domingo, 11 de outubro de 2015

Tiquetaquear

Parecia um tiquetaquear de relógio, num ritmo nosso, seu peito palpitava ao meu ouvido, enquanto seus dedos entrelaçavam meus cabelos. Eu pensei que o amor já havia sido encontrado, e que qualquer coisa que viesse depois do que já havia vivido, seria apenas um sentimento divertido, porque a vida, infelizmente não havia acabado, junto meu amor passado.

Eu fui passando por todos os sinais, na esperança que um dia o destino seguisse sua linha, e eu não precisasse lhe fazer minha, contudo, aparentemente, a capacidade sua de, rastejar até mim com beijos pela minha pele nua, arrepiam mais do que meu braço, se estendem até desatar todo o laço que tinha imposto ao meu coração tão indisponível.

Hoje percebo que, apesar de não dever, apesar de não poder, apesar de não querer, eu sinto você. O som da sua risada, mesmo ao parecer uma gargalhada, quase sempre tem um toque de cansaço, a noite que passamos juntos, às vezes é tomada pelo seu sorriso de tristeza. Porque eu sei, que esse meu jeito, infelizmente lhe causa algumas incertezas e mesmo assim você não fala nada, ri pra mim aquele seu riso tão apaixonado, que ao quase que me sinto culpado, quando lembro do quão complicado devo soar pra você.
Tenho algumas prioridades que não posso adiar, e é difícil explicar, mas eu gostaria que você pudesse ficar, mesmo que eu não venha a falar, gostaria que você pudesse ficar, pra eu poder, no seu peito deitar, e escutar o lindo tiquetaquear, que seu coração faz especialmente pra mim.

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