sexta-feira, 5 de junho de 2015

Aproveitar o Momento

Já percebeu como tantas pessoas, algumas até de alma boa, matam os sonhos, e suponho, que apenas pra manterem metas tão mundanas. Pobre existências humanas, que não deixam muito pra imaginação, e eu, que sou de um tipo diferente, sinto que às vezes, sou mais natureza do que gente, já que tenha essa necessidade de me renovar com o céu, com o mar, com lugares poéticos e especiais, com tudo que bom me faz. É bem óbvio que minha rotina não é toda liberdade, mas entre tantas responsabilidades, deixo espaço pra imaginação, pra ser um doido todo coração e tentar devolver a imagem, a quem tiver coragem, que o mundo é algo bom de se viver, que todos somos personagens, somente de passagem, nesse mundo que é um trajeto de uma jornada muito mais longa e luminosa. Talvez seja mais de uma das tantas bobagens minhas, e vai ver que é isso mesmo, porém eu sinto que essa é uma das minhas missões: de mostrar a quem tiver ao meu redor, que podemos virar as páginas do livro da vida sem muito remorso, virá-las e lê-las novamente, e nessa nova leitura, talvez as letras até sejam as mesmas, só que com idiomas, cores e significados diferentes.

Nós nunca saberemos mesmo o que é que tá certo, fomos feitos pra buscar um tudo, e mesmo assim ainda não somos nada, apenas momentos, que vão passar, estão passando e já passaram, tantos, quantos, vários momentos... Somos inteligentes sim, com capacidade de tanta coisa, e ainda assim, estamos tão perdidos nessa busca.

É uma epifania estranha, essa de falar sobre sermos apenas humanos, divertidos, loucos, confusos, amantes e errantes; tentando e seguindo, sem saber pra onde estamos nos conduzindo e a bem verdade é que nunca saberemos.

Acontece rápido demais: os momentos bons, os ruins, os neutros, positivos, negativos... No longo prazo eles não são nada, mesmo que no curto prazo pareçam que perfurar nossa rotina como uma espada, e mesmo feridos, satisfeitos, gratos, magoados, ou como quer que estejamos nos sentindo, somos puxados de volta a rotina, aos trilhos, ao fluxo natural, porque é assim que a vida é: uma tentativa trôpega de seguir na normalidade.
É o que eu estou aprendendo a aproveitar ultimamente: os lapsos de tempo que não os humanos não parecem ter capacidade de aproveitar bem, e só notam o valor que têm, quando já ficou tão pra trás. Eu confesso que não gosto de olhar pra trás, de visitar locais que já conheci, sempre fui de sentir dor no pescoço quando viro minha cabeça demasiadamente pra trás, acho que por isso gosto de esgotar as possibilidades, pra não deixar nenhum chance de outra realidade ou vontade de retornar.
Eu vou até a última palavra se esgotar e talvez essa seja a tal resposta: tenacidade.
Mas eu nunca vou realmente saber se é ou não, porque no fim, sou apenas mais um humano, como folhas de árvore dançando conforme à vontade do vento, como uma chaleira apitando de tanto ferver, peixes perdido nas selvas de corais da Austrália, gotas de chuva que escorrem numa janela suja... No fim, somos matéria que vão se tornar energia, tempo que se torna velocidade e se reduz a momentos. Não importa se certos ou errados, a verdade é que nunca, nunca teremos uma certeza absoluta, e isso é o que torna tudo tão mais belo, a dúvida do dia-a-dia, que apesar de parecer o mesmo, sempre é um pouco diferente.
Enquanto ainda respirarmos, continuaremos nessa caminhada e se for pra ter a alma lavada, então é melhor ser uma pessoa que deixou a porta do peito aberta, dum coração escancarado, para exibir a todos a prontidão em aceitar e se deleitar com todas as situações que a vida oferece. Venha o que vier, ser de um juízo que com qualquer resultado se apetece, porque sempre podemos afundar ou nadar, depende do quão boas forem as auras que nos deixemos mergulhar.

E aí, o que nos resta disso tudo? Além de viver por viver, de realizar o que sonhar e aproveitar o que acontecer? Saber que temos corações fortes com cabeças frágeis e que isso nunca foi uma competição, afinal se deixarmos a razão sobrepor a emoção, qual cor vai ter a vida? Não saberemos de verdade até que seja tarde demais, e, sinceramente, não quero arriscar, prefiro aproveitar o momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário