Sua presença sempre foi assim: melíflua. Nunca duvidei disso, pelo contrário, sempre me peguei querendo mais de ti, mais que talvez você nem soubesse ter para me dar; mas nunca importou, sempre preferi roubar a receber, e assim tudo aconteceu como havia de ser. Pelo menos é o que vivo sussurrando para mim mesmo.
A cada regougo que dava ao meu coração, percebia que a parte furtiva de mim era tão temerosa quanto um vulpino em debandada, e que a cada três onzenas eu precisava fugir, para me reencontrar, e não associar toda a minha deformidade sentimental a você.
Uma parte era só isso, é bem verdade. Essa era a parte boa, a parte altruísta, a parte que sempre me orgulhei de admitir; porém sempre existe uma segunda parte (às vezes são inúmeras partes), e comigo nunca foi diferente. A segunda parte sempre foi bem simples, é que eu sempre fui um pouco pérfido com você, comigo e com o Amor.
Eu fiz saudade, criei saudade, plantei e colhi; mas nunca esperei senti-la também, mas essa última parte não cabe a mim, cabe apenas a você. E seu sorriso... Um lindo sorriso melífluo.
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