A verdade, para mim, é uma variável tão livre quanto o vento, e embora eu tenha esse dom de falar como se soubesse de tudo, devo confessar que sei tanto da vida e dos amores quanto todos os outros: uma projeção do nada.
Nadando à deriva em relações tempestuosas, mantenho a calma, por saber que independente do quão ruim o momento esteja, há de ter um barco por aí, que há de me levar ao cais em segurança.
Assegurei de fazer do amor o melhor porto para repousar. Sei que já tivemos nossa chance de dar certo e que, hoje, apesar de não lhe ter mais por perto, ainda existe essa velha voz na minha cabeça que está me impedindo de jogar fora a possibilidade de nos reencontrarmos. É que sinto tanta falta das nossas conversas, só que, quanto mais o tempo passa, mais a nossa possibilidade tende a ser algo acabado e enterrado, um sonho absurdo.
Abismado fiquei, quando você se aproximou para conversar comigo.
-Alguns dias eu não sei se estou certa ou errada, não sei o que minha mente quer dizer.
-Sua mente está pregando peças em você, minha querida.
-Provavelmente, então não ouça uma palavra do que eu digo, não enquanto não estiver sóbria.
Você foi embora, porque era o racional a se fazer. Percebo agora, que o resta em mim é um fantasma de você. Uma projeção que criei sobre quem você era e não mais é, independente do que eu quiser. Agora estamos despedaçados, mudados e reciclados e não há nada o que possamos fazer. Foi tão complicado perceber, mas se eu não nos deixasse ir, nunca poderemos nos reencontrar; é que projeção nos faz viver no passado e reencontros são presentes que hão de surgir no futuro.
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