segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Aquarela

Quero escrever pra você, meu amor; minha única fonte atual de volúpia, inspiração e felicidade. Sei que não sou tanto de me explicar, por isso hoje, resolvi me fazer falar daquilo que prefiro deixar você me roubar. É que tenho me incomodado com a sensação que você possa não ter ciência ainda, do quanto sua presença tem sido bem-vinda, desde que você chegou. Ainda não chegamos numa estabilidade pós paixão e, talvez, nos percamos em dias de solidão, então, pra minimizar essa possibilidade, deixa eu lhe dar segurança pra esses dias comuns que podem lhe atormentar. Não se acinzente pela rotina, por favor, pois minha aquarela começa no seu olhar. Quando o cansaço chegar, basta me pedir uma garrafa de vinho. A massagem que começa num encontro de línguas, seguirá por um desabotoar seu vestido; tentando arrancá-lo com sutileza e vontade, irradiando a felicidade que só você incide em mim.
Me diz o que eu fiz pra lhe merecer. Tenho de ter feito, pois não acredito em donações desproporcionais, é assim que o mundo funciona. Talvez tenha sido por todos os inúmeros metros cúbicos de carbono que evitei dispersar enquanto pedalava, ou quem sabe por todos os sorrisos que instaurei nas pataquadas que disparatei, nas tantas palavras espalhadas pela minha ebriedade encarnada; provavelmente é o retorno por todo o bem que posso ter feito numa vida passada, mas não tenho certeza, só penso no quão grato sou por lhe ter comigo.

Como o amor é puro perigo, deveria me amedrontar um pouco pelas tantas verdades que, por agora lhe digo, porém, sei lá, não tenho medo do que virá. É que entre a incerteza e a loucura, prefiro adormecer nos seus braços.

Abraço sim, enfim, essa situação tão estranha, pois hoje estou com essa manha, de querer escrever apenas pra você, somente sobre você, com mais ninguém senão você. Descrever cada olhar, cada corar, cada riçar. Quero rimar, beijar, agarrar, quiçá lhe mostrar como o mundo é bom pra quem não se perde em preocupar. Obrigado então, por cada palavra que você não pára de inspirar, por ser essa aquarela de cores, sabores, sendo o maior dos meus amores.

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