quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

És

A terra firme em meus pés,
O fogo que arde a pele,
A maior volúpia é o que és,
Uma incerteza cruel,
Olhos cor de, lábios de mel.

Só tu tens esse tom,
Que ousadia vem com,
Um riso provocador,
Atrai, extrai, retrai,
És uma tormenta camuflada,
Um pecado desenhado como flor.

A água que mata a sede,
O ar que me enche os pulmões,
És um calabouço sem paredes,
Uma arapuca disfarçada de arte,
Quase um erro desejar-te.

Não lamento tê-lo feito,
Gosto desse efeito,
Aceito o risco de perder,
Sou, vou, estou,
Disposto a enlouquecer,
Já que és âncora bordada.

És um desejo seguro,
Firme e forte na decisão,
Porque não é qualquer coração,
Que há de roubar seu futuro,
Há de ser uns risos no olhar,
E isso, pra ti, eu tenho a sobrar.

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