Tanto faz se sim ou não, seu charme está na indecisão. Se não gosta do conceito de hora, é que ela não se faz de agora, se faz de perfeição; ninguém pode reclamar que ela não pesou cada uma de suas decisões. Assim que escolhe o rumo que quer, não é pra ser, é o que será, porque quando ela vai é pra não voltar.
Antes que ela decidisse ir, tomei coragem de começar um papear. Ela tinha aquele ar de encanto, com aura boa lhe arrodeando por todos os cantos. Quanto mais a noite se ia, mas notava o quanto ela era de se deleitar com alegria, de um jeito que poucos se permitem ser.
-O que você acha de eu te roubar?
-Se fosse roubo, você não deveria declarar, né não?
-É que eu sou um bom ladrão.
-Acho que você não é não.
-É que eu gosto de ser claro.
-É um jeito legal de não confundir - e com essas palavras ela me deu aquele sorrir.
Um riso tão delicado que é capaz de anular o infinito do céu, sol e mar. Hesitei no rumo que deveria seguir. Havia tanta vontade de lhe dizer tudo de bom que ela estava me proporcionando, mas preferi calar e deixar o momento falar. É que tem vezes que a gente tem de silenciar pra se comunicar e, ali, naquele silêncio de olhares sem nenhuma palavra trocar, senti que havia algo que poderia se construir, simplesmente, por causa daquela forma linda dela de sorrir.
Se ela é de Libra e, às vezes, demora a tomar o rumo pra onde ir, parece que é pra me confundir e acho que gosto disso. Confuso me perco nela e na imensidão que há na forma como só ela, a partir desse momento, consegue inspirar meus sentimentos.
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