domingo, 19 de abril de 2009

Sally

Fomos criados com sorrisos,
Pregados em nossos rostos.
Eu sempre vivi sem me importar,
Sem perceber,
Que você nunca sorria de verdade.

Desculpe Sally,
Eu só percebi que nossos sorrisos eram falsos,
Quando senti sua falta,
Nem mesmo Zero me alegra agora.

Fingi ser feliz,
Não é nada além,
De uma péssima distração,
Que não lhe faz bem,
Mas meio que convém.

Apresso-me para te agradar,
Com um gentil aperto de mão,
Lhe dou um olhar bondoso,
Esperando que você entenda,
Que não tem nada de maravilhoso,
Em fingir ser um outro alguém.

É só mais um falso perfil,
Que você criou para não se hostil,
Você até me perguntou,
'Se a vida não era muito vazia,
Qauando apenas vivemos por viver'

Eu não soube responder,
Nessa hora foi minha incerteza,
Que te fez ver beleza,
Num mundo controlado por falsidade.

Eu devia ter dito:
'Você ainda é jovem,
Tão boba e descuidada,
Não percebeu que a vida,
É só um estágio passageiro.
E se continuar assim,
Você vai acabar se dando mal...'

Mas eu não disse algo tão bonito,
Só dei um longo suspiro,
E continuei a apressiar minha cerveja.

Agora você está no seu quarto,
Trancada sem querer falar com ninguém,
Se a culpa pertence a alguém,
Acho que deve ser minha,
Por isso peço que você não fique sozinha.

Não gosto de ver sua guitarra calada,
Escutando o fungar do seu nariz,
Enquanto você chora lágrimas,
Que deviam permanecer secas.

Não seja tarde demais,
Mas eu acho que ainda está em tempo,
De eu dizer algumas palavras,
Para ajudar você a se reerguer.

'Podemos sempre ser fortes,
Para aguentar as dificuldades,
Que a vida nos traz,
Mas você sabe,
Nós não precisamos ser fortes

Às vezes, alguns cortes,
São bons para que possamos cicatrizar,
E recomeçar'

Então Sally,
Posso ser o seu Jack,
Ou você ainda vai me penitenciar,
Por ser excentrico demais?

Bruno Tôp

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