. Nunca duvidei disso, pelo contrário, sempre me peguei querendo mais de ti, mais que talvez você nem soubesse ter para me dar; mas nunca importou, sempre preferi roubar a receber, e assim tudo aconteceu como havia de ser. Pelo menos é o que vivo sussurrando para mim mesmo.

A cada regougo que dava ao meu coração, percebia que a parte furtiva de mim era tão temerosa quanto um vulpino em debandada, e que a cada três onzenas eu precisava fugir, para me reencontrar, e não associar toda a minha deformidade sentimental a você.

Uma parte era só isso, é bem verdade. Essa era a parte boa, a parte altruísta, a parte que sempre me orgulhei de admitir; porém sempre existe uma segunda parte (às vezes são inúmeras partes), e comigo nunca foi diferente. A segunda parte sempre foi bem simples, é que eu sempre fui um pouco pérfido com você, comigo e com o Amor.

Eu sempre quis ser poeta, protagonista, malandro e apaixonante; e sempre aprendi que os melhores dessa rara espécie simplesmente sumiam vez ou outra, por motivo nenhum, que não para chamar a Saudade. Por que a Saudade para o Amor é o que você sempre foi pra mim, desde o inicio: melíflua, e em algum instância há de viciar a todos. Como as lembranças que tenho de você, rindo, gargalhando, dançando, cantarolando; continuam a me inundar de sorriso e outras sensações inefáveis.

Eu fiz saudade, criei saudade, plantei e colhi; mas nunca esperei senti-la também, mas essa última parte não cabe a mim, cabe apenas a você. E seu sorriso... Um lindo sorriso melífluo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

À Bailarina Descalça


Sinto saudades; do sorriso, das palavras, do enigma, mas principalmente do vestido esvoaçando ao vento. De você sorrindo enquanto o sol inundava sua pele alva e seus cabelos carmim; mas o que mais me chamava atenção eram os pés descalços, bailando nos paralelepípedos, me encantando. Eram tardes auspiciosas, onde o amor era voluptuoso, e o tempo tempestuoso. Tudo me lembra a você;



Uma reprimenda pelo atrevimento,
Duas sobrancelhas erguidas pela discrepância,
Vários muxoxos pelo melindrar,

Tudo contido na tentativa de manter comigo para sempre aquela imagem.
De você, só você, Sorrindo, Soluçando, Enfeitiçando, Cantarolando.

Posso eternamente regular meu coração,
Ao dizer que você foi só um grande experimento,
Para minha obra, minha literatura, minha ciência,
Porém, decidi que chega de pseudo-núpcias,
Se há de haver amor, porque haveria de contermos os palpites, palpitantes?

Tudo permanece, as Flores, os Amores, os Sabores, a Voracidade, a Levianidade,
E principalmente você, Dançando, o mundo acabando, e você Dançando, Descalça, no meu Coração.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Cara ou Coroa


Existem pessoas que ficam em pedaços, quando estão dormindo só numa longa noite; enquanto isso, outras pessoas se satisfazem com o silencio que tem só para si numa noite de pura paz. Ao mesmo tempo que alguns ficam sorrindo a tôa por receber uma flor, outros derramam lágrimas ao jogá-las num túmulo branco. E no meio de tudo isso, a única coisa que lhe resta a fazer é ser você mesmo.

Toda moeda tem duas faces: alguém arrisca tudo para amar de verdade numa viela e alguns fogem de seus sentimentos; qual foi covarde e qual foi corajoso? Racionais ou insanos? Separados ou juntos... Toda escolha tem uma alternativa oposta que lhe leva a um possível arrependimento.

E no fim, tudo que lhe resta é dizer a você mesmo que você escolheu o certo para si, independente do resultado, porque na verdade a vida nada mais é que uma batalha entre você e você mesmo. Tem gente que vai chamar isso de egoísmo, na verdade, essas pessoas só não tem coragem de auto-confrontar e decidir serem elas mesmas.

Logo, não adianta perder o sono durante a noite, repensando nas possibilidades, tudo não passa de uma moeda lançada ao ar: só pode ser cara ou coroa, mas qual das duas opções realmente será a escolhida pelo destino? É a mesma coisa com você, e seus amores. É a mesma coisa comigo, toda vez que lembro de você, e das possibilidades que o gelo poderia ter dito de derreter com você, pela neve, do inverno passar, e da primavera chegar palpitando.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pétalas


As pétalas caem,
As estações passam,
O nó se desfaz,
Amores se perdem,
Vícios são superados,
Sorrisos são esquecidos,
As vitrines são trocadas,
Destarte, o Tempo vem levar tudo.

Mas as palavras tem um poder que ninguém consegue explicar, e por isso as suas pétalas que deveriam murchar, foram guardadas num livro. Eu ainda tenho amores guardados assim; ainda tenho um pedaço de mim que é seu. E está bem guardado, com amor, suspiros, parenteses, letras e palpites.