segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Céu Azulado

Esses suspiros seus, um vício tão sensual, de me observar tão sultimente, de cabo à rabo, e depois, posar com o olhar desinteressado que consegue ostentar. Não percebeu ainda, mas assim, você acaba me roubando.

Mais quatro onzenas e meia, e já faz um ano que trocamos as juras, tão bem camufladas de risadas, afetos e abraços. Desconfiado, sem jeito, e quase calado, quando fui desejado por você, como poderia esquecer do primeiro timbre envergonhado seu?

Foi ali, naquele dia, que te reavaliei melhor; cabelos louro-avermelhados, pele clara, algumas sardas douradas espalhadas pelo rosto e pelo nariz, olhos cor de canela, pernas grossas e lisas, daquelas que chamavam meu olhar, busto farto, sempre motivo para enrubescer você; um sorriso fácil de se obter, díficil de conquistar.

Com o tempo aprendi a observar cada detalhe seu, a analisar suas manias mais estranhamente engraçadas. E, cheguei a conclusão que me apaixonei por seus cinco modos de sorrir. Um sorriso timido, para os afortunados que conseguem vislumbrados, o principal culpado pelo meu interesse repentino pela sua pessoa; Um sorriso de deboche, sempre precedido por palavras xulas e caretas de uma tênue irritação, normalmente, gerada pela percepção equivocada de uma pessoa qualquer; Um sorriso gratuito, de felicidade por ter acontecido algo que já esperava, e assim, sem nem notar, se concretizou;  Um sorriso inconciente, que se forma nos labios quando um elogio, seja este bruto ou refinado, é destinado aos seus ouvidos; E o ultimo, um sorriso apaixonado, aquele que só é solto quando você lê algo que fazem os olhos brilharem, ou simplesmente, quando se termina um de seus beijos vorazes.

Enquanto colocava barreiras entre minhas verdades e mentiras, você ia avançando, às vezes me escapando, deixando eu roubar você; afanando território no peito alheio, aproveitando-se do meu jeito contagiante.
Não sei não, assim você acaba me conquistando... É realmente isso que você queria, um eu todo seu? Não sei não, assim eu acabo me entregando.

Depois de tudo que mostrei, ainda assim, você continuou por aí. Nem eu mesmo sei o que eu quero com isso, e mesmo assim você me quer, com toda essa confusão.

Realmente, naquele dia, você foi tudo, fez de mim um anjo. Guardou nossos segredos, no presente que fiz, esbanjou um sorriso cheio de certezas, seguidos por muxoxos divertidos... Não sei não, assim eu acabo me deixando ser roubado.
É tudo uma questão de escolhas; já percebi que você não vai me deixar ir, nunca. Então, deixa tudo assim mesmo, que tudo termina, no mais azulado céu.

Bruno M. Tôp

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