quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fogueira

Ela é macia, quente, seu abraço um tanto aconchegante, segurá-la em meus braços foi mais natural do que poderia imaginar; seu perfume é uma doce promessa que me traz lágrimas aos olhos. Foi assim que me despedi, sem nem perceber que era uma despedida.


Por menos um ciclo do sol, eu a conheci, me apaixonei, me viciei, desapeguei, abandonei, reapaixonei, enjuei e ignorei. Tudo tão rápido, mas de uma forma tão intensa, que foi um amor para uma vida toda; pena que esse amor não durou nem mesmo a vida de uma vespa, que nasce na primavera, e morre num inverno.

Foi mais ou menos o que aconteceu com ela, como uma vespa, que visualiza uma fogueira. Pobre coitada, hipnotizada, lá no fundo sabia que seria o seu fim, mas não resistiu aquela luz, e foi em direção a fogueira.

Pobre dela, que sempre foi contra ao que eu queria, e sem perceber, não teve escolhas, veio até mim, deixando morrer sua parte mais inocente.

E aí, depois do pequeno hiatus que preguei ao seu coração, ela aprendeu a se proteger de mim, de uma forma que nunca esperei. Pois é, como eu sou um mal perdedor, não aceitei aquela defesa.

Eu nunca fui um vencedor, porém, nunca aceitei a derrota. Na verdade, é algo bem além, essa caracteristica é do meu coração, que simplesmente não sabe perder. E desde então, eu desapereci, a fogueira se apagou, e a pobre vespa ficou desnorteada, no escuro, sem seu vício para lhe guiar.

Mas essa é só mais um romance, que como todo romance que se prese, teve seu início, seu meio, e seu fim.

Pois por definição, romance tem que ter um fim.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diabinha Veste Verde

Eu te conheço faz tempo,
E desde sempre, gostei do teu jeito de ser,
De sorrir, conversar,
Seu jeito de olhar o céu, encarar um estranho,
E gostar de viver;
Sei lá, sempre gostei.

A gente nunca se aproximou,
Mas sempre se deu bem,
Tinha aquela possibilidade de ir além,
Só que nunca tentamos.

E aí, do nada, eis que me apareces toda intrometida,
Querendo falar da tua vida,
Mergulhando de vez na minha;
Só podia ser mesmo uma diabinha.

Você, Eduarda Menezes,
Que nem sempre é forte o bastante,
Pra mim é verde, às vezes, muitas vezes!

Como uma fruta que ainda não é madura,
Uma diabinha que veste verde,
Pois ainda não está pronta para o mundo,
E mesmo assim vai com tudo,
Pois não quer perder nem o segundo,
A chance de aproveitar sua vida.

Como uma autentica escorpiana,
Gosta de um carinho e de um ombro amigo,
Impulsiva e emotiva, sempre insegura;

Surgisse mais na minha rotina mais incoveniente que uma conjutivite,
Folgada, contagiosa, e que não deixa em paz,
Mas eu simplesmente tomei gosto por isso; vai entender.

Meu tipo preferido de amiga,
Pra aconselhar, instruir e fazer sorrir.
Pode parecer meio artificial,
Porém, eu garanto que não é, gosto de muito de ti, assim, de graça.
Sei bem que quando o ano chegar ao final,
A gente pode nem dar manutenção nessa nova amizade,
Mas sei lá, eu gostei tanto, que senti vontade de demonstrar,
Que tou aqui sempre, pra você me aperriar.

É sério, cada vez mais, gosto um tanto assim de você,
Já que num mundo cheio de pseudo-anjos,
Nada mais confiável que uma diabinha insegura não é verdade?

Pois bem, serei seu advogado e conselheiro,
E espero que não só por agora,
Que seja uma dessas amizades pra todas as horas,
Que você simplesmente não vá embora.

Simplesmente porque me apeguei a você,
Não quero abrir mão de convencer a aloprar,
Nem de acordar contigo ligando pra me aperriar.
É sério, te quero como uma amiga,
Por muito tempo,
Como um pacto que se faz com uma diabinha,
Você será uma amiga, bem minha.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Gravidade

Se eu te disser que um sonho virou fato,
Que algo, antes tão abstrato,
Hoje é tão nítido e real,
Quanto o azul do céu e do mar.

Sempre quis ter um amor assim,
Para que todos pudessem invejar,
Que transbordasse de mim,
Fazendo sorrir o sol, a lua e o que pudesse amar.

E simplesmente, eu consegui isso em você,
Acho que por isso sou tão grato,
Por toda vez que te tenho nos meus braços.

Se eu pudesse fazer um desejo,
A uma andarilha estrela cadente,
Seria poder me eternizar num dos nossos beijos,
Poder gravar permanentemente,
Cada sorriso seu, que me aquece tão docemente.

E cada vez mais, eu sinto que vou me apaixonando,
De uma forma que ninguém poderia achar ser possível.

Vou te querendo mais e mais,
Anseiando pelos momentos que posso estar contigo,
Pelos únicos momentos em que meu coração tem paz;
Quando te enlaço no meu peito,
Te dando abrigo.

Eu me enfeiticei pelo seu brilho,
Se antes eu achava que eu gostava dele,
Hoje tenho certeza que não se compara ao que sinto hoje;
Muito maior do que a grandeza do infinito,
Da incerteza do que é verdade e do que é mito.

Hoje você é pra mim,
Nada mais que um sol, cheio de dengo,
Com preguiça de queimar, e assim suave,
Vem me esquentar, derreter, acalentar.

Eu te amo,
E é como se eu te amasse desde sempre.
Como se nosso amor fosse o sentido pra tudo.

Como se o que me prendesse hoje ao mundo,
Não fosse a gravidade,
E sim o amor que sinto por você.
É como se tudo que prendeu-se a minha vida no passado,
Tivesse sido cortado,
E no lugar, fui preso a um novo laço,
Bem forte, como um cabo-de-aço,
Preso ao seu sorriso, ao seu olhar,
Ao seu modo de respirar.
 
Você não percebeu ainda,
Mas assim como o sol tem seu sistema solar,
Girando ao seu redor,
Meu andar, respirar, pensar e pestanejar,
É atraído por toda sua completude;
Você meu sol, me atraiu,
Como se fosse a minha Gravidade.

Quero que nosso tempo,
Seja bem maior que o tempo,
Assim como nosso amor,
É maior que o próprio amor.
Eu te amo,
E obrigado por me fazer tão bem,
Que me fez sonhar bem além.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Brinquedo Novo

Simplesmente não fazia muito sentido. Nunca fez nenhum, na verdade; sempre foi assim mesmo. Não era amor, nem saudade; era uma vontade guardada, ou algo por aí.

Era como um brinquedo novo, que estava escondido no guarda-roupas do seu pai. Ela abriu o embrulho, mesmo sem saber se era dela; brincou, e antes que o pai chegasse colocou no lugar; não podia se apegar ao brinquedo, não sabia se era seu, não deixaria seu coração se machucar levianamente.


Foi o sonho que ela teve, dois meses e meio depois que eles pusseram um fim naquele hiatus aberto, chamado de amor-amizade.

Manteve os olhos fechados, não queria se distanciar do sonho; era de quando ainda era criança, e os únicos problemas do seu coração eram brinquedos novos. Tinha sido fisgada dos sonhos pelo som de uma sms nova no celular, mas não queria olhar, preferia tentar voltar para o sonho.

Desistiu quando sentiu uma saudade apertar. A saudade cheirava a alecrim. Sentiu água na boca, uma vontade de sorvete de acerola; a memória voou, para a última vez em que ela se deixou ser dele.

Ele insistente apareceu na casa dela, a pleno meio-dia de terça-feira, só para trocar os presentes que haviam prometido um pro outro, ela estava fugindo há tempos desse encontro a sós; ele anseando. Não podia tê-lo só para si, então preferia não tê-lo, preferia só estar perto dele. Só que ele não queria isso, no final, fraquejou à vontade dele, e pronto; prometeram que nunca mais repetiririam isso até que ele pudesse ser dela.

Olhou a sms, e sentiu o peito apertar, nó na garganta. Tudo porque ele tinha sido egoísta para não querer seguir adiante sem que eles pudessem se ter. Ele prometeu, é verdade, que não tentaria mais, e para cumprir a promessa, estava fugindo dela. Já fazia dois meses que fugia, e fugia. Egoísta e covarde. Re-leu a sms e deixou os lábios se contraírem. Esse jeito poetico sempre a fazia sorrir um pouco.

'Queria conversar contigo, nada de mais, sobre tudo, sobre nada, uma conversa de botas batidas sabe?'

Ela queria vê-lo, queria mesmo, não aceitava bem a história dele ter fugido.

Levantou e decidiu não se importar mais; deixar que o acaso guiasse o coração, como tinha que ser. Respondeu apenas o seguinte.

'To com saudade de você, dos palpites e sorrisos'; e deixou que ele voltasse para jogar sua vida num liquidificador novamente; lá no fundo ela gostava; seu coração era louco, bem sabia, e não iria ser ela que iria impedi-lo de se divertir.

Bruno M. Tôp

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que um ‘Eu te amo’ carrega.

Já percebeu como a gente se dá tão bem? Do nada bate uma vontade de estar contigo, te abraçar, dar beijo, como a gente não pode se ver o tempo todo; a solução é te ligar só pra dizer ‘eu te amo’, mandar uma sms cheia de declarações. Pode ser em qualquer dia, ou qualquer hora; na verdade, a grande graça dessas atitudes é não ter hora marcada não é mesmo? E o mais engraçado é que nós dois fazemos isso, sempre que sentimos vontade.

Às vezes eu tenho medo que seja muito piegas de minha parte, ficar dizendo ‘eu te amo’, tantas vezes, mas é que essa frase carrega tantas coisas que eu quero falar, mas que não consigo expressar. É complicado demais, por isso repito-a tanto, para que você nunca duvide disso. Deixa eu tentar explicar, uma pequena parte do que meus inúmeros ‘eu te amo’ significam:

Você me é assim um tanto especial; digna de receber tantos apelidos carinhosos quanto minha imaginação de poeta pode concretiza, por mais abstrato que amor seja, para mim ele é completamente concreto nos laços que atamos juntos.

Mesmo sendo tão diferente, é como se simplesmente fossemos feito um para o outro. A nossa vontade de ficar juntos foi tão grande, apesar de tantas adversidades (impostas por nós ou não) que se tornou Amor; um daqueles que até O Tempo sentiu inveja. Eu não o culpo; de todas as pessoas, divindades e tudo o mais que observam nossa sincronia, quem não sente inveja da gente? O nosso amor é assim tão puro e belo, perfeito até nos defeitos e desentendimentos. Você me faz um bem enorme, que o tempo que passamos juntos, é ínfimo, tão pouco, quase nada comparado a minha vontade de você. Agora parando pra pensar, acho O Tempo percebeu isso, e como não podia roubar de nós a intensidade de nosso amor, decidiu tomar de nós o tempo que tínhamos para ficar juntos, a sós, aproveitando a companhia um do outro; só que ele falhou em ir veloz, pois a saudade só fez aumentar a necessidade que eu tenho por você, a dependência que meu corpo sente pelo teu abraço.

