quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Capitulo VII

Meu coração, mais uma vez foi perfurado,
Preso num mural lotado,
De outros corações desfigurados,
É legal saber que não sou o único machucado.

Os furos estão lá,
Se não der muito trabalho,
Trate os com aromas adocicados,
Quando eu deixar de ser um espantalho,
Vou até aí pegá-lo de volta.

Claro, se eu conseguir chegar até meu destino,
Porque eu sempre volto a ser um tolo menino,
Toda vez que tenho meus olhos hipnotizados,
Pelo cabelo castanho avermelhado,
Que ela adora me mostrar.

Minhas mentiras mais planejadas,
Deveriam iluminar seu jeito de sorrir,
Deveriam contruir uma ilusão,
No seu puritano coração.

Mais agora, cá estou eu,
Um espantalho abobalhado,
Que substituiu o trapaceiro fracassado,
Sorrindo sem saber o motivo,
Só por estar vivo.

Pobre do menino,
Tão traumatizado,
Que deixou o trapaceiro tomar seu lugar,
E agora me vê fracassar...

Só me resta passar,
O bastão para você, meu caro poeta,
Sei que não tinhas a intenção,
Mas no momento que te criei,
O meu lugar te dei.

Cuidado com as artimanhas,
Que aquela doce piranha,
Sem querer destila,
Nos seus ouvidos,
Tão desprotegidos.

Ela teve sua vingança,
Conseguiu nos fazer amar,
Mas sei que você,
Que é um poeta,
Vai coseguir o coração dela tomar.

Se você fracassar,
Então será o quarto do nosso time,
Que falha em tentar viver nesse mundo.

Não deixe o vidro se quebrar,
Ela logo vai se recuperar,
Vai, eu não consegui escrotar,
As piadas perderam a graça,
Os conselhos não tiveram efeito,
Agora só versos tão lindos,
Poderão ser pela sociedade, bem-vindos.

Você irá acordar em uma quarto desocupado,
Sentirá seu corpo cheio de lesões,
Foi ela, a ladra de corações,
Que não percebeu o que fez,
Quando os meus... não agora eles são seus lábios,
Tomou para si.

Não se esqueça,
Ela não sabe do que é capaz,
Porém é muito perspicaz,
Não seja tolo,
Você não precisa de consolo,
Seja o poeta galanteador,
Que nasceu para ser.

E se lembre,
O menino puro já falhou,
O trapaceiro inoportuno já falhou,
O sincero incoveniente que lhe fala,
Acabou de falhar,
Agora é a chance do poeta tentar.

Bruno Tôp

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