Durante toda minha vida, até conhecê-la, escolhi a dedo os amores que deixaria entrar, contudo, estranhamente com ela, foi um caso a parte, uma obra de arte. Veja bem, sempre gostei de ser o protagonista do romance, o mocinho e vilão, o malandro e mané, que, acima de tudo, no amor tinha fé, e que quando finalmente o alcançasse, seria graças a conquista que eu arquitetasse. Pois bem, com ela foi bem diferente e, aparentemente, foi essa vertente, que me deixou mais contente, sem notar ainda, que ela me manteria em carcere.
Pela primeira vez eu era cativo. Sim, cativo porque ela quem me cativou. Ela que me filmou, desenhou e planejou. Ela veio sabendo de tudo um pouco, dizendo que não tinha problema eu ser meio louco, que gostava do jeito que eu era. E aí, seguindo a premissa que tinha na época, de se derramar, eu acabei deixando ela entrar e ronronar, como uma felina entre passarinhos, como uma predadora que se acomoda num ninho.
Sim ela era uma estranha no ninho, até então, todas que haviam feito parte do meu caminho, eram pacientes e leves, mas ela não, era carregada e breve, como se mesmo todos meus poemas, jamais pudessem diluir os seus problemas. Sim, ela dizia que eu era solução, entretanto, a verdade é que eu estava mais pra solvente, um remédio pra curar a dor pungente, dos amores que a fizeram ter um coração tão doente. Só que, como previsto, eu não fui capaz de tanto, eu curei sim, tanto dos seus prantos, porém, as camadas mais internas me foram vetadas, porque ela, apesar de jurar, nunca acreditou que eu era o príncipe de seu conto de fadas, e mesmo assim, eu tentei o que podia, tentei trazer um pouco de alegria ao seu dia-a-dia.
E foi bem legal tentar, mesmo que não fosse pra eternizar. Durante todo o trajeto eu sentia um pesar, que ela não ia se deixar levar, que ela tinha seu próprio pesar, e não cabia a mim tentar carregar, que pena! Ela tinha concepções muito fortes do mundo e mesmo me deixando mergulhar tão fundo, eu só pude ser expectador de sua dor, só pude ser mais uma passageiro.
A passagem que deveria ser eterna, findar-se-ou. Durante tanto tempo a gente tentou, até que tivemos a sobriedade de admitir que não era pra ser e aí não foi. O que restou foi um bom sentimento e tantos textos e versos ao vento. O que restou foi um carinho imenso e a certeza que, apesar das lembranças ruins, existem o dobro de memórias boas em mim. O que restou foi a sensação boa, que ela é uma excelente pessoa. O que restou foi a conclusão que, com tudo que tivemos a dois, amor não foi.
Simplesmente incrível.
ResponderExcluir"O que restou foi a conclusão que, com tudo que tivemos a dois, amor não foi."
Monick Melo
Acabei de te conhecer e nem sei se lerá o que escrevo aqui. Mas, não consigo parar de ler o que você escreve! É viciante e de apaixonar com cada palavra, eu consigo sentir. Parabéns, um dos poetas mais incríveis que já vi. Preciso do seu livro!!
ResponderExcluirprimeiro, obrigado, haha, depois, só falar comigo pelas redes sociais ou deixar seu contato aqui que entrego o livro em mãos com dedicatória!
ExcluirOi!! Caramba você leu. Já assumo que sou sua fã! eu te mandei uma e-mail! não sei se você usa muito o e-mail que colocou no site. Mas, é que não sou de Recife. Moro no Rio de Janeiro. E adoraria a dedicatória, por favor!
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