Desde que me levanto pela manhã, sinto um comichão gostoso surgir pela minha face, eu dou um sorriso e lembro do sonho bom que tive com você; daí em diante já fico aguardando o dia que vem, pra poder te ver, e tentar fazer o tempo esperar, como esperei, numa eternidade (mesmo que sejam os dois segundos que fiquei esperando você voltar do toalete). Quanto mais eu paro pra pensar, mais penso em você; e quanto mais lembro; mais lento o tempo decide passar para mim, tanto que ele parece estagnar, de uma forma que só um Tempo invejoso sabe fazer! E quando finalmente tenho você, já nem sei que dia é hoje, nem sei se passaram semanas, anos, minutos ou meses desde que comecei a encarar o seu olhar; é como se esse olhar me levasse até uma dimensão a parte, onde o tempo não tem vez, e que cada vez mais, brilha intensamente, toda vez que ficamos a nos encarar.

Se eu olho para trás (para o tempo em que estamos juntos) fico muito confuso; às vezes acho que já passou tanto tempo, pela intimidade e intensidade que a gente construiu, e ao mesmo tempo, acho que não passou quase nada, que nosso futuro precisará de muito mais que milênios para se concretizar. E o tempo vai passando assim devagar, do jeito que eu sempre quis; nosso amor é daqueles tão raros e místicos, capaz de alterar o espaço-e-tempo contínuo; não só para mim, para nós dois.

Eu sempre desejei poder domar O Tempo, e agora percebi que nunca pude fazê-lo; só quem tem essa habilidade é o Amor, e ele o faz, forçando o tempo a passar devagar quando estou contigo, e ao mesmo tempo tão rápido! Na verdade, os parâmetros que conhecemos para o tempo, simplesmente não funcionam. Você entende o que quero dizer? (na verdade nem eu entendo muito, só sei que faz muito mais sentido quando paro de pensar com a cabeça e passo a pensar com o coração).

Se um dia eu conseguir lhe mostrar o tempo que vivenciei antes de ti, talvez você entenda o porquê de eu não querer sentar para discutir, de eu ser assim meio retraído, simplesmente por saber que o tempo vai passar rápido para mim! Nem adianta fazer birra, embora aquele biquinho seja extremamente lindo, você tem que me entender quando peço um tempo para você me ouvir (ou apenas para eu me ouvir).

É meio difícil de aceitar eu sei, mas é a única solução para mim; que congelei, fugindo do amor; até lhe conhecer estava tendo êxito, mas por me auto congratular, acabei caindo nessa armadilha, e não sabia como me portar, quando o amor veio me chamar (acho que esse foi o grande x do problema de termos demorado tanto a dar certo); quando você me descongelou, roubando da raposa a escolha de amar, acabou por me deixar nessa dúvida tremenda: será que o tempo vai ter tempo para amar? Ou será que no fim, eu terei que ficar só, como fiquei tão bem quando me congelei? E então, se todas as cicatrizes voltarem a latejar, para onde vou poder fugir? Bem você, sem perceber me deu essa resposta! Se tudo o mais falhar, poderei me esconder no único abrigo que confiaram a mim; o seu coração, único ponto onde me sinto confortável o suficiente para não temer o futuro; pois quando meus olhos estão refletidos nos teus, sei que o tempo vai esperar, até a eternidade do nosso amor se perpetuar.



Agora você consegue entender quanta coisa o meu ‘eu te amo’ carrega? Eu te amo.

Bruno M. Tôp

domingo, 3 de outubro de 2010

palavras não-ditas

Eu decidi publicar isso aqui mesmo, pra vê se eu perco logo essa vergonha/ mania de não declarar abertamente o que realmente sinto, pra vê se de fato eu consigo acabar essas palavras não-ditas.

Nem sei por onde começar, porque é tanta coisa, e ao mesmo tempo é bem simples: eu te amo, desde sempre e pra sempre. É algo muito abrangente e muito simplório né? Então vou entrar em detalhes. Sabemos que relacionamentos entre irmãos são muito complicados, e que é assim mesmo, implicância predominando, poucas palavras de carinho, bem nós não íamos ser diferentes dessa regra, só que cada vez mais eu percebo que essa regra é uma tremenda idiotice! Sabe me bateu um medo tão grande que talvez, por futilidade minha eu não iria conseguir dizer tudo que quero, e há muito tempo quis dizer a ti; não eu decidi mudar as coisas, tirar esse peso do peito sabe?

Todo mundo tem um herói na vida, você é o meu; mais que isso:  meu objetivo, meu rival, meu alvo, meu amigo, meu ponto de apoio, meu baricentro, sem perceber, desde pequeno eu me foquei em você. Thiago era como se fosse o outro baricentro, se é que isso faz sentido; e se houve uma coisa que nossos pais fixaram na nossa cabeça foi ‘cuide de seu irmão, família é o que há de mais importante’; eles não podiam imaginar as conseqüências que isso ia ter nas nossas cabeças após aquilo que aconteceu. Não foi culpa de ninguém, foi uma fatalidade; só que mesmo assim, todos nos culpamos, um vazio se instaurou, tomou conta, e as palavras que normalmente não eram ditas, foram extintas.

Eu tentei de todas as formas, dominar-me para dizer isso, que não era sua culpa, que você nos protegeu muito mais do que um super-herói faria, mas nunca consegui. Fui infantil demais, egoísta demais, tímido demais. E eu fui te perdendo, a gente foi se afastando, você continuou a me proteger, silenciosamente, e eu continuei a aceitar isso, silenciosamente; as palavras se perderam entre nós dois.

Hoje bateu uma saudade enorme, de te ter por perto, saber que tu estás aqui era suficiente pra eu ficar bem sabe? Em paz. Eu não sei explicar, só sei que me sentia muito bem indo no teu quarto fedorento te dar um cascudo, ou te fazer dizer ‘saii porra!’; sei lá, deve ser coisa de irmãos!

Tudo que eu fiz, e que faço, é pensando em ti sabia? Tudo é derivado de uma comparação que faço contigo, com teu passado, com teu futuro, com o que tu vai pensar, como tu vai agir; e acho que é por isso que tenho andado tão perdido ultimamente. É que tu nunca me julgasse de verdade, tu nunca falou nada sabe? Então eu segui em frente, sempre; pois quem cala consente, tu sempre estivesse aí me olhando, guardando, e eu fui vivendo, pra te orgulhar. O que mais quero na vida, é ter um filho e torná-lo teu afilhado, pra que ele te admire tanto quanto te admiro, para que ele tenha alguém tão bom pra se espelhar, pra se projetar! Painho e mainha são pessoas excepcionais, não tenho duvidas disso, mas se existe alguém que admiro cegamente, é você, talvez pelo que a vida nos proporcionou, talvez pela nossa incompatibilidade conversacional; não sei se tu percebeu, mas somos tão parecidos em gostos e tudo o mais, e mesmo assim, somos tão distantes. Não quero que isso mude não! Simplesmente seria estranho que tu chegasse para mim para dizer cada detalhe da tua vida, HSUIHSUIHUS, ia ser até assustador. Mas eu queria voltar aquela época dos meus 14 anos quando ia dormir no teu quarto e contava um pouco da minha vida, e perguntava da tua sabe? Ter mais que ações expressadas. Em algum ponto da nossa vida, a gente esqueceu que as palavras também demonstram sentimentos, não são só ações, acho que por isso que estou escrevendo esse texto.

Quero te dizer, que tudo passa, menos o  nosso laço. Um dia, provavelmente, painho e mainha terão ido, e só restará nós dois; poderemos ter nossas próprias famílias, só que ainda assim, meu baricentro será você; muito provavelmente eu vou ter esse mesmo laço com meus filhos, e quero educá-los do jeito que fomos educados por  nossos pais, para que meus filhos amem os irmãos no mínimo a metade do que te amo.
Se existe alguém que me conhece, sem eu nunca ter me explicado é você, eu pelo menos acredito nisso. Cada mentira, cada detalhe, cada disfarce, tu conhece e reconhece.

Obrigado por existir, obrigado por me proteger. Desculpa por esse tempo todo que me escondi, é só que, as palavras queriam sair, e eu tinha medo da tua reação após ouvi-las. Eu tentei, por duas vezes falar isso pra tu esse ano, no aeroporto, e no dia do teu aniversário, e falhei miseravelmente em ambas né? Só que a partir de agora, espero que seja diferente, vou moldar as palavras não-ditas em sorrisos, que virão a existir após eu expressá-las.

Não precisa voltar agora não, eu agüento de saudade, o destino é teu, a vida é tua; só não esquece disso, independente do que for, seja de boa ou de má índole, eu vou te de ajudar e apoiar, sempre, posso até fazer de má vontade, mais nunca vou te negar nada, de verdade, por isso, conta comigo pra tudo, pois eu preciso de apoiar, como teu irmão mais novo, como Thiago faria junto comigo.  Hoje eu vivo por nós dois, por nós três, para sempre. Esquece disso não ta? Te amo, meu herói, grande irmão. Fica com Deus, e continue sendo essa pessoa maravilhosa, que um dia, eu chegarei aos pés.




P.S.: na minha cabeça o texto tinha ficado bem melhor, olhando no papel, ficou meio piegas, mas foi o que saiu ao mesmo tempo que desciam umas lágrimas e o nó apertava na garganta!
P.S.2: APROVEITA AS NEGAS AI DA EUROPA! Hehe, tinha que dizer isso.

Bruno M. Tôp

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Maria Crítica, Minha Cítrica

Toda recalcada
Detém uma língua bastante afiada;
Aprendeu a repelir qualquer aproximação,
Temendo a soma de mais um arranhão,
Numa alma cansada de ter a confiança machucada.

Se me recordo bem,
Na nossa primeira conversa,
O que prevaleceu foram opiniões diversas,
E ao final de farpas e olhares de nojo,
Restou um rancor consistente.

Sem sabermos, éramos (a ainda somos),
Opostos de signo e ascendentes,
Dos signos mais desconfiados, carentes e apaixonados:
Eu, câncer, não cedia minha concha,
Ela, capricórnio, apontava seu corno como uma lança,
Cada qual se protegia como podia,
E por isso acabamos batendo de frente,
Olhando para outro amarguradamente.

Já que tínhamos algo em comum,
Que não iríamos abrir mão de jeito nenhum,
O tempo foi o melhor remédio para mostrar,
Que nossa discordância,
Na verdade podia era uma grande semelhança.

Seu ascendente era meu signo, e vice-versa,
Talvez por isso, que a cada nova conversa,
Começávamos a nos dar tão bem.

Isso porque Maria Resende,
Tinha aquele seu tom crítico,
Que somado ao seu sorriso cítrico,
Azedo para quem não aprecia,
Refrescante para quem compreende,
Cada vez mais se tornou necessária no meu dia-a-dia.

Foi assim que cada vez mais,
Fui sendo cativado a entender o jeito ela sorria,
Um sorriso digno do nome Maria;
Daqueles tímidos e aprochegados;
Sem perceber, nós, que antes víamos no outro o oposto,
Descobrimos ter quase o mesmo gosto.

E eu que sempre quis ter uma Maria,
Pra chamar de ‘Minha Maria’,
Hoje tenho uma amiga,
Muito melhor que todas e qualquer outra Maria famosa.

A minha é de toda amorosa,
Uma amiga meio receosa, cítrica do seu jeito de ser,
Da formar como aprendi a amar e proteger;
Dona de um coração deveras raro de encontrar,
E mais ainda de não se apaixonar,
É uma amiga grande amiga pra todas as horas,
Uma das únicas que nunca vou deixar ir embora.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Teto

A gente vai ficando velho, e deixando o tempo assassinar nossos sonhos.

