Então, de repente, o tempo já está passando. Fica difícil de admitir, difícil até de aceitar, mas eu não vou ser o que gostaria de ser, porque num desses dias quaisquer que estão por vir, eu vou simplesmente acordar e percebi que já cresci.
Não é uma tragédia, nem sequer um descontentamento, apenas meu eu presente sendo sincero com meu eu futuro. As coisas não vão ser como planejei; as expectativas que deveriam ter sido reduzidas a zero, acabaram ficando fora de controle e tenho que tentar minimizar o grau das decepções que vou gerar. Chegou a hora de admitir que meus planos utópicos dificilmente sairão da minha mente sonhadora e de adequá-los a minha real capacidade de conquistar o que almejei.
Eu não me tornei um pessimista, nem nada do tipo, ainda tenho sonhos, eles não são os mesmos; eles não voam tão alto quanto costumavam voar, porém ainda estão no céu.
Então, de repente, o tempo já passou. Foi difícil de admitir, e principalmente de aceitar, mas eu não sou quem eu quis ser. Sou um alguém diferente, um alguém bom o suficiente para mim mesmo. Percebi que lutar contra fantasmas de expectativas não me fariam bem nenhum. Simplesmente abri as velas do barco, deixei o vento empurrar e toquei o timão pra direção que mais me aprazia. É onde estou agora: rumo ao que eu puder conquistar, sem muitos planos, cobranças e expectativas.
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