Vou acabar em cinzas, se continuar a me deixar incendiar pela combustão que ela parece gostar de me causar. Se pudesse, gostaria que ela fosse apenas fogo, pra me queimar sem piedade, pra não me fazer parte do seu jogo.
A melhor jogadora, não por inteligência, não por beleza, não por astúcia, apenas pela sua indomável natureza.
Naturalmente ela conquista com um erguer de sobrancelhas. Pequena, agraciada pelo sol, indolente às rogas que arruinaram impérios de certezas que encontrei antes dela. É claro que havia hesitação naquele portar, todavia, o discurso dela sai sem nenhum pestanejar, como se na trajetória entre o pensamento e o falar, houvesse um pedágio de auto-afirmação. Ela tem a habilidade de tornar as dúvidas que eu regougo ao vento, certezas sem arrependimento.
Certa é ela. Sem medo de tentar sozinha, sem se importar com o fim da jornada, aproveitando o presente momento, com cada loucura, cada intensidade, cada sentimento.
-Eu começo de novo, volto ao início. Faço as coisas funcionarem à minha maneira, porque a única doutrina que me rege é que não devo parar - ela me retrucou quando eu indaguei sobre as possibilidades perdidas por ela não se deixar ser roubada.
-Essa é a melhor resposta que você poderia me dar.
Aceitei o desafio com um sorriso divertido estampado no rosto. É loucura admitir que mergulho num incêndio com gosto? Não quando as chamas que me colocam em combustão, nada mais são, que causadas pelos semblantes de uma sagitariana.
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