quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Arpoar

A maioria dos meus dias são comuns, tão corridos, vividos, que nem me sobra tempo de ter um apego ao futuro ou ao passado, e, por isso, que me pego apenas no presente, vivencio o que tem pra hoje e vou em frente.
Porém, por mais que me faça todo sorridente, de viver apenas o dia corrente, tem dias que me são diferentes, dias nostálgicos, dias que eu me pego pensando no que já poderíamos ter vivido, é um sentimento estranho, como se fosse saudade, sabe? É um pensamento solto sobre as possibilidades; É uma sensação que algo tá faltando: os planos pra vida que vem por aí, das façanhas e histórias que ainda estão por vir.

Você me colocou numa situação complicada: nessa minha cama tão grande que parece quase deserta sem sua companhia pra me completar. E aí, vez ou outra me pego lembrando do seu cheiro, seu toque, sua presença e seu sabor, e cada detalhe, me faz mais arpoar de saudade, de vontade, atinando as possibilidades.
Dá até vontade de um diálogo louco começar, pra convencer você a deixar brechas preu aos poucos lhe roubar.

-Tem possibilidade de chuva?
-Tem.
-E de sol?
-Também.
-Chance de fazer onda?
-Sim, meu bem.
-Vai ter dia de vento?
-Sim, porque isso me convém.
-Será que vai mesmo florescer?
-Flores, cores e muito além.
-E quanto aos sorrisos?
-Vai ter de muito, basta a gente querer! Então pára de hesitar e vem!
E você tá vindo.
Chegando com o olhar rindo.
Me encantando com esse seu sorriso lindo.

Sabe, entre tudo que pode ser, o melhor é arpoar o que já é, e isso, a gente tem feito todo dia, distribuindo tantos risos de alegria.

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