quinta-feira, 27 de junho de 2013

Lar

365 dias numa volta ao sol; todos quase idênticos iniciados com um bocejo e com uma constatação que tudo está fadado a se normalizar; tanto que chega a ser difícil acreditar que nos sonhos que costumavam a motivar e assim o impulso que resta é lembrar do que minha mãe falou quando eu ainda era criança, que eu estava destinado a brilhar se me esforçasse de verdade, que eu apenas me empenhasse em mim mesmo, qualquer caminho que escolhesse sempre me restaria voltar para ter seu abraço como um Lar.

28 dias com a lua se alternando nas suas fases; todos sempre oferecendo algo novo, admirados pela notícia que eu podia me arriscar um pouco mais, que cada derrota que me alcançasse era um degrau novo a me levar a vitória que estava construindo; foi bem isso que meu pai me disse quando me lembrou que a sombra, apesar de ser assustadora, só existe por causa da luz, e que toda derrota só existe porque a vitória está lá me esperando para conquistá-la; qualquer caminho que escolhesse sempre restaria seu impulso pra usar como Lar.

4 estações modificando o clima de uma forma tão sútil; cada uma que só se faz presente no seu extremo, me fazem lembrar de cada ensinamento que meu irmão acabou por me dar em tudo que já vivemos juntos; se existe algo lhe puxa para baixo, quer dizer que você já alcançou um patamar acima; algumas estrelas que hoje brilham no céu já morreram há eras e se lá ainda estão é para nos ensinar que mesmo chegando a um fim, podemos deixar uma herança para os que nos sucederem em nossa jornada; e qualquer caminho que escolhesse sempre me restaria sua companhia para ser meu Lar.

10 anos olhando no espelho um reflexo que me faz repensar se eu era a aposta certa; várias preces pedindo para que demandas de um coração perdido fossem atendidas, apenas por medo de estar sozinho, sem a metade que não se encontra mais fisicamente, que cuida de cada momento de uma vida que é metade de algo bem maior; me forçando a lembrar que qualquer caminho que escolhesse sempre me restaria saber que faz de mim seu Lar.

Tudo que eu estava destinado a realizar parece que se concretizou; cada obstáculo superado que tive no meu caminho pareceram me levar a isso; Todas as lições dadas e vivenciadas parecem terem sido planejadas para que estar por vir; todas preces feitas para que as tudo pudesse fazer sentido, parece que foram atendidas ao lhe encontrar e fazer do seu sorriso meu Lar.
Não há forma de explicar, nem existe vontade de questionar cada evento que me levou até você, só me resta agradece a saber que em toda estrada escorregadia que você trilhar, pretendo estar lá para lhe dar a mão caso precisar, que qualquer que seja o caminho que você escolher, você pode fazer do meu coração, seu Lar.

2 comentários:

  1. Bruno,
    Sou sua prima, mas vc não me conhece, lhe vi algumas poucas vezes na sua infância. Estive com seu pai ontem, quando tive acesso a este blog. Parabéns pela coragem de compartilhar palavras. Escrever sobre dores é sempre um ato de cura e sobretudo, um ato de coragem.
    Ademais, escrever exercita a arte do legado eterno e exorcisa fantasmas.
    Beijos
    Éricka Moura de Gouveia

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  2. Bruno,
    Sou sua prima, mas vc não me conhece, lhe vi algumas poucas vezes na sua infância. Estive com seu pai ontem, quando tive acesso a este blog. Parabéns pela coragem de compartilhar palavras. Escrever sobre dores é sempre um ato de cura e sobretudo, um ato de coragem.
    Ademais, escrever exercita a arte do legado eterno e exorcisa fantasmas.
    Beijos
    Éricka Moura de Gouveia

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