domingo, 17 de maio de 2009

Conto de Fadas I - Encruzilhada

A comitiva segue adiante,
Procurando um caminho,
O nobre cavaleiro à frente,
Seguido pelo trovador,
Que sopra uma doce flauta.

Logo depois vem o escribão,
Esbanjando um sorriso cativante,
Segurando sua pena e pergaminho,
E rindo do bobo da corte,
O último desse estranho cortejo.

Cada um segue por aquele caminho,
Cheio de aventuras e incertezas,
Mas com um único desejo,
O de encontrar o amor.

Cada qual ao seu jeito,
Era uma estação,
E simbolizava um animal,
Cada qual ao seu jeito,
Acreditava no amor,
E tinha seus motivos,
Para seguir nessa busca.

O cavaleiro tão confiante,
Visualisava no amor,
A mais nobre das missões,
E uma aventura,
Recheada de emoções.

Era o outono,
Uma furão sem dono,
Misturando nobreza e orgulho,
sem nunca abaixar a cabeça pra ninguém,
Por isso sempre tropeçava,
Em alguns pedregulhos.

O tímido trovador,
Acreditava que com o amor,
Poderia finalmente,
A mais perfeita das sinfonias, compor.

Era a primavera,
Uma coruja observadora,
Cardioso e timido demais,
Para falar o que pensava,
E acava fazendo, o que não precisava.

Já o astuto escribão,
Queria encontrar o famoso amor,
Fonte para a inspiração,
De tantos livros que conhecia,
Queria poder escrever,
Sobre a verdadeira alegria.

Era o verão,
Uma raposa astuta,
Sincera demais, que falava mais que devia,
E acabava criando confusão,
Sem nem ter noção.

E o bobo da corte,
Só esperava que o tal amor,
Pudesse fazê-lo sorrir,
Sem que dependesse de piadas.

Era o inverno,
O corvo pensativo,
Que sempre desconfiava do motivo,
De alguém se aproximar dele,
Fazendo os bons e os ruins,
Temerem uma aproximação,
Escondia tudo isso atrás das palhaçadas.

É assim que se inicia,
Mais um belo conto de fadas,
O prólogo chega ao seu fim,
Quando num crépusculo carmesim,
Os quatro herois se separam.

Numa mágica encruzilhada,
Cada um segue sozinho,
Por um sinuoso caminho.
Se lançando a própria sorte.
Sem temer a dor ou a morte.

Bruno Tôp

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