domingo, 25 de outubro de 2015

Tinta

Eu pintei algumas lembranças na minha pele, de uma parte de mim que sempre será o norte da minha bussola vital. Tudo que eu sei é que estou perdido, seguindo rumo a sei lá que destino, curtindo sobretudo, a tal jornada que me disseram pra não deixar passar sem aproveitar. Estou me sentindo perdido porque quando você vai, tudo que eu sei é que a saudade vem, e é uma coisa boa também.

A tinta que você usou pra se riscar em mim é tão forte, que quase parece um ataque bélico. Sob seu fogo, que vem do olhar, vem do sorriso, vem da aura tão boa, sinto-me presa fácil, e provavelmente estaria em debandada, se não surgisse essa sensação tão bem-aventurada que surge no peito e toma toda minha mente em versos e parágrafos que não param de jorrar, apenas por você ser assim, toda de inspirar.
Vejo a estrada que vem a seguir, e ela começa a subir; vejo as estrelas que não costumavam aparecer e elas parecem brilhar tão mais que antes; vejo seu rosto e a quero tanto. Tudo que eu sei, é que não sei exatamente o que existe aqui dentro por você, mas é bom o bastante pra lhe querer comigo com tudo o mais mantido constante. Quero seu azul pra mim, essa tinta que me faz assim, um bem sem fim.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Um Bom Desvio

Ela estava bem,
Não queria amor,
Nem romance,
Quiçá conto de fadas,
Em suma, não queria nada,
Tinha um destino planejado,
Não queria nenhum desvio,
Apenas se aproveitar por si só.

Um sorriso. Ela ignorou. Sabia que era pra ela, mas sabia o perigo, que um sorriso traz consigo, e por isso o ignorou, juntamente com o dono do mesmo.

Um olhar. Ela fugiu. Estava ciente que ele olhava pra ela, contudo tinha ciência do que significaria encará-lo, melhor então ignorá-lo, melhor então fingir que não o via.

Uma palavra. Ela poderia ter continuado a andar e deixá-lo acreditar que ela não o escutou, mas acabou sorrindo ao encarar o olhar dele, e uma resposta saiu, meio sem querer, meio por querer, pra saber exatamente o que ele tinha a dizer.

Ele disse, entre risos, boas conversas, danças e beijos. A primeira vista, ele não parecia ser, mas a cada novo ponto dado, ele não mais parecia tão errado. Ela gostava disso, do ar de aventura, do sensação que não mais controlava o que viria na sua vida futura. Ele era totalmente um bom desvio nos planos que fizera.
Alguns encontros não são pra acontecer, outros sequer pra perdurar, mas alguns são de enriquecer, uma rotina, um dia-a-dia; alguns são tão bons, que às vezes é pra se perceber que a trajetória é tão ou mais importante que o destino.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Esbarrão

Como o oceano puxa e manda a maré, como o vento espalha as folhas pra longe e as traz de volta pro pé, você conseguiu mexer com toda a minha fé. Estou nessa grande incerteza, que tem lá sua beleza, afinal é só alegria e nada tristeza, é você me sendo a melhor das minhas surpresas.
Você não sabe não, porém desde que você surgiu num esbarrão, tornou-se a razão de eu acreditar em algo que eu não sei.

Você faz assim, do seu jeito, sem jeito, em mim, no meu peito, tão fácil, que fico duvidando realmente se não existe um manual de como me conquistar. Você diz que não há nada o que conquistar, que sou todo dado, e provavelmente sou, um dado viciado, em lhe fazer ganhar, tantos sorrisos, que me fazem pensar se não sou eu o maior ganhador. A verdade é: todo mundo ganha quando há sorrisos e você me ensina tanto que eu tenho medo de soar tão repetitivo quando lhe agradeço apenas pelo que já é, quando dou inicio a um papo qualquer. Eu gosto muito do agora, então, entenda que nunca se demora pra eu puxar um novo papear. Não é expectativa, não é projeção, é apenas eu me deixando seguir meus impulsos facilmente. Porque, apesar de não precisar de explicação, às vezes eu sinto que você tem receio de estar interpretando mal toda essa minha interação, e eu não quero isso não. Quero só me perder nas conversas com você.
Eu gosto de me perder, gosto do que você já me fez perceber. Gosto de você e sinto uma aura tão boa no seu coração, que sou muito grato pelo nosso esbarrão.

domingo, 11 de outubro de 2015

Tiquetaquear

Parecia um tiquetaquear de relógio, num ritmo nosso, seu peito palpitava ao meu ouvido, enquanto seus dedos entrelaçavam meus cabelos. Eu pensei que o amor já havia sido encontrado, e que qualquer coisa que viesse depois do que já havia vivido, seria apenas um sentimento divertido, porque a vida, infelizmente não havia acabado, junto meu amor passado.