Sempre com a mesma desculpa; 'continuo isso mais tarde', mais para mim mesmo, do que para os outros, sem perceber, eu deixei meus sonhos de lado, assim como a maioria das pessoas. Deixei o tempo se enferrujar a minha visão da vida, as cores que antes via nas coisas pequenas, como poder fazer o tempo esperar, como esperei, e ficar sem fazer nada, dando um tempo só para mim; não agora, os tempos que passo de forma boemia, são tempos de angústia, em que o guloso espírito de responsabilidade rouba a graça da vadiagem.

É como eu sempre soube, os seres humanos quando envelhecem, deixam de sonhar, simplesmente por enxergarem algo que quando eram crianças, nunca terem percebido; Há um teto acima de suas cabeça, que restringe suas ações e reações, que inibe suas vontades e espontaniedade, um teto chamado responsabilidades. E a única fuga para ele, é olhar de lado e ver numa janela, um céu azulado que se desenha acima da cabeça de seus filhos. Por isso que os pais se contentam em realizar os sonhos dos filhos; não é por eles não terem sonhado nunca, é só que, seus sonhos estão invisíveis, ocultados pelo teto acima de seus desejos juvenis.

O Amor que outrora, teve tantas definições, hoje é apenas uma parte que me entorpece numa rotina que se eu parar para avaliar como deve ser avaliada, a saída de emergência guardada nos meus pulsos, será usada. Uma ilusão, minha vida, muita dor, esperança, sonho, alegria, um vício, o que há de mais maravilhoso, uma sensação de vazio e ainda assim, apenas uma palavra. Eu esqueci que o Amor já foi tudo isso para mim. Meu teto me impede de perceber essas coisas tão óbvias assim.

Agora, o que me resta, é tentar fugir um pouco mais desse teto, mas pelo que me parece, o tempo não vai deixar, ele está zangado por eu ter aproveitado do amor de forma tão hipócrita e criminosa. É isso que dá, afirmar ser raposa, ter coração de gelo, e nem ao menos saber, quais sentimentos são verdadeiros.
  
Bruno M. Tôp

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Guardado na Gaveta

E um dia, eu simplesmente acordei livre.

Os grilhões que me prendiam a você sumiram. A abstinência finalmente passou; a necessidade, vontade, anseio e desejo; simplesmente se esvairam.

Enquanto bocejava, sentia uma nostalgia estranha; era como se um peso tivesse sido tirado do meu peito; era um alívio e ao mesmo tempo, triste.

Sem perceber, enquanto escovava os dentes, duas lágrimas escorreram pelo meu rosto; um sorriso de compreensão se espalhou pelos meus lábios.

Fui até meu quarto, até a estante que havia escondido nossa foto, aquela boa e velha amassada foto, que foi molhada por lágrimas de alegria e tristeza, que foi amassada e restaurada, beijada e quase rasgada; a observei. Olhei seu sorriso, e nada. Nenhum arrepio, nenhuma saudade, apenas o nada. E eu a guardei novamente, lá no fundo de uma gaveta, para amores passados.
Parece que finalmente a minha decisão de desaparecer deu certo. Abri a cortina, vi algumas nuvens escondendo o sol; hoje vai chover, mas não importa, eu simplesmente estou livre de você.

Bruno M. Tôp

terça-feira, 17 de agosto de 2010

pra sua coleção.

Você é sempre assim, instável, diferente, desse tipo, que conquista dizendo não querer, mas na verdade, nós dois sabemos que você quer. Um dos piores cafajestes já existentes, aquele tipo que alega ser cafajeste, tendo boa intenção, e que na verdade, é muito pior, sem pudor, sem amor, sem sentimento… É, você foi me dando palpites, me mostrando atalhos sobre seu jeito de ser, como um livro complicado que é, e que ainda não terminou de escrever, me dando apenas frases soltas, que me custaram muito tempo, e lágrimas para te entender… É, só você tem esse poder.

Quando aparece, quer me monopolizar, meu amor tem que ser só seu; porém, já te disse, eu te amo, só que não te amo pra querer te ter só pra mim, porque sei que você já ama outra (ou outras), e não posso exigir monopolio, eu sou assim, insegura, pessimista, e também, nunca te quis tanto assim. Acho que essa é minha sorte, eu ter me protegido, ter me precavido, me impedido de deixar esse sentimento aumentar, veja bem, se te amo assim, do jeito que somos, imagina se fossemos um casal ‘normal’, você me teria não só na mão e no coração (que você já tem), como teria numa gaiola, presa para quando você quisesse brincar de conquistador de corações; E se meu amor não for só seu, você fica estranho, não reage bem, e às vezes, resolve me conquistar mais ainda. Me pergunto se o destino foi cruel ou não, em me apresentar a você.

Nos viciamos mutuamente no contato diário, no carinho, nos abraços, nas conversas, nos conselhos, nas cantadas, e foras. Você parecia saber como fazer, sem ter noção do que fazer, e acabou dando no que deu, no que somos.
 E ai, você desaparece, me deixando com um buraco no peito, buraco que não pode ser preenchido por outro, que por você ter um coração deformado, acabou por deformar o meu, e agora, eu separei um pedaço (bem grande) só pra você, só pra nossa relação, e eu tenho medo, que você decida realmente desaparecer, decida que não sou mais importante pra você, porque eu sei que você já fez isso com outras, você nunca me disse, mas é minha intuição, e ela, quando se trata de coração, não erra.

Te vejo errando mais uma vez, não tenho porque me meter, afinal não é pecado, é seu jeito de ser, um jeito que você me fez amar, só que eu tenho medo, que esse seu jeito (de viver, de sonhar), acabe fazendo outra pessoa sangrar, como eu sangro, toda vez que você some de mim, e depois volta com juras de amor, dizendo que sempre terei meu espaço em você, mas que espaço é esse? Já que existem tantas outras, e no minimo duas com posições superiores a minha? O pior é que você sabe que está errando, admite isso, com toda a convicção do mundo, e dá esse sorriso encantador, dizendo ‘o mundo é assim mesmo, não existe ninguém perfeito, esse é um dos meus defeitos, e não quero modificá-los’ na maior cara de pau, sabendo, que lá no fundo, você me convence, que errar, nem é tão ruim assim… Logo, me fazendo errar ao me entregar para você.

E então, como eu já sabia, mais uma mudança. Você percebeu? Está fugindo da minha vida, e o pior, está fazendo isso de forma lenta… Eu deveria te expulsar de vez não é? Mas eu também não tenho juízo no coração, por isso, se estiver perdido, é só avisar, que eu te mostro o caminho de volta… Eu sei que sou louca, mas a insanidade, nessa situação faz todo o sentido! Estou aproveitando cada segundo, antes que isso aqui vire uma tragédia.

Se quiser, pode procurar uma timbre mais timido que o meu quando estou com vergonha das suas cantadas, ou um sorriso mais belo que o meu, quando fico escarlate analisando seu sorriso, porém, o que você quer, na verdade ainda está em mim, logo, não adianta procurar muito, eu sempre estive aqui, só você não ainda não percebeu isso. Todas as minhas amigas vivem me bombardeando com perguntas sobre ‘nós’, e eu digo que somos amigos que se querem muito bem. Elas não sabem, nem você, mas quando você se vai, e leva o ‘s’, mas ainda resta o ‘nó’, que deu no meu coração.

E mais uma vez, você volta, só que dessa vez, eu estou preparada, mesmo que não consiga resistir, vou te encarar nos olhos, e fingir que nada aconteceu… Só que você me vê vermelha e acha graça, só que sei que não ficarei bem na sua coleção de corações, você o deformou, para encaixá-lo no seu coração, e agora, ele não tem valor nenhum, a não ser pra mim. O deixa assim, pairando no ar, sem nada, sem graça, só com esse amor tortuoso, e meu espirito está assim cansado, intacto, calado, só inala, exala, e guarda você.

Se pudesse realizar um desejo, queria que só por hoje não mais te ver… Gostaria de sumir, desaparecer, passar por ti, e não consegui te sentir, não ansiar por esse sorriso torto e simétrico, nem branco nem amarelado que faz minhas pernas tremer; só por hoje, não vou tomar minha dose de você, quero afastar essas borboletas do estomâgo que começam a voar quando sinto teu abraço…

Sabe, eu cansei. De chorar feridas que não se fecham mais, de cicatrizes sempre abertas e fechadas por um dono que nem sabe se quer meu bem ou mal. Apenas me quer, pois é egoísta o bastante para admitir que me quer, e mentir dizendo que me ama ao pé do meu ouvido.

Afinal, eu sou tenho apenas essa Utilidade para você não é? Não, só por hoje, quero ficar longe de você.

E essa Abstinencia, uma hora, vai passar.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

1/3

Quando estou sozinho sinto o amanhã tão distante,
Pois desde que você me roubou para si,
Meu futuro já não pertence só a mim.

Mesmo se tivessemos todo o tempo do mundo,
Ainda assim não seria o bastante,
Para saciar minha vontade de estar com você,
É como se a eternidade não completasse um segundo.

Se eu tivesse todos os meios para expressar como me sinto,
Eu não seria capaz de lhe mostrar nem um terço,
De todo os sentimentos e sensações,
Que você provoca em todo meu ser.

Toda vez que estou contigo,
Meus olhos não param de dizer,
Que eu te amo um tanto assim.

Numa longa noite sem sono,
Meus pensamentos voam para seus olhos achocolatados,
Para seu sorriso mais envergonhado,
Para nossos abraços mais apertados,
É o único jeito para eu dormir feliz.

Quando adormeço, sempre vou te buscar,
Pra poder te falar, mais uma vez,
Que sem teu amor, não há luz calor,
O meu mundo é frio, um estranho vazio.

Quanto mais fico longe de você,
Mais eu percebo o quão preciosa você é para mim,
Quanto mais tempo fico contigo, mais sinto algo sendo preenchido,
Meu coração.

Pode não parecer, mas tem tantas coisas que ainda quero te falar,
Que anseio por te mostrar... Os meus sonhos bons,
Da minha vida boba, com todos os seus tons,
Todo o meu amor.

Então, por favor, fique aqui até o infinito,
Me dê seu sorriso, e terei dias brilhantes,
Enquanto eu ainda puder te abraçar,
E saber que você é minha,
As trêmulas palpitações do meu coração,
Vão se transformar em suspiros sinceros,
Chamando pelo seu carinho.

Te darei dengo, afeto, mimo e outras coisas mais.
Aperreio, chatisse e tudo que me faz,
Ser assim, um bobo apaixanado, apenas por ti.
Fique comigo, e mais que um terço,
Te darei toda a minha vida.

Bruno M. Tôp

domingo, 8 de agosto de 2010

Me Vou

Porque eu não soube entender meu coração. Não percebi o que realmente queria quando te conheci. Era bem simples, e ao mesmo tempo tão complexo, meu ego triunfou sobre minha consciência e acabei seguindo um rumo injusto.

Não entendi que meu coração era simplesmente só mais um coração, único a seu modo de ser, estagnado entre o medo da solidão, e a tenacidade de um amor inédito. Foi aí que te conheci, sem ter controle das minhas ações, repeti aquilo que não podia mais fazer; roubar corações agora para uma pessoa como eu, se tornara um crime, e mesmo assim, eu o fiz.

