sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Plano

Ele me diverte, mas não era pra meu tempo roubar; ele me enlouquece, mas não era pra meus sorrisos apontar; ele me enobrece, mas não era pra no meu coração se plantar. Eu engulo em seco e ao seu toque estremeço, não sei nem se eu mereço, mas ele surgiu pra meu maior plano quebrar.
Meu maior plano era não fazer planos, e, aparentemente, como se planejado por uma entidade de um plano superior, ele planou como um avião de papel na minha vida, como se o vento que eu era, ou deveria ser, tivesse se tornado calmaria suficiente pra que pousasse no meu peito, como se meu coração fosse plano o suficiente para ele se plantar por aqui.

Com um sorriso torto, ele plantou gargalhadas em mim; com um abraço gostoso, germinou segurança por aqui; com um pescoço cheiroso, cultivou um misto de saudade e vontade tão fácil assim. E me deixando levar, voltei a florescer enfim.

Ele me traz flores, sabores, cores e rumores de uma vida a dois, de um bem-aventurado depois, fazendo com que, mesmo que a contra-gosto, meu coração volte a ficar disposto, a se sentir exposto por um sentimento que acreditei que não poderia mais viver.

Vivo portanto, todo esse tanto que ele vem bagunçando em mim, despreocupada enfim, com o que é meio, inicio ou fim. Vai ser o que tiver de ser, isso ele não cansa de me dizer, então que seja mesmo o que simplesmente já é, algo bom que me faz ter fé que Deus abençoa quem tem aura boa.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Exceção

Você por si só é um verso,
Um daqueles de poema,
Que logo se torna romance,
Talvez até digno de cinema,
Talvez só uma nuance,
De um bom universo,
Todo cheio de muita cor,
Que carinhosamente chamo amor.
Sim, todas as estradas pelas quais temos de caminhar tenderão a ser sinuosas; e sim todas as luzes que iluminam essa jornada, provavelmente, irão nos cegar, porque sim, existem muitas coisas que eu gostaria de dizer pra você, mas mesmo sendo tão bom as palavras, às vezes, existem momentos de exceção em que eu não sei como me expressar. Porque talvez, você será aquela exceção, no final das contas, a única exceção.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dança

Dei o melhor de mim para perceber que era a trajetória que deveria ter sido aproveitada e não apenas o destino. Foi entre passos trôpegos, lúcidos e não-dançados que cruzei uma linha alcançada por poucos, talvez por isso chamam-me de louco, não me importo, o que tenho de torto, eu tenho de livre.
Sim livre, pra entender que esse estado de rendição em que me encontro, nada mais é do que o melhor ponto, entre a gentileza e o nervosismo de alguém que não tem certeza de nada, e que, ao mesmo tempo, não procura uma resposta acertada. Então sim, eu fechei os olhos, limpei o coração e cortei todas as cordas que me prendiam a pesos desnecessários. Eu segui em frente, aceitei o diferente e ainda aproveitei pra fugir da rotina, pra me fazer presente nos momentos de sol nascente e poente.

Hoje eu sou apenas um humano, não mais alguém que procura, muito menos alguém que usa os pés para caminhar, não, não, hoje eu sou alguém que usa os pés pra dançar. Foi aí, que você pisou no meu pé e eu ri disso.

-Olha, eu não sei dançar.
-Eu também não - você respondeu gargalhando. Sim, aquela que seria a primeira de tantas gargalhadas compartilhadas.
Entre tantos momentos partilhados, talvez sejam bom a gente tentar dançar junto. Sim, eu gostaria disso, porém por mais que seja um deleite lhe ter comigo, ainda sinto minhas mãos ficarem geladas entre os batuques do meu peito, tanto que é como se eu estivesse de joelhos, com o semblante todo vermelho, queimando todo o rosto, totalmente exposto, a esse seu sorriso que parece carregar a resposta pra tudo. Sim, é difícil me concentrar na dança, enquanto estou encarando seu olhar que vem de baixo pra cima, nas minhas ideias faz tantas rimas, e me põe de cima pra baixo.

