quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Laranja

Desejei ter um gosto doce,
E ao mesmo tempo ter um pouco de acidez.

Eu desejei renascer como uma laranja.
Para que o mundo percebesse,
Que posso ser doce e azedo.

Meu sabor só depende da minha alegria,
Das minhas inseguranças, dos meu medos.

Eu consigo sentir isso,
Um por um, cada um vai perecendo,
Os sonhos e os ideais vão aumentando,
Minha dividas crescem,
Meus medos não diminuem.

Mas eu ainda posso ser um laranja
Hoje, eu tentei
Comer uma laranja,
Mas ela estava tão azeda
Que eu lacrimejei.

Eu não poderia deixá-la para trás, como eu já passei,
Eu estaria desprezando um pedaço de mim mesmo...
Então eu comi tudo.

Laranjas e humanos, são todos iguais,
Eles são semelhantes, mas diferentes,
Tangerinas, cravo, lima...
Amigos, familiares, namoradas...

Como são os corações dos dois povos.
Eu não quero ser ferido,
Então, eu estava fugindo.
Deixei uma casca crescer ao meu redor,
Eu fugi, me escondi, fui covarde.

Então até mesmo à luz,
Não chegava aos meu olhos...
Nem mesmo o sol,
Não consegue me iluminar.

Eles juntos são um milagre né?
Reuniões e amor,
Sementes e gemas,
E mesmo que os frutos ainda estejão verdes.
A cor vai se tornar laranja.

Toda folha verde,
Um dia, dá lugar a uma flor branca,
Que após algum tempo,
Se torna um belo fruto laranja.

Permitam-me lembrar,
O pôr-do-sol que vi nesse dia...
Nossas duas sombras,
Se tornaram uma só,
Naquele cenário apaixonado,
Tudo graças ao céu alaranjado.

Gostaria de saber se as laranjas
Algum dia vão ficar eternamente doces...
Ou será que vão sempre ficando mais azedas?

Eu não quero saber o meu futuro,
E eu comi tudo. como aquela laranja azeda,
Eu vou aceitar o que vier...

Meu amor, eu a adoro,
Se eu pudesse, eu sei que estaria chorando,
Se as lágrimas pudessem ser derramadas,
Eu sei que minhas bochechas estariam molhadas.

Eu a amo, por isso, meu coração chorando,
Porque sei que a culpa é minha,
Sou o culpado de te deixar tão mal...

É azedo, eu sei que meu sabor é azedo...
Como uma laranja que foi ficando ruim,
Antes que ter você em mim,
Eu já tinha adiquirido esse gosto ruim.

Eu sou uma laranja,
Que apesar de azeda,
Ainda pode ser espremida,
E voltar a ser doce,
Quando se tornar um suco.

Bruno Tôp

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