sexta-feira, 22 de maio de 2009

Idiota

Se eu ainda fosse idiota,
Chutaria essas pedras pra longe,
Que insistem em aparecer no meu caminho.

Mas não, sou inteligente demais,
Fico tentando tornar as pedras,
Degraus da minha escada,
Só que nem sem sempre consigo,
E acabo me machucando,
Com minhas próprias complicações.

Se eu conseguisse me decidir,
Eu fixaria todos meus sonhos,
Bem no meio da minha testa,
Pra que todos pudessem ver,
O que me faz sorrir.

Se eu soubesse dançar,
Não precisaria brindar,
Brindar a noite, brindar a morte,
Sempre tenho que fazer,
O que não quero fazer.

Se eu não esquecesse da dor,
Poderia entender o horror,
De amar e não ser correspondido,
Mas minha memória é muito ruim,
Não se pode esperar muito de mim.

Vamos deixar o tempo nos guiar,
Escute o som da sinfonia,
Regida pela mão divina,
Sorria com alegria,
Minha bela menina.

Você consegue escutar as trompetas?
Consegue ver as borboletas,
Que sempre voltam ao nosso jardim?
Essa é canção que chega aos seus ouvidos,
É tocada por pequenos cupidos.

Mesmo com todos esses meus defeitos,
Você ainda diz que me ama,
Eu não entendo como,
Só sei que sempre me apaixono,
Pela sua cara de sono.

Não tem jeito, mesmo que eu queira,
Não consigo voltar a ser um idiota,
É uma utopia muito distante,
Os idiotas é que são felizes,
Nunca tem com o que se preocupar...

Sou inteligente, eu sei,
Mas âs vezes não queria ser.
Alguns nascem com o dom,
Outros simplesmente são bons.
Eu só não escolhi o que vou querer jantar.

Na verdade, tanto daz,
Se você estiver ao meu lado,
Tudo vai ser perfeito,
Não vou me entrister jamais,
Porque quando estou com você,
Eu sou um completo idiota.

Bruno Tôp

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