domingo, 12 de abril de 2015

De Repente

De vez em quando eu ajusto meu ritmo pra refletir sobre mim mesmo. Não sei exatamente como eu cheguei aqui, estou mais velho, mais sábio, tão errôneo quanto sempre fui e, ultimamente, percebo que tem sido mais difícil do que no passado.

Então, de repente, o tempo já está passando. Fica difícil de admitir, difícil até de aceitar, mas eu não vou ser o que gostaria de ser, porque num desses dias quaisquer que estão por vir, eu vou simplesmente acordar e percebi que já cresci.

Não é uma tragédia, nem sequer um descontentamento, apenas meu eu presente sendo sincero com meu eu futuro. As coisas não vão ser como planejei; as expectativas que deveriam ter sido reduzidas a zero, acabaram ficando fora de controle e tenho que tentar minimizar o grau das decepções que vou gerar. Chegou a hora de admitir que meus planos utópicos dificilmente sairão da minha mente sonhadora e de adequá-los a minha real capacidade de conquistar o que almejei.
Eu não me tornei um pessimista, nem nada do tipo, ainda tenho sonhos, eles não são os mesmos; eles não voam tão alto quanto costumavam voar, porém ainda estão no céu.
Então, de repente, o tempo já passou. Foi difícil de admitir, e principalmente de aceitar, mas eu não sou quem eu quis ser. Sou um alguém diferente, um alguém bom o suficiente para mim mesmo. Percebi que lutar contra fantasmas de expectativas não me fariam bem nenhum. Simplesmente abri as velas do barco, deixei o vento empurrar e toquei o timão pra direção que mais me aprazia. É onde estou agora: rumo ao que eu puder conquistar, sem muitos planos, cobranças e expectativas.
Ainda tenho o tempo, ainda tenho a fé, conto com meus irmãos que a vida me deu. Eu tenho uma mãe, eu tenho um pai, mas às vezes eu acho que eles não me têm, porque simplesmente nem eu me tenho. Nunca quis ser ingrato, mas se minha natureza me fez assim, então é assim que é e será. Sou um, nem melhor, nem pior, apenas um, que sonha por dois, mesmo sendo apenas um. Por isso escolhi o número vinte e um pra carregar comigo. O número que simboliza minha sina e minha fé. Que guarda o que foi bom no passado e o desejo de um futuro linear. Se as conquistas vierem, se os sonhos se realizarem, será o que tiver de ser.

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