sexta-feira, 16 de abril de 2010

Caridade

É engraçado, que quanto mais a gente precisa,
Menos a gente tem...

Quando tudo ao redor fica escuro,
O medo prevalece sobre tudo,
Precisamos daqueles abrigos...
Aqueles que cativamos em peitos amigos,
Dos colos que nos fazem bem,
Que afastam qualquer incerteza do futuro.

Mas eles simplesmente estão ocupados,
Estão longes demais...
E ficamos assim, sozinhos...

Hoje, eu queria só um único carinho,
Um abraço aconchegado,
Ou um sorriso ensolarado.

Queria qualquer conselho sobre a vida,
Uma ou outra jura despercebida,
Preciso ainda de qualquer humor...

Pode parecer estranho,
Mas o vazio que sinto no peito,
Não tem outra cura senão,
Um aperto bem feito.

É que eu acordei assim,
Meio bom, muito ruim,
Sem poder entender o que quero,
O que sinto, e o que espero.

E a única companheira,
Que me acolheu, foi uma gelada.
Ficou ali calada, me suprindo o calor,
Congelando meu temor...
Fazendo o que ninguém mais pôde fazer.

Num ciclo triste,
Percebo que o relacionamento humano,
Simplesmente não funcionam comigo,
Pra mim, nessas horas, ele nem existe.

Afinal, hoje eu precisava de suspiros,
Afagos, choros, muxoxos, sorrisos, abraços,
Precisava de um nó nos meus laços...

Mas tudo que encontrei foi a solidão,
Tragando-me para um moinho,
Me triturando em um homem tão mesquinho...

Precisava de uma unica presença,
Pra me deixar feliz...
Um único beijo,
Um daqueles que diz,
'Eu amo você, e és muito pra mim'.

Não quero ser o tudo de ninguém,
Só queria um alguém,
Que me tratasse como prioridade,
Para que assim, não precisasse de amor por caridade.

Bruno Tôp

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