quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Leve

Assim que reunir coragem, vou iniciar uma conversa, e aí, ela vai me falar palavras sem sabor, sem saber, deixando-me sem entender, até porque ela ainda me será inodora, quase transparente, já que ainda não a conheço, nem seus detalhes, miríades e vontades; isso porque só imagino como ela vai ser; isso pra mim e pros outros tantos que idealizam o jeito dela, que nada parece com o que parece ser. Não sei explicar como, só estou com esse sentimento que ela é feito maré, entre altas e baixas, ela deixa que as ondas leve. Prum lugar de se alegrar; prum lugar de se flutuar.

As ruas vão ficar vazia quando ela estiver no banco de carona, eu tentarei me concentrar no trânsito, embora duvide, desde já, que eu vá conseguir passar muitos segundos sem olhar pelo canto dos olhos pro lado direito, pra me certificar que ela ainda está lá. Talvez eu até cometa umas gafes no volante e vamos rir disso; vamos rir do riso dela, do meu, da gente.

Ao primeiro contato, ela me dará palavras sem cor, sem correr, deixando-me sem entender, que ela é uma pessoa sem rótulos. Espera, isso eu já sei! É loucura, mesmo sem nem saber quem é, eu já sei que ela é assim! Nem sequer foto dela eu vi, mas sei que deve ter várias exibindo um grande sorriso, rindo com um tipo de alegria que só ri quem é assim, do tipo que felicidade contagia.
Ah eu sei, sim como eu sei, que no dia que a conhecer, a mesma coisa nunca mais vai ser, mas eu quero conhecer, quero sim, porque no momento que me peguei sonhando em olhar o sorriso nos olhos dela, percebi que queria conhecer um pouco daquilo, que queria um pouco em mim, mesmo que fosse pra me enlouquecer mais um pouco, como se eu já não fosse louco.
Espero que ela goste de loucuras, tanto quanto eu amo o mar, ela parece ser alguém pra deixar as ondas leve. Sim, leve. Ela há de se deixar todo o mundo mais leve. Ela há de se deixar levar pelas ondas, pelo mar, meu sorriso e o vento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário