domingo, 26 de abril de 2009

Divagações de Tôp XXX - Querida Escuridão

'Olá querida escuridão,
Fazia tempo que não te via,
Por isso estive tão perto,
De sentir uma falsa alegria.'

Eu sabia que a escuridão ia voltar,
Sempre volta,
Na verdade, você está sempre perto,
Sempre tão esperta,
Sempre alerta.

É tão estranho...
Dessa vez a escuridão veio acompanhada,
A luz chegou um pouco antes,
Me deixando um pouco contente,
Mas eu sabia que tinha algo errado,
Então vi que a escuridão estava ao meu lado.

E dessa vez não fiquei assustado,
Eu sempre achei que ainda sentiria dor,
Que ainda me sentiria mal,
Mas não, hoje eu não sinto nada,
No lugar do meu peito,
Existe apenas um enorme vazio.

Eu sei que é meio frio,
Mas eu percebi que sou assim,
Nem eu tenho pena de mim.

Porque tudo é insignificante,
E ao mesmo tempo,
Tudo é tão importante,
Todos são um só,
E um só são todos.

Todos começam do pó ,
E todos terminam no pó,
Tudo é consumido pelo fogo,
Vira poeira e volta a terra,
Corre pela água,
E sopra pelo ar.

O universo é equilibrado,
Vivemos numa troca equivalente,
Nada pode ser obtido,
Se não for pago o preço justo.

Se eu não tenho nenhum amor,
E ganho a chance de ser feliz,
Ao lado da pessoa que amo,
Não vai ser tão simples,
Tem que aparecer alguém pra me confundir,
Impossível de ser feliz.

'Então querida escuridão,
No som do silêncio,
Você vem me buscar,
Ou só vai continuar a me acompanhar?'

Bruno Tôp

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