Todo dia agradeço com respeito devido às virtudes que me trouxeram até aqui, sejam elas personificadas ou não; todo dia envio condolências, sempre que posso ou lembro, aos que me foram e ainda são bons, em cumprimentos de alma e palavras escritas que se tornar-se-ão romances. Sim, sou todo grato àqueles que me fizeram quem eu sou, e que me tornaram esse meu eu melhor. Por isso que o ponto atual é o de saciedade espiritual e assim sigo devotando desejos positivos pra todos que me fazem mais vivo, e não poderia ser diferente com você ou com o tanto que já consegui aprender no pouco que a gente se deixou viver.

É incerto? Sim, somos humanos. E a melhor parte disso é que podemos deixar essa resposta escondida, por perto, enquanto dançamos. Não precisamos saber essa informação pra agora. Não, melhor ir com calma.

Sei que às vezes assusta. Às vezes não é o que planejamos, mas é aí que reside a beleza das possibilidades, do inesperado, que esbarra na gente e rende sorrisos tão felizardos. Então, por favor, não se preocupe, não há de errado com seu sistema. Lembra do que eu lhe disse, logo do começo?

-Deus abençoa, quem tem aura boa.

Talvez seja isso. Seja Ele lhe sorrindo e dizendo que você está pronta pra dançar novamente. Uma possibilidade tranquila, nem pelo que foi, bem pelo que será, uma dança pelo que já é.

Assim, deixa eu esclarecer uma única certeza: não precisa ter pressa não, nossas gargalhadas compartilhadas já são nossa melhor canção, e a dança, bem, a nossa dança não tem de ser uma perfeição, tem apenas de ser o que já é, de ser capaz de alegrar coração.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Leve

Assim que reunir coragem, vou iniciar uma conversa, e aí, ela vai me falar palavras sem sabor, sem saber, deixando-me sem entender, até porque ela ainda me será inodora, quase transparente, já que ainda não a conheço, nem seus detalhes, miríades e vontades; isso porque só imagino como ela vai ser; isso pra mim e pros outros tantos que idealizam o jeito dela, que nada parece com o que parece ser. Não sei explicar como, só estou com esse sentimento que ela é feito maré, entre altas e baixas, ela deixa que as ondas leve. Prum lugar de se alegrar; prum lugar de se flutuar.

As ruas vão ficar vazia quando ela estiver no banco de carona, eu tentarei me concentrar no trânsito, embora duvide, desde já, que eu vá conseguir passar muitos segundos sem olhar pelo canto dos olhos pro lado direito, pra me certificar que ela ainda está lá. Talvez eu até cometa umas gafes no volante e vamos rir disso; vamos rir do riso dela, do meu, da gente.

Ao primeiro contato, ela me dará palavras sem cor, sem correr, deixando-me sem entender, que ela é uma pessoa sem rótulos. Espera, isso eu já sei! É loucura, mesmo sem nem saber quem é, eu já sei que ela é assim! Nem sequer foto dela eu vi, mas sei que deve ter várias exibindo um grande sorriso, rindo com um tipo de alegria que só ri quem é assim, do tipo que felicidade contagia.
Ah eu sei, sim como eu sei, que no dia que a conhecer, a mesma coisa nunca mais vai ser, mas eu quero conhecer, quero sim, porque no momento que me peguei sonhando em olhar o sorriso nos olhos dela, percebi que queria conhecer um pouco daquilo, que queria um pouco em mim, mesmo que fosse pra me enlouquecer mais um pouco, como se eu já não fosse louco.
Espero que ela goste de loucuras, tanto quanto eu amo o mar, ela parece ser alguém pra deixar as ondas leve. Sim, leve. Ela há de se deixar todo o mundo mais leve. Ela há de se deixar levar pelas ondas, pelo mar, meu sorriso e o vento.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Some

-Some.

O coração dela estava apertado por digitado aquilo. Por que o fizera então?
Porque estava indo tudo como um trem desgovernado.
Ele aparecera pra ela de forma tão súbita, com tanto tudo em tão pouco tempo, que a acertou em cheio e a tirou dos trilhos. Ela tentou correr, tentou se esconder, mas cada novo dia, significava um novo assunto iniciado e seu rosto era tomado por um riso escancarado. Não deveria ser tão fácil assim, foi o que ela jurou pra si mesma. Um beijo forte, um apertão e mesmo assim ele ainda mantinha aquele olhar abobalhado. Pelo menos parecia ter sido o suficiente para nocauteá-lo na noite passada. Mas não fora o suficiente agora que ela estava em casa, trocando mensagens com ele. Tinha que parar aqui. Tinha mesmo? Tinha. Então melhor mesmo ter enviado a mensagem. No dia seguinte ela nem lembraria de tudo aquilo mesmo.

