quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Trambique

Você é a razão de eu acreditar em algo que não entendi, porque faz assim, tão fácil; torna esse desapego tão bonito, me rendendo ao irracional tão rápido, me perdendo em juras tão surpreendentes e sinceras pra mim, mesmo que seja eu, o único a proferi-las.

Sem intenção de me ferir, sei que você só pretende se divertir, não é como se eu não soubesse porque chegamos aqui, porém confesso que nunca me imaginei assim: a mercê de um olhar capaz de riçar todo meu ser, que desperta sorrisos em minha alma, me transborda em calma, que me faz esquecer todo o drama que, usualmente, gosto de impor a qualquer trama que minha vida venha a ser cenário.
Fazia cena, até lhe reencontrar, até entregar de mim mais do que eu lembrava ter. Tenha pena, se puder, na hora de voltar a desaparecer, porque, se lhe apetecer, provavelmente ainda estarei a espera do que você tiver pra me oferecer. Sei que isso pode soar como uma mendicância de atenção, contudo, é só eu sabendo que, em breve, você vai sumir sem nenhum sermão, como em outrora, e eu vou ficar sem a única pessoa que conseguiu trambicar o ladrão que costumava deixar sorrisos em troca dos corações que surrupiava para sua infantil coleção.

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