segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Moça de Samba

Eu quero um frevo,
Que fanfarre assim,
Feito só pra mim,
Quero frevar,
Porque de carnaval eu sou,
E o ano todo passou,
Pra ladeiras eu pintar de amor.

Lá vem a moça de samba,
Com um olhar tão forte,
Que eu agradeço pela sorte,
De ela deixar tão bamba,
Minha risada e meu peito,
Já que lhes é causa e efeito.

Ela parece decidida,
A me hipnotizar,
Com essa troca de olhar,
Quase que escondida,
Que é pra ninguém reparar,
Como ela gosta de me conquistar.

E com o primeiro dia,
Ela também se vai,
Quatro dias ainda tem,
A cerveja me cria uma paz,
Fazendo-me sorriso e além,
Porque não há problema,
Se a moça se despede com desdém.

É com euforia,
Que meu sorriso sai,
Quando ela me vem,
E com um beijo desfaz,
Toda dúvida que meu peito tem,
E me cria um dilema,
Se meu carnaval é ela e mais ninguém.

Eu quero um frevo,
Eterno pra mim,
Pro carnaval não ter fim,
Quero ladeira pular,
Porque um fevereiro eu sou,
E é com essa moça que vou,
Escrever nas ladeiras nosso amor.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Desatar

Você é minha fraqueza, com esse sorriso tóxico, olhar cheio de volúpia que me faz toda incerteza. É um encontro entre o amor que não mais creio ter e um erro que gosto de cometer, você colore a parte mais incolor da minha alma, parece saber como desatar alguns nós em mim que eu nem sabia que existiam.

Cada vez que lembro dos nossos momentos, tenho essa sensação que em você eu me perco. Quando você me tira do chão com tanta facilidade, quando me embalada num beijo cheio de voracidade, quando me despe sem nenhum suavidade, você me domina de uma forma, que quando vai embora, meu corpo todo reclama, como se sem seu toque eu estivesse entre o inferno e suas chamas.

Você é meu vício, com um beijo delicioso que deveria ser proibido. Quando sou tomada por você, lhe inalo e expiro buscando folego para não desmaiar, buscando forças pra não me deixar tão facilmente me entregar. Eu espero o nosso encontro, como a última cerveja da geladeira, depois de uma semana inteira.
Normalmente eu diria que você é todo um problema, entretanto, sempre que leio um de seus poemas, escuto uma das tantas músicas que você me enviou, sou forçada a admitir que você, facilmente, me conquistou. Nunca foi assim com ninguém, só com você eu não consigo resistir, é um poder natural que você tem sobre mim.

Você é meu, e eu sei que essa é a maior mentira que eu poderia me contar, contudo, é um pensamento que não consigo afastar. É seu olhar, às vezes zarolho, seus cabelos, poucas vezes organizados, seu sorriso, que tantas vezes tem me encantado, seu aroma, todas as vezes tem me enebriado... Seria loucura fingir que eu não anseio pelo seu sabor. Não gosto de admitir, mas sob seu encanto, largo todas as minhas armas, relaxo todas as minhas amarras e me deixo desatar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Volver

Para chegarmos lá,
Precisamos saber o que há
Quando, onde e como,
Depende do que já somos,
Você sabe o que será dito.

Três palavras poucas,
Quando reunidas soam roucas,
Envolvem sensações tão loucas,
Contudo, é o que fazem viver,
O bom conteúdo, alegria, volver.

Nós dissemos anteriormente,
Pra pessoas diferentes,
Dissemos porque teve de ser,
E não foi como deveria ser,
Deveria ter sido infinito.

Sobre isso não há dialogar,
Você não tem o que falar,
Mas eu ainda posso ouvir,
Não posso sentir,
Tudo que você sentiu antes,
Posso apenas sorrir,
Garantindo que eu sou eu,
Nada igual ao que você já viveu.

Tem sido tempo o bastante,
Desde que você me olhou assim,
Como se me conhecesse,
Como se me entendesse,
E todas as coisas que pra mim,
Não seriam expostas tão fácil assim.

Juntos, pra ser,
Separados, pra ter,
Assuntos, de escrever,
Apaixonados, volver,
É o que podemos viver.

Não sei se será de todo bom,
Nem se será de eternidade,
Mas garanto que será sorriso com,
Porque essa sua personalidade,
Já me coloca tantos no rosto,
E faço questão de esbanjá-los com gosto.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Liquidificador

Um pulsar. Era pra limpar os resquícios que ficaram de vivências anteriores, mas eu aprendi que esse botão era o melhor pra tornar tudo mais prático. Você veio assim. Pulsando. Triturando o gelo. Mudando a forma como eu batia os sentimentos. Uma noite e bastou pra tudo mudar. Seu sabor. Como poderia ter esse sabor tão bom?

O luar que entra pelas cortinas abertas pra afastar um pouco do nosso calor, fez uma luz refletir no vazio da cama que você deixou quando levantou. Você se move esguia, quase em sintonia, com as sombras do quarto, como se respirar fosse fácil depois de tanto ofegar em conjunto comigo. Se alguém acreditasse no que eu vi e senti, eles estariam tão apaixonados por você quanto eu estou agora.

