terça-feira, 4 de maio de 2010

Súplica Sem Som

Minha boca ressecada está esxposta ao sol,
Enquanto lágrimas incessantes,
Escorrem deixando um rastro brilante em meu rosto.

Só você que poderia encher os vazios em mim.

Porém, sem perceber, acabamos assim,
Acumalando dor, que se concentra ainda mais,
Quando nossas peles se tocam.

Se o desejo oculto na batida do meu coração,
For se tornar o meu futuro,
Então as lembranças que deixei para trás,
Isoladas no escuro,
Permaneceram abandonadas,
Com seu rosto que me infligiu tanta dor.

Estremeço só de ver seu tenue suspiro.

Seus olhos carregam as mesmas manchas de cansaço,
Queria poder retirar isso de você com um abraço,
Mas já perdemos essa habilidade há muito,
Nossas almas, já estão cansadas demais.

Me pergunto se não teria sido melhor,
Se não tivessemos nos conhecidos,
Todas essas cicatrizes...
Todos os momentos infelizes,
Nenhum deles seria real,
E as pestanas que perdemos,
Tudo seria tão normal.

Mas não podemos voltar,
Esses braços perderam tudo,
Inclusive seu calor.

Apesar de única coisa que nos resta ser a dor,
Ainda continuamos de pé, vivendo com torpor.

Por isso, tenho que seguir em frente,
Deixando uma súplica na minha voz sem som,
Seus olhos e sorrisos que foram abandonados,
Permanecem ali, engaiolados,
Para que a dor vá se dissipando.

As lembranças, essas foram trancafiadas,
Esquecidas, e afogadas,
Sem nenhuma pena.

Bruno Tôp

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