sábado, 12 de julho de 2008

A História do Garoto Sem Nome

Sempre sinto pena,
Quando lembro daquela cena
A do corpo daquele garoto
Que se sentiu culpado
Por não ter se adaptado
Ao cruel mundo humano
Que as vezes é mais que escroto
É de vil a profano

O doce e tolo garoto
Aquele mesmo que habitou esgotos
Mas que sempre manteve
Uma tenue chama acesa em seu peito
Desde que próximo esteve
De alcançar do seu próprio jeito
A tão sonhada esperança
Almejada desde que ele teve lembranças

E um dia pareceu que topou com a sorte
Só que ele não viu o anjo de morte
Por trás da realização de sua utopia
Achar um bilhete premiado de loteria
Que antes mesmo dele ter desfrute
Foi cercado por malditos abutres

Que o iluditam com tamanha facilidade
Por ele não conhecer que humanidade
Aprendera a viver sem honestidade
E num golpe bem planejado
Que esbanjava a gananciosidade
Dos piores abutres da cidade
Que deixaram o garoto encurralado
E se sentindo totalmente culpado

O pobre ingênuo garoto só viu uma saída
Acabar com sua infeliz vida
Sem saber que ele não era o pecador
E aqueles abutres sem pudor...
Eu que relaxava do outro lado da rua
Ouvi quando um barulho surdo
Fez desaparecer o brilho de tudo
Até mesmo a imprevissível lua

Quando me aproximei e vi os orbes sem vida
Daquele pobre jovem suicida
Acabei instigado pela horrível curiosidade
Deescutar a história do garoto sem nome
Que ao ganhar seu prêmio não almejou vaidade
E sim impedir que outro conhecesse o montro
Que todo dia tem com várias pessoas um encontro
O monstro chamado de fome.

Bruno Tôp

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