Todos os dias eu aprendo um pouco mais dos seus detalhes, dos seus trejeitos que vou tatuando no meu peito, das coisas que ninguém mais vê, e apesar de ser tão cedo, não faço segredo que sim, você fez um liquidificador dentro de mim.
Existem tantas palavras não ditas, algumas bonitas, outras perdidas, quiça infinitas, na plenitude de tentar contemplar toda sua graça, mas elas foram trancadas, numa devoção silenciosa, e espero que você entenda o que quero dizer com isso. O fim é desconhecido, mas estou pronto pro próximo passo, desde que você esteja comigo. Se alguém acreditasse no que eu vejo e sinto, eles estariam tão apaixonados quanto eu fiquei sem demora.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Um Brinde A Sua Percebida

Não faz diferença se você vai ficar em pé, dançar ou sentar, em todas as escolhas, vou brindar e agradecer por você ter aparecido aqui, porque em todas essas escolhas suas, terminam me deixando em apuros, terminam me deixando com um sorriso. Parece que não, porém isso que vivemos não nos é uma novidade, então, tenho certeza que você já viveu esse deleite com outro alguém, e eu também, já conheci outras pessoas que me fizeram bem, e aqui estamos nós, num mundo lotado, e mesmo assim meio que a sós, trocando olhares que dizem tanto, mesmo sem dizer nada.

Eu sei que no Havaí, Bali e Noronha, lugares que nunca fui, mas que meu subconsciente em algumas noites ainda sonha, estão lá, me esperando, sendo abençoados pelo mar, e eu estou aqui, pensando que há algo especial pra mim, porque é num desses lugares que quero lhe levar, ou, na verdade, alguém que eu possa brindar de tudo um pouco, sobre sucesso, tristezas, falhas e desejos loucos. Estes são lugares que eu irei, pode ter certeza, com tudo dando certo ou errado, é lá onde você vai me encontrar se nossos destinos decidirem por ficar separados.

Eu já estou na minha jornada, e como lhe disse, ou ainda vou dizer, cada um tem sua trajetória, às vezes a gente encontra alguém que siga uma parte do caminho, às vezes temos de seguir sozinhos, entretanto, independente da parte em que eu esteja, vou contar as estrelas no céu, vou recortá-las e colá-las na parede, riscá-las no braço, sei lá, vou mantê-las guardadas de alguma forma, porque vão ser um pedaço da alegria que a gente pode partilhar.
Hoje eu brindo a você, não por ser algo fenomenal, não por termos sequer algo especial, apenas pelo sorriso que você me fez. Sim sou tão grato por isso, por você ter me encarado e, mesmo que sem jeito, exibido aquele sorriso semi-perfeito. Um brinde a isso, e a todas as outras coisas boas da vida. Um brinde a sua percebida. Um brinde a nossos olhares perdidos não terem sido em vão. Um brinde aos nossos bons corações.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

De Segunda

Seus olhos, turvos,
Encaram os meus,
Seus lábios, curvos,
De graça, quase ateus,
Não creem em nada,
Além do que são,
E como o são.

Eu me seguro,
Não penso no futuro,
Apenas estou enfadada,
Do que dizem pra eu ir,
Do que dizem preu sorrir,
De você não estar aqui,
Onde você foi?

Não deveria ter depois,
Eu sei, sempre foi assim,
Mas eu queria nós dois,
Ainda lhe quero em mim,
Dentro, fora, antes, agora,
Ligado, rindo, falando,
Simples e me encantando.

Contudo sumimos,
Eu encontrei uma maneira,
Olhar apenas o dia presente,
E é como se não tivesse vida,
Como se, após sua partida,
Ainda fosse segunda-feira.

O amor não deveria ser morrer,
O amor não deveria ser segunda,
O amor não era pra ser dor profunda,
O amor era pra enriquecer,
O nosso amor era eu e você,
Era de alegrar, de espairecer,
Era de dançar, de se manter.

Seus olhos, tão castanhos,
Encaram os meus,
Seus lábios, tão estranhos,
Distante, quase ateus,
Não dizem nada,
Exceto o que são,
Que não querem meu coração.

Às vezes queria lhe encontrar,
Porém não há palavras para chamar,
Hoje a noite chora, você nem desconfia,
O que nos resta agora, nem é nostalgia,
É um sentimento derradeiro,
Tão ou mais desnecessário,
Como uma segunda-feira em janeiro.

É, eu tive que desistir,
Aprendi a lhe deixar ir,
Entendi como voltar a sorrir,
E ainda estou aqui, porque sim,
Ainda busco o amor no fim.

O amor que virá não há de morrer,
O amor que virá não ficará na segunda,
O amor que virá já me inunda,
O amor que chega vai me enlouquecer,
Diferente do que havia entre eu e você,
Será de dançar, de se fazer valer,
Será de alegrar, e há de se manter.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ondulação

Sim, eu sei que há um mar em você, não precisa tentar controlá-lo, não precisa querer explorá-lo, apenas aproveite a ondulação.

