terça-feira, 19 de maio de 2015

Guidão

Decidi parar um pouco. Porque às vezes vale a pena aproveitar a vista do trajeto.

-Não precisa colocar mão no guidão. Deixa um pouco livre e vê onde vai dar  ela me disse entre um beijo bom.

Foi aí que notei algo mais simples: em tempo, eu serei seu se é que isso é pra ser.
Sou desses de se aconchegar no riso alheio, varro preocupação com juras sem freio, gosto de escrever cartas e deixar pra recordar, todo o sentimento que de mim não para de transbordar.

Pena que os momentos bons, são exceções de rotinas que nos comprometemos por um bem maior que nem sabemos mesmo se é tão melhor. É normal se enquadrar no que já existe, mas a verdade é que eu não existo pra ser enquadrado, logo dá pra perceber porque eu fujo tanto do comum. É que eu não gosto de ser um, preferir ser o vinte e um, pra ser de bem comigo mesmo, até nas situações em que as horas são longas e demoram a passar, mas que deixam a sensação que as coisas mais simples serão as mais prazerosas, e com entusiasmo, eu aguardo pelo que vier, sem me preocupar muito.

Não é o bastante definir os termos, se somente tomar conhecimento pela vontade, todas as lições aprendidas serão aquelas escolhidas e aí se perde a beleza das coisas casuais que me fazem tão contentes de estar vivo. Se não é bem-aventurado, que seja bem-aprendido, pra ser o que sempre foi: um eu meio perdido, meio achado, todo felizardo, sem especial motivo, apenas por estar abaixo do sol e acima do chão, com palpitar bom no coração, um doido que deixa livre o guidão.
E claro, por fim, que nunca é realmente o final, ainda há onde a sorte quiser me levar, já que o caminho é um meio de chegar a um resultado astral, onde o trajeto é cheio de dias gentis e se eu me deixar aproveitar meu coração aberto: só coisa boa vou ter por perto, e aí, só aí, no tempo certo, serei seu, como é pra ser, se tiver que ser o nós será.

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