sábado, 14 de fevereiro de 2009

Passos

A cada passo que dou para frente percebo o quanto minha busca está distante de ser alcançada. E cada passo que dou é uma nova tentativa de encurtar essa distância. Já dei passos largos, curtos, em marcha ré e para os lados, mas todos foram importantes para eu não voltar a usar dos mesmos passos. Os meus passos na verdade são minhas tentativas de descobrir quem sou eu. Já tentei descobrir a resposta dando passos no sinuoso caminho no amor, e falhei. Já tentei encontrar a resposta do afortunado caminho da amizade, e falhei. Já tentei na minha familia, e falhei. Mas eu sempre continuo a tentar. Não é porque eu sou brasileiro e não desisto nunca, é só que se eu já tentei uma vez, porque não duas? Três? Quatro? Infinito? Não é otimismo, é só que não vejo nenhuma vantagem em desistir por covardia de falhar. A covardia anda ao lado do arrependimento, e a cada passo que dou na minha busca, mais percebo que não quero voltar a me arrepender. E sabe, as falhas foram mais beneficas para mim do que qualquer acerto, porque com elas eu ganhei experiência, e isso não tem valor. Experiência para não errar de novo, está certo que às vezes eu repito um erro, mas é porque eu ainda sou uma criança, brincando de ser adulto. E graças a essa experiência passei a criar personagens para agradar as pessoas ao meu redor, personagens que fazem parte de mim é verdade, mas que não são a minha verdadeira essencia, são uma fração do que aprendi com meus erros. Tudo porque eu tenho medo de parecer arrogante demais, por nutrir um amor-próprio muito grande. Longe de eu me achar perfeito, a perfeição é mórbida. Eu tenho defeitos, e muitos. E adoro isso, pois sei que assim continuarei a errar e só assim poderei ter aventura na minha busca. Uma busca que precisa ser dada de passo em passo, para que eu não perca nenhum detalhe. Uma busca que só um tolo feito eu poderia entrar, uma busca pelo Amor e pela Felicidade, pois sei que eles estão aí em algum lugar, mas precisamente em alguém. E sigo caminhando, com uma pitada de romance no bolso, para que um dia possa passá-lo adiante quando meu objeto for alcançado.

Bruno Tôp

Lily

Lily não quer mais esperar,
Sua guitarra ficou na janela,
E poderá se molhar.

As nuvens cobriram o céu,
E até os desenhos no papel,
Borraram na mão dela.

Piso no acelerador,
Para não vê-la chateada,
Mas ela parece entediada...
Sua vida não tem cor.

Olhos de esmeralda,
As vezes são tão frios...
Você poderia me fazer um favor?
Desperte desse vazio,
E me conte sua história.

Depois de conferir sua guitarra,
Ela pegou duas cervejas,
Para contar do seu passado,
Começo a me interessar mais ainda,
Por essa garota misteriosa.

São instigantes lembranças...
Que moldaram um garota singela,
Às vezes ausente,
Com pensamentos diferentes.

Ela me perguntou se acreditei...
Acho que ela foi sim uma rainha,
Na verdade ela ainda é,
Só não percebe que seu reino mudou.

Seu reino deixou ser sua casa,
Assim que ela voou,
Com suas flamejantes asas,
E num certo coração pousou.

Hey Lily, seu reino é meu coração,
E por mais estranho que pareça,
A cada novo poema que componho,
Sei que te realizo um sonho.

Então não se importe,
Eu estou aqui por você,
E permanecei independete da sorte,
Até a minha morte...

Assim está bom?
Ou você ainda quer outro tom?
Te darei um beijo,
E posso oferecer uma flor,
Mas meu coração...
Já está em sua mão.

Bruno Tôp

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Divagações de Tôp XXII - Maroto

Papai me ensinou a não perguntar,
A curiosidade me fez desobedecer,
Palmadas tive que levar,
Mas e daí?
Sempre é bom espairecer.

Prometi ser um bom garoto,
Deveria ser quietinho,
Mas não é meu tipo,
Sempre fui muito maroto.

Ele sempre me desejou advogado,
Só porque eu falo bastante,
Mas percebeu de uma forma frustante,
Que sou muito relaxado.

Tomara que não o tenha decepcionado,
Afinal ser um poeta,
E também professor,
É algo que faço com muito amor.

Mamãe disse pra eu rezar,
Que papai do céu,
Sempre iria me ajudar,
E talvez meus desejos realizar.

Pra eu me comportar bem,
Senão ficaria de castigo,
Mas sempre fui treloso,
Eu sabia que não era legal,
Mas era meu natural.

Com seu abraço como abrigo,
Aprendi a ser carinhoso,
E assim ela percebeu que comigo,
Não teria nenhum problema,
Só vários poemas.

Eu sou quem eu quero ser,
Mas só sinto meu coração bater,
Quando penso nela,
Quando estou com ela,
E faço poemas sobre ela.

Bruno Tôp

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Divagações de Tôp XXI - Doce Angústia

Garganta engasgada,
Visão embaçada,
E as lágrimas sem descer,
Não sei o porquê,
Mas elas não querem descer.

É uma aflição,
Que corrói meu peito,
Uma aflição no coração,
Que não tem explicação.

Ela me entristece de um jeito,
Que passo o dia angustiado,
Posso estar sendo mimado,
Mas a dor é angustiante.

Será que foram relações mal resolvidas?
Ou foram antigas feridas?
Que foram reabertas,
E permanecem incertas?

Eu não sei a resposta,
Só sei que minha alma,
Não esta nem um pouco disposta,
Há manter essa calma.

Não consigo manter...
Não essa calma frustrante.
Ela esta me consumindo.

Perguntas sem respostas,
Feridas reabrindo,
O que mais poderia querer?
É o que mereço por assim ser.

Tão romântico e sincero,
Tão cheio de cantadas,
E sem nunca saber o que quero.

Mas essa agonia vai passar...
Pelo menos eu espero,
E já estou a tentar,
Um novo amor.

Porque meu sorriso galanteador,
Esse não consegue parar,
De se apaixonar,
E se esbaldar...

Bruno Tôp

Éden

Eu quero voltar a sonhar novamente,
Aquele que eu desperto,
E que eu estou morto,
Mas eu abro os olhos
E me deparo com um sol do amanhecer.

Eu fui o primeiro a saber,
Que ali era o Éden,
Esperando para nascer...

E Todos meus amigos,
Que deveriam estar no meu funeral,
Estão ao meu redor,
Esperando algo maior...
Algo como o amor,
Que fará à todos bem.

Eu estou bem no centro,
Esperando você aparecer,
A vida está te esperando,
Para poder recomeçar.

Todo os sonhos dentro dos corações,
Foram jogados ao ar,
Como as flores espalham o polén,
E as árvores apontam para o céu.

E nossos peitos,
Agora palpitam de emoções,
Enquanto voamos pelo céu azul,
E mesmo sabendo que vou cair,
Eu ainda estou a sorrir.

Eu estou aqui dentro,
Do seu coração,
Esperando você me dar sua mão,
Para criarmos nosso próprio mundo.

Eu não consigo viver,
Muito menos respirar,
Sem você perto de mim.

Eu não consigo continuar,
Nem mesmo a sonhar,
Sem seus o gosto de seus lábios carmesim.

Ei, eu estou aqui,
E aqui vamos nós,
Até onde alcance a sua voz,
Podemos criar a felicidade,
Em apenas um segundo...

Escute a lira de Orfeu,
E saiba quem sou eu,
Seu par eterno,
Que só inventou o inverno,
Para poder abraçar.
E nos seus braços se esquentar,

É esse sou eu,´
Um apaixona sonhador,
Que nos seus olhos e cabelos,
Encontrou a cor,
Para afastar todos os pesadelos.

Bruno Tôp