-Conhecedor de vinhos, galante, boêmio e
estudante de Direito... Esse belo partido tem nome? - ela disse ironizando
dando uma boa gargalhada após falar.
-Oh, me desculpe - respondeu
depois de rir com ela - eu sou Vincent ou Ás, como você quiser chamar - num
movimento rápido a mão que devia ser apertada, foi tocada pelos seus lábios.
-Ás?
-Apelido de infância... – ele coçou a cabeça sem jeito – mas
para você pode ser apenas Vincent - disse nosso protagonista sorrindo.
-Tão galante - e ela retirou a mão de perto dos lábios dele.
- mas tudo que é bom demais, tem seu defeito.
-O meu era não te conhecer ainda ué – e os dois voltaram a
sorrir.
-Sério que essa é
cantada? – o semblante de decepção e diversão se misturava no sorriso dela.
-Estou sem
ideias... – sorriu sem jeito – e você pequena moça, tem nome?
-Não sou pequena, sou compacta. -
ela sorriu - e sim, tem um nome, é Felícia.
-Ok, senhorita compacta. - ele deu de ombros - não devia se
ofender com sua pequena estatura, afinal, nos menores frascos estão...
-Os melhores perfumes - ela recitou sorridente, fazia tempo
que uma tarde não a deixava assim, leve, como se sentia antes de ganhar Marco -
os piores venenos...
-Er... - ele coçou o rosto com o indicador - as amostras
grátis. - e caiu na gargalhada com a própria piada; só que dessa vez, ela não o
acompanhou, olhando para ele com uma expressão de ofensa.
-Eu tenho cara de amostra grátis? - ela tentou manter a
expressão pouco amistosa, mas acabou acompanhando a risada dele, tão
contagiante.
-Não, claro que não... Mas eu estou mentindo? As amostras
grátis são feitas nos menores frascos.
-Sim, porém o ditado fala dos melhores perfumes! - ela sorriu com o complemento, mas tentou voltar a se fingir ofendida.
-Isso é porque só são feitas amostras grátis dos melhores
perfumes... - e olhou intensamente nos olhos dela, até que Felícia desviou do
olhar - ou seja, você é um ótimo perfume.
-Ou um veneno poderoso...
-Todas as mulheres são venenosas ao seu modo de ser - falou
com sua voz rouca. Toda vez que falava com essa voz, era porque estava
intimidado, ou com medo de se expressar, e principalmente, quando estava
apaixonado.
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