sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ondulação

Sim, eu sei que há um mar em você, não precisa tentar controlá-lo, não precisa querer explorá-lo, apenas aproveite a ondulação.

Pode parecer que não, porém, aos poucos, na minha medida, e no meu tempo, estou lhe enviando uns sinais, e não se tratam apenas dos que você insiste em beijar pelo meu corpo, são trejeitos meus, sorrisos, olhares, que nem mesmo eu, sei como vão ser e o que significam. Penso que são como um farol em meio a uma neblina: estão lhe orientando e brilhando pra que você saiba que é seguro vir até aqui. O problema é que eu sou tão inconstante quanto o vento, e aí, no meio do seu trajeto, eu mudo de ideia, tenho vontade de me esconder, porque é assim eu sou: imprevisível, quiçá pouco crível. Sigo nesse fluxo que ninguém sabe onde vai dar, apenas onde a minha vontade me guiar e assim vou lhe trazendo aos pouquinhos, logo, ao invés de tentar adivinhar, porque não aproveita o navegar?

Você não percebeu ainda, entretanto, nessa sua vontade de querer o mundo abraçar, não notou que está me trazendo de volta a vida, que está revivendo um coração enterrado e totalmente realizado. Eu tenho medo pelo que há de vir, tenho medo por tudo que você me faz sorrir, às vezes estou tranquila, e, subitamente, estou mergulhando em você! Não posso me afogar, então apago a luz que estava emitindo pra lhe iluminar, pra lhe guiar até mim porque... Bem porque você já sabe essa resposta! Ou talvez não, eu vivo mudando de opinião, lembra?
É que talvez eu seja como as ondas do mar mesmo. Você até consegue sentir o roçar em seus pés, mas vou embora quando você tenta me alcançar, é a minha maré, minha ondulação, não tem nada a ver com você não. Eu espero, ou melhor, eu não espero nada, porque assim você me ensinou a fazer, a não ter expectativa nenhuma, bem, eu não sei então como dizer, apenas penso que gosto de você, do que a gente tem, porém não posso ir além e espero que fique tudo bem, porque você é um alguém, que, pra agora, não gostaria de viver sem.

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