quinta-feira, 14 de julho de 2016

Incipiente

Fora do sol, buscando uma sombra qualquer, buscando apenas um ponto pra tragar mais um dos cigarros amassados que compramos na noite anterior, tentando não pensar no quer que a gente tinha que pode ser de um tudo, menos amor. Assim que  o coloco na boca, lembro que eu não fumo, ou não fumava quando estou sóbrio, então talvez ainda esteja meio bêbado; esse, provavelmente, é o motivo pelo qual as pessoas olham pra mim com um olhar inquisidor, por isso e por eu ter esse sorriso idiota no rosto que só existe graças ao que você cativou por aqui.

Gosto do embalo que seu encostar no meu peito cria. Você não deve notar, mas ali onde você encontra ninho; ali onde cada parte sua que toca minha pele, me faz ter certeza que todas minhas células são capazes de transbordar carinho, bem nesses momentos percebo esse sentimento incipiente tão perigoso, que surge numa palpitação cardíaca acelerada, na palma da minha mão suada. Poderia me estender em tantos detalhes, desde sua personalidade, pela sua sinceridade, porém não nenhuma dessas surpresas extraordinárias isso que me atraiu, não à primeira vista ou palavras trocadas. Foi seu sexy appeal. Sim, você é tão sensual e eu estava bem naquela primeira, como ontem a noite: cervejas e risadas, um papo bom, a gente sendo o que sempre quis, sem esperar, sem planejar, apenas falando o que a língua diz. A noite foi boa sim, mas por que é que elas sempre têm de ter fim?
Agora um pouco mais sóbrio, percebo que essa sensação boa que existe entre a gente é apenas o sabor incipiente do desconhecido, que estamos apenas comprando o que está sendo vendido. É natural usar máscaras, seria estranho se não usássemos e, mesmo sabendo de tudo isso, ainda desejo descobrir o que está por vir. Gosto do suspense, do inédito, gosto ainda mais de poder lhe descobrir.

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