quinta-feira, 30 de abril de 2009

Antiga Vizinhança

Ontem passei pela minha antiga vizinhança,
Tudo está tão acabado...
Pior foi perceber,
Que nada saiu como planejado.

O que aconteceu com nossos sonhos?
Quando ainda eramos crianças,
Parecia que tudo ia dar certo,
Que todos ficariamos por perto,
Que a felicidade era algo fácil.

Agora veja como estamos,
Cada em seu próprio desgosto,
Cada qual com suas lágrimas no rosto,
Todos cercados de decepção.

Ed disse que ia ser a lei,
Hoje nem mesmo sei,
Se ele sabe o que é a lei,
Cercado pelas barras da prisão,
Foi corrompido por alucinações.

O nosso futuro se despedaçou,
Assim como o prédio envelheceu,
Os locais onde bricavamos,
Agora nem chegamos perto.

Deb simplesmente desapareceu,
Eu vi quando T. faleceu,
Dinho continua o mesmo de sempre,
Não melhorou nem piorou,
Mas acho que está segurando uma mascara.

Sonhos despedaçados,
Alguns ainda estão ao meu lado,
Nem lembro qual era meu sonho,
Rô diz que eu sempre fui idiota,
Acho que ele está amargurado,
Porque o mundo é cheio de lorotas.

Não deveriamos ser livres?
Para tentarmos o que quisermos?
Ouvi dizer que Marcel foi bem sucedido,
Mas como pode,
Se ontem ele apareceu no jornal,
Na página de suicidio?

Eu simplesmente estagnei,
Fiquei sendo um hibrido,
Entre a loucura e a sensatez,
Sem nunca alcançar a lucidez.

Mari está por aí,
Continua sempre colada,
Na sua prima Ray,
Devem estar numa rua qualquer,
Sempre se drogando.

Rô me disse agora,
Que já passou da hora,
De eu deixar de ser um parasita,
Mas eu gosto de ser tratado,
Como se fosse a visita.

Ele disse que não temos espaço pra moleza,
Ou eu deixo de lado minhas fraquezas,
Ou o mundo vai me engolir,
Como fez com Lipe.

Mas eu só quero realizar três coisas:
Ter um filho que seja melhor do que eu,
Voltar a acreditar em Deus,
E sentir que o amor pode ser correspondido.
Mesmo para um idiota atrevido,
Que não sabe em que acreditar.

Bruno Tôp

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