Eu fui passando por todos os sinais, na esperança que um dia o destino seguisse sua linha, e eu não precisasse lhe fazer minha, contudo, aparentemente, a capacidade sua de, rastejar até mim com beijos pela minha pele nua, arrepiam mais do que meu braço, se estendem até desatar todo o laço que tinha imposto ao meu coração tão indisponível.

Hoje percebo que, apesar de não dever, apesar de não poder, apesar de não querer, eu sinto você. O som da sua risada, mesmo ao parecer uma gargalhada, quase sempre tem um toque de cansaço, a noite que passamos juntos, às vezes é tomada pelo seu sorriso de tristeza. Porque eu sei, que esse meu jeito, infelizmente lhe causa algumas incertezas e mesmo assim você não fala nada, ri pra mim aquele seu riso tão apaixonado, que ao quase que me sinto culpado, quando lembro do quão complicado devo soar pra você.
Tenho algumas prioridades que não posso adiar, e é difícil explicar, mas eu gostaria que você pudesse ficar, mesmo que eu não venha a falar, gostaria que você pudesse ficar, pra eu poder, no seu peito deitar, e escutar o lindo tiquetaquear, que seu coração faz especialmente pra mim.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ladeira Acima

Flor, se sou riso é no desejo,
De seus lábios fazer beijo,
Porque sim, em ti, eu mergulhei,
Sem nem me preocupar,
Se seria o bobo ou rei.

Após tudo que passei,
Te ter num abraçar,
É pra me deliciar,
Com o futuro que vejo,
E nada planejo,
Por isso preciso te falar:

Que seja mais um pouco, como já é,
Pra não faltar sorrisos até,
Termos muitas dança de pisões de pé,
Que seja tão louco, como já é,
Eu vou te amar na janta e no café,
Já que amor se faz de crença e boa fé.

Tava tão certo e não quis notar,
Que todo teu sumiço era são,
Preferi pensar que era nada não,
Mesmo tendo mudado tanto,
O teu jeito de responder,
E aí tive de aceitar,
Que em ti não mais tinha meu canto.

Decidi então, fazer rima,
Expor tudo num poema,
Pra, apesar de parecer de cinema,
Nosso romance sequer chegou ao carnaval,
E por isso não frevou ladeira acima.

Que soe mais rouco, como já é,
Porque nem tudo dá certo né?
Então o nós foi bem longe até.

Que fique um pouco, do que já é,
Porque ainda me resta fé,
Que nosso romance ainda está de pé,
E tem uma boa chance sim,
De, quem sabe num doce fim,
Ser conto de fadas, enfim,
E assim serei o mocinho,
Que há de ter amor em seu caminho.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Vem e Vai

Ela vem e ela vai,
Chamando minha atenção,
Entre olhares atrevidos,
Fico sem reação,
E sempre que ela sai,
Penso que deveria ter dito,
Senão algo bonito,
Um fato bem divertido,
Mas parece que não consigo,
Porque sempre que ela está comigo,
Todos meus pensamentos são perdidos.

Já faz um tempo que a observo calado, algo inesperado, pra um eu que sempre foi todo afobado. Eu ainda não a conheço bem, mas esse é apenas um pequeno porém. Eu já guardei comigo o riso dela, que aparece sempre que falo uma coisa engraçada; que surge sempre que nossos olhos se encontram, deixando-a um pouco corada. Não precisamos trocar sequer uma palavra, apenas os risos indecisos e sei que o que me toma é recíproco.
Ela vem e vai, meu olhos e coração atrai, e eu não sei de onde isso vem, muito menos pra onde vai, e pra mim é o suficiente, porque a incerteza é que torna tudo mais atraente; é o inesperado que me faz ávido pelo que virá, afinal, o que tiver de ser, será, e ela há de ser, pelo menos é o que meu coração parece crer sempre que nos olhos dela faz questão de se perder.