Seria mentira se afirmasse que não significas nada pra mim, não, és muito importante para meu coração, só que, não deveria ser. Eu, mais que os outros, que sei a condolência daquele que tem o coração ermo, não deveria sair por aí, acossando seu coração quando não posso outorgar o meu a ti.

Seus cabelos castanhos, tão meticulosamente desarranjados a uma tez clara e os olhos num verde que sempre gostei de denominar como âmbar me cativaram rapidamente. Hoje sei que dificilmente vou escutar uma de nossas tantas músicas sem lembrar de ti, porém, é algo que devo tentar.

Por isso me vou, para te deixar em paz, desse amor vicioso, que não pode fazer bem a você; te mantive por tempo demais, e agora temo ter te dado a perspectiva errada dos fatos. Eu te amo, mas não vejo um futuro com nós dois, pois, na verdade, tudo começou apenas com meu egoísmo de querer ter mais e mais corações na minha coleção.

Não vou chorar e dizer que não mereço isso, se existe algum culpado, sou eu, entretanto, lá no fundo, não quero admitir isso.

Porque sei que existe algo melhor a tua espera, alguém que saiba te querer com amor, só para ti, e não para te ludibriar. E eu que pensei que nunca te deixaria ir, que nosso amor era o bom da vida, hoje entendo que não existe destino suficiente para nós dois. Espero, com sinceridade, que apareça alguém, para te dar mais que palavras bonitas, para te oferecer sentimentos e atitudes; que te dê mais que uma flor de beira de estrada, enquanto covardemente, foge de ti.

Minhas palavras podem, e devem, parecer não ter nexo com tudo aquilo que outrora afirmei. Porém, faça uma força, e pense que tudo era exagero. Todas as juras, e promessas, não eram tão nobres; apenas por sorte, ou lábia afiada, elas pareciam perfeitas para teu coração; e que, a bem verdade, elas podem e serão repetidas para outros rabos de saias.

Estou indo, mas não peço desculpas, não por orgulho, apenas não quero me desculpar pelo que fiz, pois tudo que fiz, eu quis fazer, mesmo sabendo ser errado. Mas como eu poderia me sentir mal por te manter hipnotizada? Por mentiras galantes que te faziam exibir para mim aquele seu sorriso de vitrine? Não, não acho que foi um erro! Eu o fiz para obter teu coração, e agora que o tenho, percebo que não posso ser dono dele.

Gostaria de saber, que depois de tudo, não choraste, mas seria pedir demais? Se possível, apenas esbanje seu mais tenro sorriso, quando olhar para trás e lembrar da gente. Guarde-me com carinho, siga em frente.

Se acreditaste mesmo que havia um futuro para nós, largue essa crença por aí e lembre-se porque me fui: porque te amei, mas não foi o suficiente para querer só a ti como centro da minha vida.

Por isso tudo, me vou, é uma lástima, mas adeus, me despeço de ti, e me vou.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Céu Azulado

Esses suspiros seus, um vício tão sensual, de me observar tão sultimente, de cabo à rabo, e depois, posar com o olhar desinteressado que consegue ostentar. Não percebeu ainda, mas assim, você acaba me roubando.

Mais quatro onzenas e meia, e já faz um ano que trocamos as juras, tão bem camufladas de risadas, afetos e abraços. Desconfiado, sem jeito, e quase calado, quando fui desejado por você, como poderia esquecer do primeiro timbre envergonhado seu?

Foi ali, naquele dia, que te reavaliei melhor; cabelos louro-avermelhados, pele clara, algumas sardas douradas espalhadas pelo rosto e pelo nariz, olhos cor de canela, pernas grossas e lisas, daquelas que chamavam meu olhar, busto farto, sempre motivo para enrubescer você; um sorriso fácil de se obter, díficil de conquistar.

Com o tempo aprendi a observar cada detalhe seu, a analisar suas manias mais estranhamente engraçadas. E, cheguei a conclusão que me apaixonei por seus cinco modos de sorrir. Um sorriso timido, para os afortunados que conseguem vislumbrados, o principal culpado pelo meu interesse repentino pela sua pessoa; Um sorriso de deboche, sempre precedido por palavras xulas e caretas de uma tênue irritação, normalmente, gerada pela percepção equivocada de uma pessoa qualquer; Um sorriso gratuito, de felicidade por ter acontecido algo que já esperava, e assim, sem nem notar, se concretizou;  Um sorriso inconciente, que se forma nos labios quando um elogio, seja este bruto ou refinado, é destinado aos seus ouvidos; E o ultimo, um sorriso apaixonado, aquele que só é solto quando você lê algo que fazem os olhos brilharem, ou simplesmente, quando se termina um de seus beijos vorazes.

Enquanto colocava barreiras entre minhas verdades e mentiras, você ia avançando, às vezes me escapando, deixando eu roubar você; afanando território no peito alheio, aproveitando-se do meu jeito contagiante.
Não sei não, assim você acaba me conquistando... É realmente isso que você queria, um eu todo seu? Não sei não, assim eu acabo me entregando.

Depois de tudo que mostrei, ainda assim, você continuou por aí. Nem eu mesmo sei o que eu quero com isso, e mesmo assim você me quer, com toda essa confusão.

Realmente, naquele dia, você foi tudo, fez de mim um anjo. Guardou nossos segredos, no presente que fiz, esbanjou um sorriso cheio de certezas, seguidos por muxoxos divertidos... Não sei não, assim eu acabo me deixando ser roubado.
É tudo uma questão de escolhas; já percebi que você não vai me deixar ir, nunca. Então, deixa tudo assim mesmo, que tudo termina, no mais azulado céu.

Bruno M. Tôp

sexta-feira, 30 de julho de 2010

De Mãos Dadas

Corpos podem se combinar,
Mas sangue não se mistura.

Nascemos a sós, e terminamos no pó.

Estamos sempre chorando sozinhos,
Mas agora que estamos solitários,
Simplesmente acreditamos ter algo em comum,
Por isso, acabamos ficando juntos de semelhantes,
Mas eles simplesmente não são a solução.

Por algum motivo arbritário,
Nos unimos e ambos damos as mãos,
E num piscar de olhos, desaparece a solidão.

Enquanto vamos sentindo o calor do outro,
Um vazio vai aparecendo, revelando as falhas da relação.

Eu não pude ir mais para a frente,
Por causa do meu passado,
Meu coração foi destrído, reconstruído,
Deformado, ficou assim, vendado.

É hora de irmos adiante,
O batimento do meu coração esta acelerado,
Não fuja da minha dor, não quero voltar ao
você vai crescer com cada novo mão,
Sem perceber, um novo amanhecer está próximo,
E a escuridão que nos amedrontou está se esvaindo.

Eu quero brilhar,
Por favor, vamos ter juras que nuncam mudam.

Desde que a conheci, não tem muita certeza das coisas,
Essa estrada pode não ser necessariamente a correta,
Tenho um pouco de medo de voltar a ficar sozinho,
Mas eu tenho que dar o primeiro passo antes que eu possa ver algo,
voce mesma disse:
"Apenas decida qual o caminho é certo, quando já estiver seguindo-o"

Essa mania sua de escolher, deve ser jogada fora,
Em tempos complicados, como agora, largue-os por aí,
Como uma prova de que você está seguindo em frente,
Deixando os arrependimentos e inseguranças para trás.

A pontinha de um alvorecer brilha por entre os prédios,
A sorte será lançada, vamos, chegou a hora de tomar as rédeas,
O destino balança entre nossas palavras escritas

Dias felizes vão surgir, nas nossas lembranças de profunda escuridão,
Devemos suportar a tristeza, e quando cairmos no chão, olhar para o alto,
As nossas mãos sujas, se mostrarão lindas se permanecerem juntas.

Se começar a correr juntos
Podemos carregar toda nossa dor juntos.

Bruno M. Tôp

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Figurantes

Um mendigo adiante passando fome; uma criança maltrapilha sendo maltratada; um homem dormindo no papelão; mulheres ofertando o corpo a cada esquina.


Tudo passa despercebido aos seus olhos. Egoísmo natural, seres humanos são assim por essência, hipocrisia é a principal fonte do discursso daqueles que pregam o altruísmo.

Segue em frente, com suas dúvidas no coração, são mais importantes que uma mãe se dilacerando pelo assassinato do filho em mais um assalto. Na sua cabeça, eles são apenas figurantes, dentro de uma hora, a memória já deletou a participação deles em sua vida.
Como um ato, numa tragédia, cada figurante é protagonista de sua própria complicaçao. Desde 1914, repetimos o mesmo ato, quem morre ao nosso lado, perece ali, e fica pelo caminho.

Zumbis, vão se amontoando, expectros de futuros tão brilhantes, de vidas que podiam ter sido estrelas, ídolos, pais... O destino não é tão justo assim ou é?

Sacode a cabeça, lembra dos olhos âmbar dela; É bem mais interessante tentar solucionar seu problema, e ignorar o que acontece a sua volta. Afinal são simplesmente figurantes.


Bruno M. Tôp

domingo, 18 de julho de 2010

Suspiro de Aleluia

Eu soube, de alguma forma que não sei explicar, que havia um acordo secreto pra nós dois, elaborado por uma força que não sei mensurar: entre o quarto e um quinto acorde, de uma balada apaixonadamente piegas, nós nos beijamos pela primeira vez. O amor se projetou em nossos peitos: olhos e sorrisos numa sincronia que jamais sentira antes, tudo parecia bem demais, só que, infelizmente, no mundo real, não é assim que o destino se faz.

Sua convicção era forte e você sempre precisou de provas concretas que eu não conseguia dar. Entre desencontros e cantadas ao pé do ouvido, acabamos repetindo aquilo que deveria ser eterno. Ainda não consigo tirar da memória a imagem de você me encarando sob o luar. O trono que sempre estivera vazio, num coração congelado, oco e deformado, foi usurpado por você, simplesmente assim, incoerente, como amor sempre é no fim.

Acariciando seus cabelos no meu colo, retirando de seus lábios juras de um amor eterno, deixei que meus mais profundos flagelos fossem ocultados; era um milagre, os alaúdes no meu coração sussurravam Aleluia, a felicidade voltara a me tomar o peito. Suas costas cabiam tão bem no meu peito, meu all star velho de guerra combinava perfeitamente com sua sapatilha delicada; o outono estava mais frio que o normal, excelente para me agarrar a você, sentir seu aroma doce se impregnar em mim, enquanto nos esquentávamos conversando sobre coisa qualquer.

Todas minhas promessas de me enclausurar no desapego e na amnésia sentimental estavam ruindo ao seu toque, como numa ação premeditada, quase divina; foi tudo muito rápido e o que normalmente levaria décadas, ocorreu em onzenas éramos um do outro, e ponto final. Só que, infelizmente, como bem sabemos, as reticencias são feitas de pontos finais: o Eu e Você tornou-se Nós sem obedecer as regras de espaço e tempo, acabando assim por nos tornar criminosos das leis do destino, e era meio que óbvio que nossa impunidade não duraria muito mais.

Por alguns defeitos meus, e a maioria dos seus, desentendimentos se tornaram constantes. Rancor, desapego, frieza, ciúmes, falta de dialógo, inadiplência em admitir sentimentos... Uma lista grande foi se formando, aumentando, nos afastando. Eu que havia te deformado, para se encaixar no meu coração defeituoso, não te queria mais tanto assim. E o que antes era um aroma cítrico para você, adocicado para mim, se tornou sabor acre, dor pugente, agonia de um sorriso vazio. Meus olhos amendoados se tornaram desinteressados, seus olhos âmbar, viraram rancorosos.

