sábado, 15 de agosto de 2009

Mariposas e Abelhas

Finalmente eu acordei,
E percebi, que tudo estava diferente,
Depois de dois anos no escuro,
Percebi que estava num futuro,
Que não pude fazer nada pra mudar.

Eu não lembro de muita coisa,
Foram dois anos tão estranhos,
Eu só me lembro da sua voz,
Então você não desistiu de mim,
Não sei se isso foi bom ou ruim.
Não, o que quero dizer,
É que eu não presto pra você.

Hoje quando acordei,
A primeira coisa que vi,
Foram seus olhos marejados,
Um sorriso tremendamente abobalhado,
Você não acredita que estou de volta?
Demorei tanto tempo assim pra cordar?

Desculpa por te meter nisso,
Agora você tem que me ajudar a levantar,
Você parou sua vida,
Pra poder ficar ao meu lado,
Idiotas são sempre idiotas.

Eu só estou com medo,
Que o horizonte não seja justo,
Você sempre mereceu coisa melhor,
E agora me tem ao seu redor,
O tempo todo, porquê?

Você pode simplesmente fugir,
Eu não presto, eu sei disso,
Aquele cafajeste ainda está aqui dentro,
Cervejas e cigarros a todo momento,
Brigas e carinhos por causa do sentimento,
Tem certeza que não quer fugir?

Uma noite na cama,
É tudo que preciso,
Ouvir você pedir,
Você implorar na verdade,
Pra que eu diga que meu coração te ama,
É realmente lamentável,
Eu não sou o cara certo pra você,
Tente me esquecer.

Você foi atraída até mim,
Como uma mariposa,
É facilmente atraída,
Por uma lâmpada fluorescente,
Ela sabe que não vai sobreviver,
Se continuar indo em frente,
Mas quem disse que ela consegue parar,
Você não entende,
Eu vou te queimar.

Eu sou um fósforo pronto pra se incendiar,
Você não conseguiu chegar a essa conclusão,
Depois de dois anos em que estive em coma?
Você deve se culpar,
Mas fui eu que quis me matar.

Sou um cigarro, que se consome,
E que destroi o seu pumão,
Me deixe, por favor,
Antes que eu destrua seu coração.

Não sei o que é isso que estou sentindo,
Estou me sentindo enojado,
Às vezes, como um vaso quebrado,
Uma arma usada com próposito errado,
Mas uma arma, sempre é uma arma não é?

Você pode simplesmente desaperecer,
Eu não quero mais te ver,
Quando voltar para essa casa nojenta,
Só para adormecer,
Por favor, vá embora.
(...)

'Você...'
'Eu já entendi tudo,
Você está me destruindo,
Eu sei, só que você não percebeu,
Que na verdade, eu sou como uma abelha,
Que usa seu ferrão numa flor,
Para ver suas pétalas se abrindo'

'Eu...'
'É isso mesmo,
Seu coração não está se partindo,
Ele está se redescobrindo,
Mesmo que eu morra no processo,
Vai valer a pena,
Isso é o que o veneno do amor,
Faz com as pessoas'

Idiotas são sempre pessoas boas.
(...)
É agora, eu já não sei quem venceu,
Você me convenceu a usar esse anel,
Mas eu nem sei se posso ser útil,
E dar mel pra essa abelha idiota,
Espero que sim.

Bruno Tôp

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