-Olhe pras estrelas – Zooey apontou o céu quando ele voltou
de sua cabine com lágrimas nos olhos, estivera falando com o pai no telefone. –
conte vinte e uma estrelas e faça um desejo.
Ele
assentiu e fez o que ela mandou.
-O que
pediu?
-Quer saber
mesmo?
-Não, tem
que ser segredo – ela riu de si mesma – elas parecem brilhar pra você.
-Elas
brilham por tudo o que você me faz.
Os dois se
encararam e sorriram, partiram o pequeno bolo que ela conseguira comprar num
supermercado que ficava a vinte minutos de caminhada de onde o barco estava.
Tinha sido um bom esforço.
-Vinte e
um...
-E você é
idiota com quando tinha oito anos.
Os olhos
azuis que a encaram estavam serenos como a água do mar numa calmaria.
-Você acha?
-Não, só
implicância... Você sabe...
-É... – ele
meneou a cabeça – acho que progredi tanto... E foi tudo graças a você.
-Como
assim?
-Sei lá,
você me ensinou que o desapego é bom, mas que aproveitar a companhia alheia é
tão melhor.
-Foi?
-Foi, tudo
de um jeito tão amarelo.
-Amarelo? –
ela não entendeu a última parte.
-Tudo tão
iluminado pelo sol... Sabe eu projetei sonhos e metas, e ultrapassei tudo com
louvor...
-Metido.
-Por sua causa...
– ele continuou como se ela não tivesse interrompido – você me é muito
preciosa.
-Eu sei,
sou sua melhor amiga.
-Uma amiga
eterna – ele acrescentou – se você não viesse comigo pelo oceano, acho que
levaria o oceano até você...
-Você está
soando confuso demais.
-É o
conhaque – ele sorriu abobalhado. Havia bebido quase um quarto de uma garrafa
de conhaque que descobrira no cofre do veleiro, presente pai e da irmã – sua
pele é amarela...
-Agora está
ficando vermelha de tanto sol – a garota replicou se aproximando – me dê esse
copo.
-Só se você
me der isso – e a puxou para um beijo intenso, ela resistiu e depois se deixou
levar.
-Feliz
aniversário – disse se afastando dele – agora precisa dormir.
-Preciso?
-Precisa...
-Ok – ele
se levantou obediente – mas saiba que são como as estrelas...
-O que?
-Seus
olhos... Amarelos e brilhantes como as estrelas... Que me guiam, as minhas
estrelas. – e com um sorriso débil ele foi até sua cabine.
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