Jogou o celular pra longe e se encobriu embaixo das cobertas. Respirou fundo. As músicas que ele mandara eram visitadas todo dia. Ela não sabia, mas sempre lembrava dele. Não percebera ainda, mas ele já fazia parte da sua rotina, desde o bom dia no raiar das manhãs, até as conversas bêbadas de sono nem um pouco sãs.

O sono veio rápido e por ser leve, com simplicidade foi quebrado quando o telefone tocou. Atendeu no automático. Era ele. Não queria ter atendido.

-Oi.
-Desce aí.
-Como assim?
-Só desce uai, estou aqui na frente.

Ela achou que tinha sido clara. Como foi que ele não entendeu? Deveria descer. Existia um motivo pra não descer? Descendo então.
Lá estava ele com um grande sorriso. Ela ficou confusa. Com o que tinha dito, com o que estava sentindo.
-Obrigado.
-Pelo quê?
-Por isso - e ele mostrou a ela a mensagem no celular.
-Mas eu pedi pra você...
-Somar - ele riu e a beijou - então aqui vai: somar nos beijos - e beijou cada centímetro que ela pensou ter no rosto - somar sorriso - e exibiu mais uma vez aquele sorrisão bobo - somar nos abraços - e a agarrou pela cintura, retirando-a do chão com uma facilidade que não deveria existir - somar nesses momentos bons da gente.
-Somar e ser diferente. - ela concordou divertida. Por que não estava surpresa com aquela interpretação? Ele sempre a surpreendia.
-Diferente é? Espero que seja um elogio.
-Shh... Não espera nada. - ela falou puxando-o pra perto, fazendo os olhos deles ficarem tão próximos um do outro que era capaz de ver o brilho dos seus refletidos nos dele.
-Não mesmo! Você tá certa de novo! Sem esperar, não gosto de aguardar... Gosto de viver o que é de hoje... O que é pra já.

Ela o beijou. Uma. Duas. Três. Cinquenta vezes, e quando parou, tratou de falar enquanto tentava gravar de forma permanente na sua memória aquele sorriso incrível.
-Já.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Pouco de Fé

Ei meu benzinho,
Parece que tá cedo,
Mas já ta na hora certa,
Se permite um pouco vai,
Escancara essas cortinas,
Que tão escondendo o coração,
E você vai ter surpresa boa.

Já tem muito carinho,
Prainda existir medo,
Sei que a racionalidade aperta,
Mas quando o sentimento sai,
Você volta a ser menina,
E sabe que não tem de temer não,
O isso tudo que no teu peito ecoa.

Sempre que vejo uma foto sua,
Me pego em meio a uma risada,
Fico admirando teu olhar,
Como seu pescoço e pele de porcelana,
Fazem de alegria toda minha semana.

É uma sensação tão crua,
E eu não quero apressar nada,
É só que eu amo o mar,
E agora sempre que penso no assunto,
É com você que quero estar junto.

Olha, eu sei bem como é que é,
Toda essa grande insegurança,
Porque tou passando pelo mesmo;
Tou me sentindo meio perdido,
E principalmente sortudo,
Porque você existe pra mim,
E nossa história apaixonada,
É toda feita de reciprocidade.

Então, tem um pouco de fé,
Vamos ter uma boa esperança,
O tempo não quer mais que fique a esmo,
Sobrevivemos ao que tem aparecido,
E isso prova que tudo,
Foi pra que nós enfim,
Possamos fazer desse conto de fadas,
Um romance todo felicidade.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Da Cor da Tempestade

É bom se entregar ao que vem, ao que a vida tem, ao que se faz bem e vai além.

É uma loucura sim, mas você pra mim, já é importante assim.

