sábado, 7 de junho de 2008

O Lámurio do Rato

E lá ia o gato,
Levantando seu gracioso rabo,
Até ver no canto o cabisbaixo rato,
Lamuriar chateado,
Desconhecido pelo felino até então,
Que decidiu perguntar qual o motivo da aflição,
Geradora de tanta decepção.

-É que hoje eu ouvi aquele ditado:
Elogios não me elevam
E criticas não me rebaixam
Da boca de um pobre coitado.

Foi o suspiro triste do sábio rato,
Porém sem entender o motivos para os contínuos lamentos,
O confuso gato,
Expôs seus pensamentos:

-E isso não é bom?
Mostra que devemos ser humildes sempre"

O rato então balançou a cabeça negativamente
-Aí é que está o problema latente...
Se todos formos humildes, ninguém será diferente,
E então ninguém terá seu próprio tom...
Elogios deveriam ser apreciados,
E não ignorados, por uma falsa humildade,
E ainda mais que os elogios, as criticas,
Deveriam ser tratadas como informações ricas,
Porque precisamos delas pra crescer,
Para um futuro cheio de felicidade,
Ao lado do par amado,
Podermos ter.

Então o inocente gato perguntou,
Agora com os olhos arregalados,

-Certo, isso é ruim, mas afinal o que você quis dizer?

O pequeno roedor suspirou decepcionado,
E para o felino respondeu:

-É simples caro gato, a nossa pobre sociedade,
Aos poucos vai perdendo sua personalidade,
Pra dar lugar a uma unanimidade
De pessoas sem defeitos ou qualidades.

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