Pode parecer que não, porém, aos poucos, na minha medida, e no meu tempo, estou lhe enviando uns sinais, e não se tratam apenas dos que você insiste em beijar pelo meu corpo, são trejeitos meus, sorrisos, olhares, que nem mesmo eu, sei como vão ser e o que significam. Penso que são como um farol em meio a uma neblina: estão lhe orientando e brilhando pra que você saiba que é seguro vir até aqui. O problema é que eu sou tão inconstante quanto o vento, e aí, no meio do seu trajeto, eu mudo de ideia, tenho vontade de me esconder, porque é assim eu sou: imprevisível, quiçá pouco crível. Sigo nesse fluxo que ninguém sabe onde vai dar, apenas onde a minha vontade me guiar e assim vou lhe trazendo aos pouquinhos, logo, ao invés de tentar adivinhar, porque não aproveita o navegar?

Você não percebeu ainda, entretanto, nessa sua vontade de querer o mundo abraçar, não notou que está me trazendo de volta a vida, que está revivendo um coração enterrado e totalmente realizado. Eu tenho medo pelo que há de vir, tenho medo por tudo que você me faz sorrir, às vezes estou tranquila, e, subitamente, estou mergulhando em você! Não posso me afogar, então apago a luz que estava emitindo pra lhe iluminar, pra lhe guiar até mim porque... Bem porque você já sabe essa resposta! Ou talvez não, eu vivo mudando de opinião, lembra?
É que talvez eu seja como as ondas do mar mesmo. Você até consegue sentir o roçar em seus pés, mas vou embora quando você tenta me alcançar, é a minha maré, minha ondulação, não tem nada a ver com você não. Eu espero, ou melhor, eu não espero nada, porque assim você me ensinou a fazer, a não ter expectativa nenhuma, bem, eu não sei então como dizer, apenas penso que gosto de você, do que a gente tem, porém não posso ir além e espero que fique tudo bem, porque você é um alguém, que, pra agora, não gostaria de viver sem.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Boa Incerteza

Não é como se eu estivesse à procura, ou à espera, mas, de alguma foram eu tenho essa incerteza, que, em breve, alguém de aura leve, vai surgir pra mim, pra mais sorrisos me permitir. É incerteza, porque não há nada certo nessa vida, nem o ponto de partida, nem o ponto de despedida, todavia, acredito que ela há de ser de ficar por um bom tempo, de ficar no tempo que lhe faça mais que momento, que nos faça um bom sentimento.

Ela pode ser de aproveitar o destino, ou apenas a jornada, pode ser de gostar de correr descalça na estrada, ou ter medo de descer da calçada, pode ser apenas de gostar de deixar na areia a sua pegada, contanto que tenha alma levada e lavada, ela poderá retrucar sobre minha fala atrapalhada sempre que eu interromper um longo discurso apenas pra ficar encantado, encarando seus sorriso pelo qual serei tão apaixonado.

As pessoas temem mergulhar adiante, porque o futuro, apesar de sua imprecisão, pode terminar com um perder, mas se você não se arriscar, não entendo pra quê inventou de tentar viver. Tinha um professor meu que dizia: "o mais difícil é você sair da cama", então, se já se levantou, por que não deixar a maré roçar os pés? Né nem questão de fé, é apenas do que você é, e estando vivo, você pode se fazer protagonista de um livro, acho que esse é o meu motivo pra buscar por aí, tantos motivos pra sorrir, é por isso que gosto de aparecer e sumir, de me fazer ondas de mar, de me fazer arriscar numa boa incerteza, tão cheia de beleza.

Não faço ideia do que está por vir, nem quem é você que se esconde na próxima esquina da minha vida, contudo, já estou por aqui, vivendo o presente, porque foi o melhor tempo que me foi dado. Existe arrependimento sim, e a vontade de planejar pro ainda está por vir, mas esses sentimentos estão tão bem guardados, afogados num eu meu do passado, aquele que não sabia aproveitar muito bem o que tinha na mão, que vivia para tentar equilibrar razão e coração, e convenhamos, isso nunca deu certo não, por isso decidi mudar de supetão, e me tornei isso que sou hoje, esse eu todo leve.
Não sei quem é você que está escondida, que não ainda aparece pra mim, porém não tem pressa não, já guardei o seu lugar no meu coração, e não vou dar pra ninguém não. O que eu sei, por agora, é que gosto do risco da boa incerteza, porque ela tem lá sua beleza, é tipo dançar na chuva, ao som do trovão, com relâmpago a fazer clarão, é mais ou menos isso que vou sentir quando você vier tomar seu lugar de direito no espaço que lhe reservei na minha história em segredo, vai sobrar deleite e um pouco de medo, principalmente sorrisos, por saber que estou me arriscando novamente; sobretudo, vai sobrar aura boa, quando você vier até meu coração, tomar o lugar de realeza, e dizer pra mim o quão bom foi eu ter guardado essa boa incerteza.