Um hiato se formou, simplesmente por não darmos a verdadeira importância do que estava acontecendo, você não admitia seus sentimentos, eu não procurava uma solução.

Querida, eu já estive aqui antes, eu vivia sozinho antes de conhecer você, deliciado com minha amargura enebriante, vacilando entre versos solitários, sussurrando como um cafajeste embriagado, uma raposa envenenada, afugentada. Agora, você nunca se mostra, porém, tenho uma certa certeza que você se lembra muito bem do dia em que conquistei meu lugar em você. Não foi muito desafiador, confesso, seu coração, como você mesma admite, fica exposto, do lado de fora, fácil de ver e pegar, mas eu simplesmente roubei, pois sou gatuno, vulpino; um ótimo ladrão.

Entre os arcos escritos pelo destino, pelo gosto por músicas, palavras, versos, sentimentos e lírios, nos reencontramos. Só que diferente do que possam imaginar, o amor não tem marcha da vitória, é apenas intenso demais, bom em certos momentos, doloroso durante a grande maioria do tempo que resta: é um frio feito para sofrer, deixando apenas a sensação de alivio nos raros dias quentes que o destino nos brinda.

Hoje eu percebo que a nostalgia nos encara com um sorriso de deboche; houve um tempo em que você me dizia tudo o que realmente acontecia entre suas razões e emoções, mas agora, se ainda estivéssemos juntos, eu precisaria ler você, decifrar cada código que você criou pros sentimentos que mantem suturados dentro de si. Se hoje, ainda fôssemos o que já fomos em outrora, eu teria de descobrir o que fazer o tempo todo, não é mesmo? Teria de arrumar um jeito de fazer as coisas certas para tentar ter alguma chance de aproveitar quem você é hoje. Será que você se lembra do bem que te fiz, quando roubei você, e aquele seu suspiro após o primeiro beijo? Aquele foi um sussurro de Aleluia, ah se foi.

Talvez haja um Deus lá em cima, mas tudo que aprendi sobre amor, é que ele simplesmente acontece para aqueles que aceitam quem são; é como dar a outra face para aquele que esbofeteou você ou ficar confortando em silêncio à um choro que você pode ouvir toda madrugada. Apenas sei que não é um sentimento perfeito; pelo contrário, exibe na maioria dos casos, uma tonelada de defeitos! Nada mais é que a crença num algo melhor, utópico; um suspiro de Aleluia.

Estou aqui, como sempre, olhando uma foto sua, me arrepiando ao analisar seu sorriso, re-lendo cada palavra que acho ter sido escrita para Mim, para Você, para Nós; feitos por Mim, por Você, por Nós. Ainda resta uma esperança, entorpecida e agarrada, ainda há um suspiro de Aleluia pra Nós.

sábado, 10 de julho de 2010

Palavras Correntes

Eu simplóriamente, tenho de admitir que não posso ir mais longe que isso; queria tanto, é o meu maior desejo, porém vou ter que ficar aqui.

Gasto todo meu tempo pensando, só lembrando de você. Todo dia sim, eu estou realmente sentindo sua falta; e todas aquelas coisas que costumávamos a fazer juntos, por hora me fazem sentir um incomodo no peito e nas memórias. Éramos só você e eu, e agora parece tudo tão... Distorcido.

Me perco dentro de mim, refletindo sobre nós. Tentando a todo custo nos entender, me entender. Só que sou um tanto dificil assim de definir, você bem sabe. Faz pouco ou muito tempo que nos conhecemos? É relativo, afinal não lembro muito bem de ter vivido uma vida sem você. E quanto mais eu tento chegar a um veredicto sobre mim, mais me complico. É, sou um livro, que o autor não terminou de escrever, e fico lendo partes ao acaso, para complicar mais ainda minha existência.

Tudo que sai da minha boca, é lábia, ou não... Eu realmente não sei. As palavras tem um poder bem interessante, quanto mais você as diz para si mesmo, mais elas parecem ser verdade, e aí uma mentira que jurei pra mim mesmo, hoje é minha maior verdade. Aos poucos elas vão me acorrentando, e uma raposa que deveria ser livre, se prendeu a histórias que nem ela sabe explicar. É um ciclo vicioso, cada nova mentira, precisa de outras vinte para sustentá-la, só que eu simplesmente inovei, nada melhor do que basear uma verdade numa mentira, e vice-versa, as pernas não são nem curtas nem compridas.

Se você deixar, eu me torno um monólogo de mim para eu mesmo. Sem entender onde tropecei, para chegar a essa história. Talvez entre a esquina do desapego, e a rua da amnésia. Um pouco de tudo eu acho. Está vendo, aqui estou eu novamente tentando me definir com palavras correntes; que vão aprisionar, sem eu nem perceber o porquê.



Você pode me encontrar pelo caminho, no acostamento. É lá onde estarei esperando por você, me afogando nas dúvidas que eu mesmo me mergulhei. Estarei procurando um ponto de apoio, para me manter intacto, estarei procurando seu colo, noite e dia. Você levou meu coração ao limite, e é lá onde ficarei; eu não posso ir mais longe que isso, eu te quero tanto, é minha maior vontade.

Eu navego a mim mesmo, pra me levar aonde você está, porque é o amor, que me faz querer você perto de mim todo dia, eu amo você à qualquer distância, de qualquer maneira. Pois mesmo eu mostrando tantos vícios e virtudes, você nunca se impressionou demais com nenhum dos dois, só de esse tipo de sorriso, e fingiu que tudo era natural. Interessante, eu te dei todos os motivos para você estar aos meus pés, e todos os motivos para você fugir de mim, e mesmo assim, você acontinua do mesmo jeito livre de sempre.

Na minha cabeça, existe uma complicação rotineira. Eu sou raposa, sou gelo. Estou perdido numa nevasca de mentiras e incertezas, tenho que roubar para me alimentar, e mesmo assim, preciso não me congelar. As mentiras que jurei pra mim mesmo, hoje parecem tão verdade, menos para você, que simplesmente não é afetada por elas.

Foi tudo ao acaso, você surgiu assim, de uma forma estranha, que não sei dizer se foi minuciosamente planejada pelo destino, ou se foi esquecida por ele. Sabe, o destino na verdade, é a ponte que liga o coração de pessoas que se amam; esse é o nosso caso? Se for, então vamos passar pela ponte, para o outro lado, os momentos em que eu sou só seu, no seu colo, no seu sorriso, no seu olhar. Só você e eu. Eu voarei pelo céus, livre, só para te acompanhar, sei bem que ainda estou acorrentado as minhas juras e promessas para mim mesmo, mas só pra te acompanhar, eu vou deixá-las no chão um pouco, e vou voar, ao seu lado, só eu e você.

Bruno M. Tôp

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Memórias Coloridas

As memórias mais felizes,
Chegaram quando me senti enlaçado,
Pela pessoa que me deu amor;
Conseguiu domar meu olhar.

Eu nunca acreditei de verdade,
Na teoria dos sentimentos serem eternos,
Afinal pessoas que antes,
Me faziam sorrir,
Agora são encontros ao acaso.

Sinto-as tão longe,
Como um suspiro que não tem forças para falar,
Elas desaparecem dentro de murmúrios,
Fitado por uma sensação de vazio.

A dúvida persiste entre nostalgia e saudade,
Num monótono inverno,
Você continua a se impregnar em mim.

Mesmo que eu esqueça, sei que houve pretensão de ter me avisado,
Vez ou outra, me sinto afogado,
Por um pessimismo que não tem fim;
Às vezes pensando em alguém do passado,
Em outras, me sentindo culpado,
E o que me resgata é seu abraço, seu sorriso,
Que me esquenta sem aviso.

Quando consigo me levantar,
Percebo todas as memórias coloridas,
Que até então estavam escondidas,
Por pensamentos cinzas.

É complicado se manter bem,
Afinal, por quanto tempo eu tenho esperado,
Para que você esteja ao meu lado?
Completamente minha, sem nenhuma hesitação?

Enquanto reflito, o tempo passa,
E talvez, se você não decidir, os dias cinzas vão voltar.

Porém, desde que você chegue perto,
Eles vão sumindo aos poucos,
Como ondas, arrastanto meu coração,
Para um porto cheio de sol.

Hoje, como todos os dias,
As ruas estão como sempre,
Aguardando, me esperando,
E eu passo por elas, meditando.

A vida vai seguindo,
Enquanto as memórias vão perdendo a cor,
Junto com as pessoas que perdem seu valor.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Simplificando um 'Ponto Final'

Isso aqui é apenas uma tentativa de simplificar um ponto final, para você que sempre busca a esperança quando ela já morreu há tempos.

É bem simples, não peço a você que aceite simplesmente, espero apenas racionalidade, como você sempre teve, os acontecimentos mais conturbados, nada mais são que bem simples.

Eu estou indo, e isso não é apenas um adeus. É um 'ponto final'. A nossa estrada foi engolida pelo oceano, e agora nós dificilmente respíramos.



Você sempre soube que iria acabar assim, eu nunca fui seu completamente, sua intuição dizia isso, e agora estou sumindo, como anunciei previamente que o faria. É até estranho, pois naturalmente, as pessoas só se vão para longe de mim, não aguentam meu gelo, porém você quis se arriscar... Não deu muito certo não é verdade?

Amaldiçoe meus inimigos pela eternidade, a culpa deve ser deles, pois agora, estamos destruindo algo lindo. O desespero que preenche seus olhos me enche de alegria, com luzes sumindo que nos levam adiante dos corações que já destruímos. Você pode até negar para si, mas aquele palpite negativo, sempre esteve certo.

Escuto você chorar, um choro por redenção, minhas mãos estão atadas, não posso mais te dar aquele abraço especial. Escuto você sussurrar nossos versos de amor, mas minha boca está cerrada, a língua está sangrando, tanto a falar, mas o silencio agora é o melhor jeito de te afastar.

Por mais que eu diga que é simples, não é. Sou volúvel demais, uma exceção única; e você sabe bem disso. Apesar de dizer que não te quero, que chegamos ao nosso limite, você percebe uma certa incerteza na minha palavra. Odeio que você conheça cada vício meu.

Então procure por uma desculpa, é a única dica que posso te dar. Procure por quem acredite em você, quem sabe nos camarins desconhecidos você não ache um sorriso mais enebriante que o meu?

Eu me vou. Já tenho seu coração no bolso, agora vou pendurá-lo na estante; já supri minhas vontades egoístas, então pra que me perpetuar em alguém que nem me faz mais tão bem? Num alguém que nem ao menos me atrai tanto...  Agora, por favor, me deixe ir.

Só quero te dizer só mais algumas palavras. Eu te amo, mas o nosso amor nunca foi o suficiente, para ficarmos juntos, para que eu quisesse apenas você.


Bruno M. Tôp

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Concha Protetora

Se mantendo sempre na sua,
Foi essa a primeira impressão,
Que tive sobre você.

Não que você não se manifestasse,
É só que sempre guardou sua onião,
Para aqueles que você confia.

Demorou bastante,
Mas hoje, posso me achar um tanto importante,
Por ser um dos poucos,
Que tem o lisogeio de lhe aconselhar.

