É estranho como tem dias que passam como minutos e segundos que duram séculos; todos os incontáveis instantes em que fiquei por aí à espreita de um algo mais não tem dimensões maiores que um buraco de agulhas, no armazém que organizei na cabeça e chamei de memória, e em contra-partida os poucos instantes que pude passar filmando seu sorriso com meus olhos glutões ocupam uma Míriade de tudo que posso chamar de passado.
Pode falar que eu não ligo, sou e estou meio ou totalmente doido, mas sei lá, estou muito bem comigo, a cada dia que passa percebo que quero menos futuro e passado; quero mais presente, mais sorrisos, mais desafios... Consegue entender isso, ou é mais uma das minhas ideias inefáveis? Acabei de entrar numa estrada que nunca sei a hora, na verdade, nunca sei de nada; não que esteja voltando ao impulsivismo, pelo contrário: resolvi aproveitar cada detalhe da Miríade de possibilidades que cada milésimo de segundo me oferece sempre que estou a suspirar por sorrisos; principalmente seu sorriso.
Resolvi começar a tentar mais sem saber o motivo, como se fosse um experimento mesmo; vai ver eu nasci de cabeça pra baixo com os pés andando pelas nuvens e cabeça presa na terra; vai ver por isso que agora que olho pro alto e vejo a beleza das possibilidades estampada no infinito do horizonte sinto como se tivesse tudo de ponta cabeça... Vai ver que estou me perdendo pra me achar, ou me achando pra perder... Vai ver é só um ciclo novo que se começa enquanto tantos outros se terminam.
Se tenho planos? Apenas um riso frouxo; ultimamente tenho tido a alegria como dom, olho pro céu me perco em seus inúmeros tons e suspiro porque Deus me quer do lado bom.
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