terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Exceção

Em algumas noites passadas,
Fui até a varanda observar a lua,
Mas acabei prando no meio do caminho.
Eu vi meu pai chorar,
Ali, observando o céu, sozinho.
Escutei-o fraquejar.

Percebi que minha mãe já estava adormecida,
Mas seu travesseiro estava úmido e morno,
Tal igual sua face,
Senti o peito apertar.

Não pude confortar nenhum dos dois,
Só o coloquei pra deitar,
Com um afago nos cabelos,
E logo depois,
Percebi que irmão estava isolado.

Coração apertado,
Tudo estava engasgado,
Não quero me sentir assim por mais ninguém.

Só que você teve que aparecer,
Ser exceção, e descongelar meu coração.

Ele estava tão bem, parecendo vazio,
Transbordando frio,
Mas você tinha que mudar tudo...

Talvez já soubesse,
Que na verdade, o amor nunca deixou minha alma,
Ele hibernou,
Enquanto aguardava com calma.

E eu sempre vivi assim,
Mantendo me distante o suficiente,
Para que meu gelo ficasse intacto,
Até tinha jurado pra mim mesmo,
Que seria feliz com a solidão,
Porque nada valia o risco daquela dor...

Mas você se chama excessão,
Com um feitiço forte,
Infligiu um tipo de corte,
Que foi perfurando minhas barreiras.

Só que, eu ainda tenho essa má intuição,
Eu não consigo deixar de achar,
Que um dia você vai me deixar pela manhã,
E aí, o gosto das maçãs,
Fará meu coração se despedaçar.

Me deixe algum tipo de prova,
De que o que estamos vivendo,
Não é uma ilusão.

Er...

Mas você é a exceção...
Então, deixarei de lado essa intuição.

Estou acreditando no seu amor,
No nosso amor,
No calor que nunca vai me infligir dor.

Bruno Tôp

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