Não sei quando comecei a lhe admirar,
Numa hora você era apenas uma amiga da namorada,
Na outra, era um dos meus maiores pontos de apoio.

Pra desabafar, sorrir, ou conversar.

Sem um fluxo muito constante,
Pois, assim como você,
Sou de câncer, e sei que não é qualquer um,
Que merece nossos conselhos.

Somos cautelosos por natureza,
Não queremos inteligencia, carisma ou beleza,
Apenas um colo que nos proteja,
Uns poucos alguém para chamarmos de abrigo.

Acho que por isso que me orgulho tanto,
De ser, talvez, seu melhor amigo.

E comos carangueijos que somos,
Quando encontramos nossa concha,
Não largamos tão rapidamente,
Queremos mantê-la, no mínimo, pra um eternamente.

Por isso, pra você Malu,
Guardo um carinho gigante,
Que está sempre aqui, constante,
Um espaço só seu,
Assim como sei que tenho o meu,
Em você.

Que todos os seus desejos,
Sejam mais que desejos, e se tornem realidade,
Pois, se a alguém que merece a felicidade,
É você, minha concha protetora.

E não se esqueça, nem duvide em momento algum,
A recíproca é verdadeira,
Quando precisar, é só chamar,
Farei de tudo para lhe apoiar,
Independente do certo e do errado,
Vou proteger você, de qualquer coisa que lhe entristecer.

Bruno M. Tôp

domingo, 27 de junho de 2010

Dica Aos Amantes


Eu já sabia que o amor era assim uma mão de uma via só, um sentimento que nasce num peito só, sem saber se existe reciprocidade; e mesmo assim me meti a amar uns certos alguéns. Pra quê? Não sei se posso responder essa pergunda, afinal, meu coração é desse jeito, cheio de 'querer', pouco de 'poder', porém, ainda assim, me arrisco a afirmar que foi pra sentir saudade.

O que mais incomoda é que os certos alguéns, somem, sem dar noticias, desaparecem, depois de cativar um espaço no peito, deixando um vazio de nostalgia, dizendo apenas um 'eu te amo', só por dizer. Acho isso puro egoísmo, queria muito mais um carinho, um abraço, um beijo... Afinal, de que vale um 'amo você', quando o peito está ensopado de tristeza e solidão? Acho eu, que as pessoas acreditam que utilizar o verbo 'amar' consegue encobrir a ausencia.

Muito mais útil seria um carinho inesperado. Mas poucos são aqueles que sabem amar e usar as surpresas do amor para alegrar. Mais raros ainda são aqueles que recebem esse carinho, se alegram, se surpreendem, sabem que seu amor é correspondido, não só por palavras, também por ações, demonstrações e sentimentos.



Por isso, caro(a) leitor(a), se existe alguma pessoa que você ama, por favor, não se contenha; surpreenda quem você ama; é muito bom.
Fica a dica.

Bruno M. Tôp

terça-feira, 22 de junho de 2010

Tão facilmente.

Seu coração é um túmulo, perfeitamente inviolável. Quanto mais eu me aproximo, quanto mais eu busco por pistas suas, mais fundo eu chego, mais eu me impressiono, é muito mais do que qualquer uma poderia imaginar, é um infinito congelado.

Não entendo como vim parar aqui, só sei que não consigo mais sair, nem fugir, sei bem que sou só mais uma na sua história, apesar de seus discursos dizerem que sou bastante especial, eu entendi minha posição quando seu sorriso fugiu da minha direção, se focando em outro olhar, nessa hora uma incerteza se apossou de mim, parecia o momento perfeito para pisar no futuro, mas eu não consegui.

Um pouco de afeto, sem mostrar os defeitos, apenas virtudes, sorrisos, fui me interessando cada vez mais, como uma presa que cai na lábia da raposa, que se hipnotiza pela sua beleza, não percebendo seus perigosos dentes. Antes, eu não poderia coexistir com o frio e a suspeira, hoje, minha vida dentro do seu coração, é toda fria e suspeita.

Sua boca é uma evidência incotestável, esses lábios cítricos que sempre voltam a me tomar, para deixar minhas pernas  bambas, e depois que estou arrependida, você me sorri enquanto entrelaça uma faca em meu coração.

E mais uma vez, você se esvai. Tirando tudo o que puder de mim, eu me tornei muito fraca, estás me tendo de um jeito muito fácil, fácil demais.

Aproveitando um dos momentos em que você me deixa a sós com a minha solidão e arrependimento, eu fugi. Deixei isso tudo para trás, mas a pergunta ainda continua.

Eu digo para mim mesma, "você não sabe a diferença entre o amor e a submissão", queria ter forças para te dizer a mesma coisa.


(...)



Depois de lágrimas salgadas junto a seus beijos doces, ela está dormindo com a cabeça em meu peito. O aroma de seus cabelos chegam ao meu inalar, estava com um pouco de saudade disso.

Sei que sou assim, um cafajeste por natureza, e que, por querer mesmo, estou te monopolizando sem me monopolizar. Sou um dos piores cafajestes que ela poderia encontrar. Uma das únicas raposas que não deveria se apaixonar.

Eu estou tentando me manter por aqui, ficar o máximo possível, mas já é tarde e eu preciso ir embora. Pode parecer cruel, mas se fosse diferente, talvez ela não tivesse toda essa dependencia por mim, é a incerteza de me ter, que a faz me amar tanto assim.

Só não queria quebrar o encanto, dos pensamentos que tenho quando a seguro em meus braços. Ela está tentando afastar um sonho ruim (eu já roubei tudo o que eu queria dela), com um sussurro chamando por mim (consegui tudo tão facilmente), e eu estou a deixando na cama, sozinha.

Meu coração é gelado demais para alguém entender. É complexo demais para alguém ter. Uma parte dele com certeza é dela, afinal, é a que mais aguentou essa posição. Porém, uma parte, na verdade, não significa nada.

E eu me vou, tão facilmente. Sem nenhuma culpa, vou voltar, e tê-la novamente, tão facilmente. 

"Seu Coração, é algo que não vou abrir mão, pois ele já é meu, tão facilmente." Um beijo na testa dela, e quando me levanto seus olhos marejados me encaram... Eu realmente tenho um fraco pela cor única de seus olhos. "Eu te amo"

"Você vai estar aqui quando eu acordar?". Dou um sorriso. "Eu prometo", e ela fecha os olhos sorrindo cheia de paz. Eu vou estar aqui quando ela acordar, em seu peito. Eu sempre vou estar em seu peito. Nunca quebrarei minhas promessas. Eu não deixarei o seu coração tão facilmente.

Bruno M. Tôp

sexta-feira, 18 de junho de 2010

pra conquistar só precisa de conteúdo (e beleza)



Sou fácil de conquistar, basta alguns elogios com um sorriso sincero, apenas um ‘eu te amo’, e eu sou seu. Todo o resto será desprezado, a beleza exterior não é importante, o que importa mesmo é seu conteudo ‘interno’.

Não dou o minimo para isso, é sério, sempre te disse “não é a beleza que me atrai, e sim um sorriso e um olhar”.

Você sabia disso, e por isso me conquistou, me fez dizer que te amava. Sempre serei seu, apenas pelo seu sorriso e suas palavras.
Então, por favor, me dê seu sorriso mais bonito, pois assim vou te amar. (…)

Você devia entender uma coisa, sou homem (e cafajeste). E vou te trocar, por um recipiente mais atraente. Não percebeu? Eu não me importo com beleza exterior, só acho que ela é a parte mais importante de uma mulher.

Bruno M. Tôp

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Covardia

Temos que avaliar melhor,
As pessoas que nos são importante,
Sabe, quanto mais próximo ficamos de alguém,
Mais fica dificil de perceber seus defeitos.

Fala para mim dessa nossa felicidade,
Que você acabamos de vivenciar,
Talvez você seja muito sortuda,
E não consiga perceber a alegria absurda,
Que eu sinto quando estou com você.

Os sorrisos e abraços de cumplicidade,
Todas foram bem guardados no meu peito,
Para lembrar sempre do grande bem,
Que só você consegue me trazer.

Sabe, quanto mais nos conhecemos,
Menos eu consigo perceber seus erros,
É o que o amor me faz,
Me torna incapaz,
Só me resta um riso bobo,
E uma vontade de teu colo.

Tudo bem se eu falar.
Nunca desista,
Corra atrás dos seus sonhos.

É engraçado como minhas palavras não servem para mim,
Agora os papéis se inverteram,
E eu, o ponto de apoio, estou perdido,
Procurando o abrigo, que só posso ter contigo.

Quanto mais tempo gastamos falando, menos nós fazemos,
Eu sei que deveria ser forte,
Mas na verdade, eu sou um covarde,
Sempre tive medo de admitir isso,
Porém, fiquei encurralado,
E agora o que resta é um topor durante os fins de tarde.

Uma promessa, que tudo vai ficar bem,
Pelo nosso amor,
Vou pressionar meu punho de coragem contra meu coração,
Com seu empurrão, vou sobreviver outro dia.

Desculpa,
Agora percebo,
Que nunca dei muito valor a isso,
Eu te amo,
Obrigado, por não me deixar abandonado.

Bruno M. Tôp

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Além Do Que Se Vê

Olha só, o tanto de coisas que te escrevi. É pra sonhar, se emocionar, e sorrir.

Eu não estou te vendo agora, mas tenho uma certa certeza que enquanto estais lendo esse texto, as tuas maçãs na bochecha se contraem, o peito fica descompassado, a respiração meio ofegante, e um sorriso se alarga em teu rosto. Eu sei, pois é assim que me sinto quando leio os textos que me escreveste, me pego abobalhado, sorridente, esperançoso.



Sei, que a tua solidão me dói, e que é difícil ser feliz, mais do que somos todos nós. Porém, não é minha culpa se o destino se atrasou em nos apresentar. Do jeito que foi atrasado, acredito até que foi erroneamente planejado, para que nós não fossemos um amor desses, que se pode achar num romance qualquer.

Sei, que o vento que entortou a flor, bateu também em teu rosto, trazendo o meu cheiro cítrico, enchendo teu coração de palpites. Sei também, que balançaste a cabeça, tentando me tirar da mente, mas eu já estava, supostamente impregnado no seu peito.

Eu sei, é o amor que ninguém mais vê, guardado só para 'nós'. Mesmo eu indo, podes até achar que te deixo só com um 'nó' no coração, solitário. Mas na verdade, eu estou bem preso, ao nosso 'nó', que não tem 's', pois é só nosso. Quer um exemplo? Só olhando para uma foto do teu sorriso, uma alegria percorre todo meu eu, estranhamente piegas, é verdade, mas é assim que me sinto, ultimamente quando penso, lembro ou sinto a ti.

É bom te ver sorrir, faz tudo se tranquilizar, quanto tudo está errado, é pro teu abraço que eu corro, pois ele não me cobra explicação, causa, ou consequencia, só está aberto para mim, enquanto estivermos a sós. Por mais que queiras negar, ele é meu, todo meu, deformadamente meu.

Talvez já tenhas percebido, e guardado só para ti, escondendo de tuas amigas. É assim mesmo, nosso amor, é muito Além Do Que Se Vê.

Bruno M. Tôp

domingo, 13 de junho de 2010

Um Fio Especial

Um abraço. Um sorriso, risadas, é o que mais adoro em 'nós'.

