sábado, 18 de abril de 2009

Divagações de Tôp XXVIII - O Suspiro de Jack

Eu nunca imaginei que no fim,
Tudo ia terminar assim,
Eu mordi mais do que podia engolir,
E me engasquei com meu próprios erros.

Eu ri alto por coisas sem graça,
Eu pedi um tempo só pra mim,
Mas mesmo assim me apressei,
As escolhas sempre foram minhas,
Porém eu nunca pensei o bastante.

Eu senti a garganta rasgar,
Como se fosse lavada por cachaça,
Mas a origem desse nó,
Foi que eu sempre estive só.

Acho que nunca acreditei realmente,
Que poderia ser contente,
Eu sempre me fingi ser otimista,
Nunca dei nenhum apista,
De que não acreditava num final feliz.

Aos dezessete eu conheci o amor,
Mas não dei seu real valor,
E depois me arrependi,
Por não ter conseguido tê-la por perto,
Por não ter feito dar certo.

Nós mal tivemos uma chance,
Tudo que tinha pra dar errado,
Aconteceu naquela noite,
E eu me senti culpado,
Por ter acabado com nosso romance.

Eu sempre te disse palavras bonitas,
Sempre te dei bons conselhos,
Mas nunca acreditei nas minhas palavras,
Já carregava culpa demais sobre meus joelhos,
E não tinha esperança,
De que pudesse voltar a sorri como uma criança.

Não precisa se preocupar,
Nós não vamos nos ver mais,
Eu só quero que você diga a minha mãe,
Que ela fez tudo que podia,
Pra poder trazer minha alegria.

Você pode ler esse texto,
Na minha missa de sétimo dia,
E pode encontrar meu epitáfio,
Num dos meus poemas.

Eu nunca imaginei que o estopim,
Para o nosso fim,
Seria um charminho seu,
Que eu não entendi.

Eu ri quando me livrei de você,
Eu ri porque não quis chorar,
Tive medo de admitir,
Mesmo sabendo o que tinha escrito,
Era o inicio do meu fim.

Eu senti o frio percorrer minha espinha,
Vi minha vida passar pelos meus olhos,
Não eram boas memórias,
Mas parecia uma boa história.

Acho que pela primeira vez,
Acreditei nos bons sentimentos,
Percebi que o amor realmente existia,
Ele sempre esteve presente,
Quando estive com você.

Aos dezessete eu conheci a morte,
Talvez eu tenha tido sorte,
Assim não tive que sofrer tanto,
Não espero que você seja forte,
Na verdade, gostaria de ter ver aos prantos,
Mostraria que você me amou...

Nós mal tivemos um tempo juntos,
Mal conversamos sobre quaisquer assuntos,
Não consegui expressar meus sentimentos,
Porque não tivemos nenhum momento,
Que fosse só nosso.

Eu sempre pensei que não era você,
Sempre pensei que não era pra ser você,
Nunca tivemos nada a ver,
Eu não queria que fosse você,
Mas acabou sendo você.

Não precisa duvidar dos meus sentimentos,
Eles sempre foram sinceros,
Eu te amei, eu aind ate amo,
Só que já é tarde demais,
Pra que eu possa te ter.

Você pode seguir com sua vida,
Eu agora não passo de um corpo ensaguentado,
Deitado no asfalto,
Vendo meu corpo se descolorir.

Sei que quando você descobrir,
Vai doer bastante,
Mas sabe, a sensação é até confortante,
Saber que tudo acabou,
E que não ter mais que sofrer.

Então é isso, adeus..
Ah, e por favor,
Não jogue fora nossa flor,
Acho que será a única lembrança do nosso amor,
Então, por favor,
Guarde ela com carinho,
E siga seu caminho.

Bruno Tôp

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