sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Divagações de Tôp XVIII - Divagações

A cerveja fica amarga sem ela...
Percebi isso depois que meu costume,
Se tornou entediante.
Já não é mais reconfortante,
Apreciar a bela cevada amarela.

Decidi então passear por uma viela,
Tentando tirar da cabeça, o rosto dela.
Sentei num banco de uma praça...
Que só não estava mergulhada no negrume,
Por causa de um solitário lampião.

Ultimamente a vida não tem muita graça,
Nem mesmo o alivio de ver a fumaça,
Que sai do cigarro recém tragado,
Me deixou mais relaxado.

A dança dos vaga-lumes,
Fizeram letras garrafais,
Aparecerem na fumaça,
E elas dizem o que eu já sabia.

Sem ela não existe magia,
Todos que conhecem a saudade,
Sabem do que falo...
Não sei como sentimentos tão banais,
Fizeram nossa relação,
Decorrer pelo ralo.

Um longo suspiro...
Seguido de um aceno no ar.
E o nome que estava a flutuar,
Simplesmente some.

Mas ele ainda me consome,
Já que só sumiu do ar,
Pois do meu peito...
Ah, não tem jeito,
Ele continua a pairar por lá.

Não sei onde foi a minha vontade,
De viver a vida por um triz,
Sem se preocupar com nada...
Ultimamente não tenho sido feliz,
Sinto minha alma aprisionada...

E mesmo que tente negar,
Sei o motivo dessa negativade,
É só o angustiante arrependimento,
Que de fragmento em fragmento,
Acabou com minha alegria.

Ah... Como eu queria minha ousadia,
Queria... Como queria!
Mas sou covarde demais,
Para voltar atrás,
E quem sabe me arriscar...

Afinal é isso que é o amor,
Um risco sem pudor...
Droga... Odeio ficar a divagar,
E a nenhuma conclusão chegar.

Recolho minha insignificância,
E a hospedo com minha arrogância,
Ainda falta muito para que esse poeta,
Atinja sua tão sonhada meta...
De acabar com minha ignorância,
E talvez ser feliz ao lado do amor.

Será que um dia acabo com minha ignorância?
Essa ignorância sobre relacionamentos...
Essa tendência ao mundo focado em mim?
Droga... Essa divagação não tem fim...
Acho melhor me recolher e beber um pouco de gim.

Bruno Tôp

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