Meu colo, tem espaço para você e para mim. Na verdade, foi feito para você.

Eu sou assim mesmo, tenho que te mimar, dar dengo, só pra te fazer sorrir.

Brincadeiras, que te deixam vermelha, que te irritam, e então, eu faço aquela cara, tão tristonha, um biquinho, dou meu olhar mais carente, e você não resiste... Agora, só agora, antes de me deixar ir, suspira, e me olha com amor, o suficiente para me fazer dar meu sorriso mais sincero.

No meu abraço, você sempre terá seu lar, sem muita pressa, só um abraço, aninhada a mim, como nasceu para estar. Cochilando, com uma expressão tão serena, calmamente, lindamente...

Outono, Inverno, Primavera, Verão... Não importa a estação, estamos aqui, juntos, amarrados, por um fio invisível, um amor que nos une, nos prende, nos aquece, e felicita.

"O que quer que você faça na vida, será insignificante, mas é muito importante que você o faça, porque ninguém mais o fará, como quando alguém entra na sua vida; uma metade diz que você não está preparado, e a outra metade diz faça que ela seja sua para sempre."




Pra mim, só vale a segunda parte. Quero que você seja minha, assim, para sempre.

Tudo que você me faz, traz, e causa, resultam em momentos incríveis, geram um algo especial. Lembranças. Boas, estranhas, nostalgicas, saudosas, ruins, chatas, excitantes. Lembranças, que eu quero guardar pra sempre, junto a ti, no meu peito.

Talvez você perceba, que é preciosa demais, e que eu nunca vou deixá-la ir.

 Bruno M. Tôp

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ninho

“Sem tirar nem por, com carinho, com amor”

Foram essas suas palavras no pé do meu ouvido. Numa voz rouca, vindas de lábios secos e temerosos; sua mão tremia na minha, seus olhos que antes demonstravam tanta certeza estavam com medo... Temerosos de que sua cartada final não fosse capaz de derrubar a barreira que coloquei entre nós. Mais uma tentativa de roubar um beijo, e com um pouco de resistência, eu consigo me manter firme.

-Por que não?

-Porque não é certo.

-E o que seria certo?

Meu silencio de constrangimento lhe rendeu um sorriso de confiança, eu tentava me manter forte, decidida, mas seus olhos amendoados me fascinam demais. Esse sorriso meio torto, de cafajeste me rouba o ar. Você não tem nada de lindo, mas olhando assim para você, desengonçadamente esperto, não posso deixar de pensar que todos as falhas foram feitas milimetricamente de propósito. É o seu charme, afinal, não existe um cafajeste bonito demais, existem cafajestes galantes demais. E você é um deles.

-Você nem sabe o que é certo.

-Sei que isso que você quer, não é.

Outra pausa, em que você passa a língua no canino esquerdo, enquanto dá seu sorriso mais malandro, uma mania sua, eu já reparei. Você chega mais perto e roça seus lábios no meu cangote, arrepiando todo meu ser. Com dificuldade, escondo um sorriso de prazer, sou teimosa demais para abrir mão de mim mesma.

-Se é isso que você quer... Só acho que o certo e o errado não deveriam interferir com o seu querer.

-Prossiga.

-Você me quer, eu consigo ver, nos seus olhos, no seus sorriso. – uma pausa calculada em que você avalia minha reação a suas palavras. Droga, eu odeio quando as maçãs da minha bochecha ficam rosadas, mas não consigo controlá-las, parece que elas fazem isso só para me entregar. – nos seus suspiros, e nos abraços...

-Nada além de carinho.

-Eu sei o que você quer.

-E o que seria?

-Eu.

-Puft.

-E eu te quero.

Perto demais, rápido demais, não consegui reagir. Não, não. Eu não queria isso, mas essa mordida no meus lábios inferiores, esse aroma ácido que vem do seu respirar (...)

-Eu disse que você queria.

-Mas o que fizemos é errado...

-Não, não é. Sabe, se tu queres algo, não deves deixar de fazer se tem uma oportunidade.

-Mas eu tenho um compromisso...

-É, eu sei, é amanhã, eu fui convidado lembra? – e você retira o convite que os padrinhos do meu casamento receberam.

-O que eu faço agora?

-O que seu coração mandar.

-Mas ele sempre fica confuso com você por perto. Sempre é assim, eu repito esse erro. – e lágrimas descem pelo meu rosto. Ótimo, era só o que faltava, agora você vai ter pena de mim. Não, por favor, beijos não, eu estou horrível, chorando assim.

-Salgado – você sussurra sorrindo e me faz soluçar um sorriso – não derrame-as por não saber o que quer, lembra do que me disse quando cometeu o primeiro ‘erro’?

É claro que eu lembro, fazem oito anos, desde que eu me deixei levar nesse furacão que é o seu coração, desde que você me adicionou a sua coleção, vindo me tirar para dançar a cada três onzenas. Eu sei o que disse, não me arrependo, pois eu te amo, mas queria poder ser um pouco diferente.

-Entenda só uma coisa: eu nunca vou deixá-lo ir...

-E vice-versa... - você beija meu nariz com sutileza - deixa eu te dizer uma coisa, sem você, é como se eu não tivesse asas para voar. Preciso de um local para descansá-las, por isso sempre volto...



-Eu sou seu ninho?

-Exatamente, como tinha que ser... E aqui estamos nós. – você aponta para o seu coração e depois para o meu... Mais um abraço com cheiro adocicado, e minhas forças se vão. Me deixo levar, mesmo sabendo que só será por uma noite, que amanhã, você vai sorrir e fingir para os outros que nada aconteceu. Que esse momento nosso, será só nosso. Porque somos assim, um do outro, no coração e na alma, sem mais.

Bruno Tôp

domingo, 23 de maio de 2010

Abstinencia

Sinto um desconpasso no coração,
Minhas mãos estão tateando o mundo a sua procura,
Meu peito está aberto a sua espera,
Fantasio seu toque nas minhas mãos,
Minha boca dança estremecida por sua causa.

Esse calor irradiando aqui dentro,
A visão ficando cada vez mais escura,
Estou sofrendo, por falta de você.

É a abstinencia,
Estou me destruindo sem sua pressença.

Você sumiu,
Deixando um vazio,
Garantindo que tudo foi uma ilusão,
Mas meu coração,
É teimoso demais para enxergar a verdade.

A todo momento,
Sinto que você está ao meu redor,
Deixando rarefeito o ar que respiro,
Manipulando o que sinto,
Apreciando os meus mais ofegantes suspiros.

Minhãs mãos flutuam acima de mim,
Enquanto escuto ao pé do ouvido,
Você dizendo que me ama,
Meu coração não aguenta tanta adrenalina,
E o meu corpo começa a desfalecer,
Desmaiando no nosso lugar preferido.

Pode ser apenas um delírio,
Essa música que me faz balançar,
Os anjos que nos garantem que estamos juntos novamente,
O abraço mais gostoso que existe,
E então... A garganta volta a arder.

Tudo volta a ficar triste,
Sua existencia,
Que eu tinha em meus braços,
Se desfez como uma miragem,
Deixando lágrimas salgadas a escorrerem.

Por favor, pegue minha mão,
Ela é toda sua,
Não só ela, como meu coração,
E todo o meu ser...

Eu me perdi em você,
E agora, você me deve,
Tudo que eu sou...

Você garantiu que nunca me deixaria,
Eu acreditei... Eu acredito.

Tudo a respeito de nós dois,
Deveria ser mais que infinito...
Eu estou sofrendo,
Mais uma dose de morfina,
Para anular a adrenalina,
Que meu corpo produz,
Enquanto sinto que você está ao meu lado,
Esperando para voltarmos a ficar selados,
Como nunca deveriamos ter deixado de ficar.

Mas essa sensação,
Não passa de um espectro do seu sorriso torto.
Tudo era mentira, eu sei,
Mas continuo a acreditar,
Em cada palavra.

Sou uma tola,
Que nunca aprendeu a deixar de amar,
E que fique escrito,
Ainda preciso do seu sorriso mais bonito,
Pois sou uma viciada sem cura.

Abstinencia,
Eu não estou pronto para viver sem sua existencia.

Bruno Tôp

terça-feira, 18 de maio de 2010

Brilho

Eu nunca saberia,
E se o fim tiver de acontecer,
Saiba que ainda serás para mim,
O que mais brilhará nesse mundo.

Infelizmente,
Estamos levando isso mais longe que deveríamos,
Está me machucando, dilacerando,
Você não sabe que isso é doloroso pra mim?
Bem, talvez lhe surpreenda a ideia,
Que não é tão doloroso assim.

Você quer levar o que é seu,
Me forçando a levar o que é meu?
Não queria que chegassemos a esse ponto,
Não mais uma vez.

A culpa não é sua,
Mas é que sem você, me sinto tão pequena,
Não sou mais sua musa serena,
Mas se você tem que ir,
Não esqueça que és o brilho da minha vida.

Talvez seja melhor pararmos por agora,
Cada segundo que se passa, parece uma hora,
É sinal que estamos nos perpetuando demais,
Num erro tão óbvio.

Se você fugir agora,
Continuará por perto?
E mesmo você fulgindo,
Ainda ficaria admirada de te ver brilhando.

Fico indecisa,
Percebendo que esse é um final,
Mas depois lembro que não necessariamente, será o fim.

Você é assim, tão instável, fulgente,
Como um sol, que por agora,
Quero um pouco de distância.

vou me despedindo,
Admirando seu modo de brilhar,
E mesmo assim me despedindo, por agora.

Bruno Tôp

domingo, 16 de maio de 2010

Ao Seu Lado

Se apenas um dos meus desejos,
Estivessse para ser realizado,
Escolheria adormecer ao seu lado.

Em qualquer lugar ou situação,
Estarei visando apenas você.

Quero seu calor,
Acariciar seus cabelos,
Enquanto você está cochilando,
Ou apenas fazendo charminho.

Porém, estou um pouco temeroso,
Você assim, parada,
Apenas sonhando,
Passa pra mim a sensação,
Que não se ama.

Que depende de alguém,
Pra fazer seu mundo girar,
Uma carência tão grande,
Que chega a ser feia.

E quanto mais tentamos nos conhecer,
Mais cuidadoso eu tenho que ser,
Pois, sem percecer, você necessita,
Apenas Necessitando,
Tépidas lágrimas fluem pela sua face.

E não há nada que eu queira dizer,
Só quero ficar com você mais um pouco,
O que eu quero, eu não digo,
Já que tenho medo te perder meu abrigo.

Alguns dizem que é porque não tenho força de vontade,
Eu realmente não me importo.

Não sei se você sabe,
Mas se eu não puder te encontrar,
Antes que meu mundo desapareça,
Não poderei mais sonhar,
Pois tudo que mais desejo,
É adormecer ao seu lado.

A desigualdade de nossos sentimentos não podem ser mudadas,
Mas não me importo, de verdade,
É só amor,
Aquele velho e sempre, vício palpitador.

Bruno Tôp

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sem Olhar Para Trás

Na busca dos meus sonhos,
Acabei me encurralando no caminho.

Não que eu queira voltar atrás,
Só quero de volta,
Aquele alvorecer que deixei pra trás.

Você não precisa se entristecer,
Toda vez que fala pra mim do seu destino.

O que ficará para o fim,
Não precisam ser lágrimas,
Deixe o vento levar seu sofrimento,
Que você está esperando,
Não alcançará esse lugar sem saída,
Onde você prendeu sua vida.

