sábado, 17 de setembro de 2016

Ateu

Não precisa muito, apenas um enigma dos tantos seus e sou fisgado a completar o quebra-cabeça que você me prometeu, comum sorriso tão ateu.

Ateio fogo em sentimentos tão bons, já que se não são consumidos, meu coração tende a descrê-los em textos que nunca serão lidos. Isso não é um conto de fadas, tampouco todos estão lhe apontando espadas, a boa verdade é que somos todos egoístas buscando relações não tão conturbadas, uma pena que eu goste tanto da crueldade do seu olhar e que eu seja tão complexo de se fazer bastar.
Bastaria, pra mim, que você admitisse que somos protagonista de um romance chinfrim, porque sim, eu quero seu ciúmes doentio, seu olhar frio, até mesmo suas queixas sem nexo e sem fio. É que eu quero você do jeito que é, sem estar atenuado após um bom café, tem vezes que você é bom, mas regularmente é médio ou ruim e está tudo bem ser assim, pelo menos pra mim.

Minimizo, portanto, qualquer esperança que sejamos retratados uma novela das nove. Não, somos reais, pungente, cheio de falhas, vítimas de joguinhos dignos de crianças, vez ou outra machucando um ao outro por vãs vinganças, mas humanos, acima de tudo. Odiaria que sequer sugeríssemos um tipo de amor de idealização, até porque essa nossa relação não tem dedo de Deus, é só um sentimento ateu, um que bem simples, sem juras, promessas, apenas vontade de eu ser sua, e você ser meu, enquanto nos for conveniente, é claro.

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