segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Céu Está no Chão

Tentar enteder porque o céu é azul
É conhecer o continente perdido de Mú.
Um enigma que leva embora uma tarde,
Facilmente sem nenhum tipo de alarde.
O problema é vê que ele se tornou cinza escuro,
Criando assim um pôr-do-sol sem futuro...

Enigmas indecefráveis são as melhores companhias,
Para aqueles que não encontraram uma boa estadia,
Que pudesse confortar seus fracos corações.
Tão fracos e sucumbidos de compaixões,
Resultantes de infrutíferas relações.

Porque o céu está no chão?
Deve ser porque meu coração transborda escuridão...
Talvez... Essa seria a resposta mais indicada,
Mas quem disse que é a mais ambicionada?
É complicado viver num mundo de humanos,
Que nunca absorveram uma música de Los Hermanos...
Que nunca aproveitaram de verdade uma virada de ano.

Sinto-me mediócre, hipócrita e ridicúlo.
Por apostar tudo em estranhos vincúlos,
Que nem sei se são vincúlos de verdade.
Só sei apenas que decidi apostar na amizade...
Essa que me faz tirar do escondido armário,
Em meu peito, arquivos de um garoto solitário

Me faz tirar tristes sentimentos...
Gerados por corrosivos pensamentos,
Que acabei tendo ao admirar o invejoso vento...
É complicado ser só mais um adolescente,
Que nem ao menos sabe o que no peito sente.

E sabe qual é de tudo isso a pior parte?
Saber que não nasci com nenhum dom para a arte.
Mas que ganhei um incalculável complexo de grandeza,
Capaz de me fazer afundar numa irreversível tristeza.
Só por eu não querer ser só mais um,
Ambiciono ser aquele que outro nenhum,
Possa se parecer de modo algum!

É... É triste ver o céu azul se foi em vão...
É complicado ver que o céu não está no chão...
E é insuportável saber que para o meu coração,
Não há conforto de verdade senão,
Essa hórrivel e inexcrupulosa ambissão,
Que tenho de alimentar de antemão,
Só para não sentir que nunca perdi um irmão.

Bruno Tôp

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