Anote num livro de bolso,
Sua lista para o que fazer antes de morrer,
Seja sincera consigo mesma,
É um bom jeito de começar,
Se quiser me seguir,
Será sempre bem-vinda.

Eu estou vivendo para realizar meus desejos,
Logo, não tenho tempo para arrependimento,
Deixo os momentos bons e ruins no esquecimento,
Guardo comigo apenas, as lembranças mais lindas.

Ainda tenho um longo caminho a trilhar,
Para apagar esses sentimentos,
E realizar tudo que almejei.

Faz tanto tempo que não me sentia assim,
Eu tenho que me desculpar,
Mas se o fizer, estarei olhando para trás,
Não é orgulho, é só... Averssão ao arrependimento.

Fechei seus olhos por um segundo,
Para que você sentisse que as coisas mais importantes do mundo,
Estão situadas no encontro dos nossos lábios.

Eu não quero uma relação normal,
Eu não sou natural, então não me venha com rotina.

Já estou abrindo a próxima porta,
Seguindo adiante, se você não se apressar,
Vai ficar no meu passado.

Te estenderei a mão,
Sempre que você estiver ao alcance do meu coração,
Só lembre de uma coisa,
Não tenho tempo, nem vontade para voltar.

Sou assim, um ótimo ladrão,
Muito egoísta, cheio de palpites,
Da minha maneira,
Pois assim, faz tempo que não sinto nenhuma dor ou orgulho.

Bruno Tôp

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um Bom Ladrão

Com um único suspiro,
Consigo congelar seu calor,
A partir da cicatriz,
Essa sensação de não sentir,
Vai se espalhando por você.

Seus lábios são envenados,
Pela minha lábia mais charmosa,
Vai demorar pra que você perceba,
Mas eu estou escondendo seus pecados,
Apenas momentaneamente.

Ninguém vive eternamente,
E principalmente eu,
Não gosto de ficar num lugar só,
Por muito tempo.

Eu sou um criminoso,
Um ladrão do amor,
Que rouba toda a vitalidade,
Deixando os corações em pó.

Porém, às vezes me apego,
Isso eu não nego,
E aí, será mais dificil pra você,
Quando chegar a hora partida.

Hmm, eu queria saber,
Se você realmente precisa de mim.

Você tem que demontrar,
Se realmente precisa de mim,
Talvez com isso, eu volte de vez em quando.

Sou como um vício ruim,
Faço você me querer mais,
Querer o monópolio,
E quando eu sumo,
Há luz desaparece,
O calor volta, com uma dor alucinante.

Eu volto,
Você tenta me repelir,
Mas eu sempre fui um bom ladrao,
Roubando mais um suspiro,
Um óscúlo no colo superior,
Mordida no beiço inferior,
E me saio, sorrindo, como só eu sei fazer.

Sou um criminoso, sempre em fuga,
Sabendo que estou errado,
Porém, te peço,
Deixe-me te amar mais uma vez,
Você é minha rosa em meio a uma guerra.

Me pergunto como acabamos assim,
Você tão desejada,
Se viciou em mim, tão imperfeito pra ti.

Só que, eu sou covarde,
E vou fugir, de novo, te machucando,
Como sempre faço,
Só quero saber se você ainda me quer.

Bruno Tôp

terça-feira, 4 de maio de 2010

Súplica Sem Som

Minha boca ressecada está esxposta ao sol,
Enquanto lágrimas incessantes,
Escorrem deixando um rastro brilante em meu rosto.

Só você que poderia encher os vazios em mim.

Porém, sem perceber, acabamos assim,
Acumalando dor, que se concentra ainda mais,
Quando nossas peles se tocam.

Se o desejo oculto na batida do meu coração,
For se tornar o meu futuro,
Então as lembranças que deixei para trás,
Isoladas no escuro,
Permaneceram abandonadas,
Com seu rosto que me infligiu tanta dor.

Estremeço só de ver seu tenue suspiro.

Seus olhos carregam as mesmas manchas de cansaço,
Queria poder retirar isso de você com um abraço,
Mas já perdemos essa habilidade há muito,
Nossas almas, já estão cansadas demais.

Me pergunto se não teria sido melhor,
Se não tivessemos nos conhecidos,
Todas essas cicatrizes...
Todos os momentos infelizes,
Nenhum deles seria real,
E as pestanas que perdemos,
Tudo seria tão normal.

Mas não podemos voltar,
Esses braços perderam tudo,
Inclusive seu calor.

Apesar de única coisa que nos resta ser a dor,
Ainda continuamos de pé, vivendo com torpor.

Por isso, tenho que seguir em frente,
Deixando uma súplica na minha voz sem som,
Seus olhos e sorrisos que foram abandonados,
Permanecem ali, engaiolados,
Para que a dor vá se dissipando.

As lembranças, essas foram trancafiadas,
Esquecidas, e afogadas,
Sem nenhuma pena.

Bruno Tôp

domingo, 2 de maio de 2010

Um Verbo Cheio de Anexos

Aquele sorriso que traz calma,
Que capturou e hipnotizou a minha alma,
Sem uma explicação decente,
Apenas como um feitiço potente,
Meu coração, foi sendo engaiolado,
Dominado...

Bem, você nunca saberia,
Eu tinha tudo, mas não o que queria,
Porque ainda não te tinha,
E meu coração, ele sempre era mais,
Sempre era um ponto indefinido.

A esperança, pra mim era um lugar desconhecido,
E há muito perdido.

Mas você entrou,
Resisti a você assim,
Só que você conseguiu me mandar sentir,
Um par de olhos cafeinados,
Eu estava me tornando vivo.

Tudo que eu queria era o nexo,
Dos amores e suas definições,
Partes que só esse verbo consegue ter,
Gostos e sensações, vindas em anexo,
Para colorir e confundir.

E foi você que trouxe tudo isso de uma vez,
Você pode até que tentou ser cuidadosa,
Não se aproximar,
Mas eu fiz você estender o coração um pouco mais,
Pois feitiço bem feito, é aquele que enlaça ambas as partes.

Abri meus olhos, para ver os seus,
O mundo real, pareceu mais belo,
Uma vida que jamais iriamos conhecer,
Desviando nosso futuro da dor,
Esse é um dos poderes do amor.

Você me olha desse jeito bobo,
Tão linda, de um jeito fofo,
O tempo para, eu não o tenho em mãos,
Mas sei que ele para nos nossos corações.

A verdade é que,
O amor pode ser real.

É um pouco assustador pra mim,
Você me tem assim,
De uma forma banal, de uma forma total.

Você não precisa ser tão cuidadosa,
Pode demonstrar mais carinho,
Mais afeto, pois independente da quantidade,
Já sou todo seu.

Bruno Tôp

terça-feira, 27 de abril de 2010

Da Primeira Estrela, até o Alvorecer

Eu estou sendo empurrado,
Pela tenue escuridão,
Que surge com o anoitecer.

Começo a seguir, para onde o bréu aponta,
Tropeçando, repetidamente,
Não sei exatamente para onde vou,
Só sinto que quanto mais escuro,
Melhor ficará para o meu coração.

As pessoas que estão perdidas,
Aguentam o destino, chamando-o de pecado,
Porém, eu continuo aprendendo,
Caindo, me levantando,
E entendendo o verdadeiro significado de viver.

Um dia após outro dia,
Vamos trilhando o caminho que leva ao amanhã,
A estrada do destino vai ficando marcada pelas nossas pegadas...
Gostaria que você disesse novamente,
Embora seja encabulante,
Que eu sempre terei um abrigo,
Que sempre poderei permanecer contigo.

Algumas vezes perdendo,
Outras simplesmente ganhando,
Deixando o coração se encaixar onde tem que estar,
Pode ser arriscado, mas é o melhor jeito de viver.

São incontaveis, as cicatrizes que o circundam,
Aparentamente, ferimentos ainda em aberto,
Porém, continuo aprendendo,
Apontando agora, para o lugar onde a luz brilha.

Um dia após outro dia,
Vamos desenhando um mapa,
Para o futuro sem fim,
Gostaria que você disesse novamente,
Embora seja uma pessoa tímida,
Que você quer que eu permaneça com você pra sempre,
Que você precisa do meu abraço pra ser feliz.

Apesar do tempo ser limitado,
Sempre almejei um sonho ilimitado,
Acorrentado ao meu coração,
Que continua clamando por você,
Da primeira estrela, até o alvorecer.

Um dia após outro dia,
Vamos parar no meio do caminho,
Olharemos para o céu, juntos,
Sem medo do que virá no futuro.
Gostaria que você disesse novamente,
Mesmo que você esteja envergonhada,
Que enquanto estou contigo,
Você está completa.

Então, por favor,
Deixe sua mão sobre a minha,
Para que eu sinta o calor,
Que você projetou dentro de mim.

Bruno Tôp

sábado, 17 de abril de 2010

Utilidade

Não quero saber as consequencias,
O que eu quero, eu simplesmente quero,
Vamos, me dê,
Não importa se eu mereço,
Eu quero, idependente do preço...

O que te ofereço?
Não posso afirmar isso com tanta vontade,
Mas você é simplesmente a única coisa desperta desejo em mim.
Pode ser uma proposta ruim,
Porém é melhor que nada, não?

Eu sinceramente não ligo para o que dizem,
Eu nunca vou deixar você me deixar,
Simples assim,
Eu vou tentar parar o tempo para sempre,
Implantar meus desejos no seu coração.

Eu me sinto tão frio,
E quero você tanto,
Que não consigo resistir,
Ao seu jeito de sorrir.

Quero preencher esse vazio,
Nem que depois lhe deixe aos prantos,
Quero seu calor,
Independente de ser ou não o tal falado amor.

Eu me sinto tão sozinho,
Preciso tanto de você de alguma maneira,
Eu não consigo te esquecer,
Só fico ainda mais a te querer.

Pode ser que eu seja um tanto quanto mesquinho,
Isso não passa de uma grande besteira,
Eu fiquei obcecada por te usar,
Desde que percebi as cores do seu olhar.

Ver você, respirar você,
Obsessão, ilusão,
Desejo, carnal,
Amor ou imortal?

Pode viver sua vida,
Mas sem mim, sua alma estará partida,
Porque eu impregnei meu veneno,
De uma forma não forte,
Que você chega a ter sorte,
Por ainda conseguir ficar longe de mim.

Me dê tudo de você,
Não fique com medo,
A solidão não voltará a te visitar,
Eu afasto isso apenas com um sorriso,
Sei que meu charme lhe causa isso.

Saiba que no fim,
Seremos apenas nós dois,
E o que virá depois...
Bem... Responderemos o que deixámos para trás.

Afinal, você foi feito pra mim,
Então se o mundo desabar hoje,
Você ainda terá que vir me levantar,
E eu não vou te decepcionar...

Eu me sinto tão frio,
Que preciso do seu beijo,
Para acalentar meus desejos,
E principalmente, suprir meus desejos.

Não pense mal de mim,
Eu te quero, mais que qualquer outra pessoa,
Só não irei te priorizar,
Pois sei que assim você irá me amar mais ainda,
É a lei do amor...

Essa será sua utilidade,
Receber meu carinho,
Não me deixar sozinho,
E em troca, você receberá meu sorriso,
Eu sei, é como um vício, mas eu não me importo.

Bruno Tôp