Entre conversas paralelas, diretas e sem pé nem cabeça, os olhares não paravam de se cruzar. Era bom encarar, era bom imaginar o que ela estava pensando, talvez fosse o mesmo que ele, talvez apenas de sua companhia estivesse gostando. E ela gostava, da companhia, das palavras dele, das escritas e das ditas, todas pareciam tão bonitas, como se ele soubesse exatamente o que falar e onde tropeçar.
-Eu posso te falar algo estranho?
Como ela poderia dizer não a uma pergunta daquela? Por si só a curiosidade ansiava pela surpresa que iria ser, afinal, ele não parava de lhe surpreender.
-Eu me sinto meio tonto, é nosso primeiro encontro, mas é que parece que eu meio que já te conheço. Não sei explicar, não sei nem de onde veio esse meu pensar. É só que... Teu toque, teu cheiro, tua presença, parece que eu já conheço... Parece que tão natural pra mim.
Ela riu, como poderia não rir? Ele parecia hesitante, entre risos, beijos e toques vacilantes. Melhor calar com um beijo então. Leve, gentil, súbito, ardil e ele também riu.
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