Às vezes me perco lhe encarando e acabo me perdendo no tempo.
Tudo culpa desse seu olhar que é da cor da tempestade... Tão intenso, tão forte, que agradeço diariamente por ter sido abençoado com tamanha sorte de poder vivenciar tanto num olhar só.

Sim, esses seus olhos tão castanhos, da cor da tempestade, quase me tiram a sanidade... É só encarar essas orbes cor de chocolate e tudo aqui dentro é arrebatado! Como se fosse o vento; como se fosse onda; mas principalmente porque é tudo carinho e me faz querer desenhar pra gente um novo caminho. Um em que sempre que der eu vá ficar em você abraçado, colando meus lábios no seu cangote todo arrepiado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Arpoar

A maioria dos meus dias são comuns, tão corridos, vividos, que nem me sobra tempo de ter um apego ao futuro ou ao passado, e, por isso, que me pego apenas no presente, vivencio o que tem pra hoje e vou em frente.
Porém, por mais que me faça todo sorridente, de viver apenas o dia corrente, tem dias que me são diferentes, dias nostálgicos, dias que eu me pego pensando no que já poderíamos ter vivido, é um sentimento estranho, como se fosse saudade, sabe? É um pensamento solto sobre as possibilidades; É uma sensação que algo tá faltando: os planos pra vida que vem por aí, das façanhas e histórias que ainda estão por vir.

Você me colocou numa situação complicada: nessa minha cama tão grande que parece quase deserta sem sua companhia pra me completar. E aí, vez ou outra me pego lembrando do seu cheiro, seu toque, sua presença e seu sabor, e cada detalhe, me faz mais arpoar de saudade, de vontade, atinando as possibilidades.
Dá até vontade de um diálogo louco começar, pra convencer você a deixar brechas preu aos poucos lhe roubar.

-Tem possibilidade de chuva?
-Tem.
-E de sol?
-Também.
-Chance de fazer onda?
-Sim, meu bem.
-Vai ter dia de vento?
-Sim, porque isso me convém.
-Será que vai mesmo florescer?
-Flores, cores e muito além.
-E quanto aos sorrisos?
-Vai ter de muito, basta a gente querer! Então pára de hesitar e vem!
E você tá vindo.
Chegando com o olhar rindo.
Me encantando com esse seu sorriso lindo.

Sabe, entre tudo que pode ser, o melhor é arpoar o que já é, e isso, a gente tem feito todo dia, distribuindo tantos risos de alegria.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Não Seja de Efêmerar

Sempre fui de gostar de encanto, até porque meu sorriso, comumente tão solto, esporadicamente acorda com motivo pra se estender de canto a canto, e, hoje notei que esse motivo é você.
Acho tão engraçado isso de se encantar.
Duma paz cheia alegria, que azula o meu dia.

E verdade seja dita, a gente sabe que isso parece ser um encanto sim, e não é um problema pra mim.
A gente sabe também, que normalmente, os encantos tendem a deixar de ser mágicos, mas e se, dessa vez, não deixar? E se passa dia após dia, e ainda fica alegria? Ainda é apenas encanto? Ou será que é um outro tanto?
Eu não sei, e acho que gosto de não saber. Gosto de me perder no seu abraço e não saber de mais nada. Gosto de me encantar com sua forma de sorrir: no olhar, no viver, no envergonhar, no conversar e no sotaquear. Gosto de saber apenas do presente, gosto de lhe ter presente e de me fazer uma experiência diferente, porque depois que tive uma epifania espiritual, aprendi que aura astral é algo pra se aproveitar; então, sim, eu não vou negar, adoro o seu encantar, e torço pra que se deixe perdurar, pra que não seja de efêmerar.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Me Balança

É incrível como me balança: seus olhos, seu riso... Tudo de improviso, e me encanta, quase como se estivéssemos numa dança.
Você parece ser intensa,
De corpo e alma,
De aura calma,
Que transborda essa sinergia,
Meio agridoce, quase alegria,
Como se grata fosse,
Por todo o dia-a-dia.

E você é assim, de me fazer,
Todo esse bem querer,
Pra lhe descrever em palavras bonitas,
Às vezes ditas, quiça escritas,
A maioria contidas,
Pela vergonha e pelo entendimento,
Que serão melhor recebidas,
Quando eu souber qual é a desse sentimento.