sábado, 30 de junho de 2012

Erva-daninha


As vezes me pego olhando pro formato do meu coração e parece-me que foi moldado todo por cicatrizes que vivem me recordando como ele funciona de forma tão deturpada.

Acho que gosto muito de observar as coisas, pois todas as vezes que observo o formato das nuvens consigo ficar sorridente por ter um coração assim, deformado o bastante para acreditar que sonhar por dois não é impossível. Não, eu não estou dizendo que meu sonho é compartilhar a vida com outra pessoa, e sim sei que meus sonhos são válidos por duas pessoas numa só; o sonho de ter o céu só pra mim, de um egoísta que só eu posso ser.

E se há algum resquicio de amor em mim, eu prefiro não deixar que ele se mostre; se há algum amor dentro de mim, prefiro que ele não germine. Porque se as chuvas que são tão cinzas e poderosas são apenas momentaneas, imagina um amor que brota da incerteza de palavras ditas?

Para o coração normal que prospera com amor, tal qual uma flor com a chuva e o sol; o meu mais parece uma erva-daninha que destrói toda a beleza de qualquer coração-flor que tiver no caminho.

Segue só, o caminho de quem deturpa é só, mas nunca solitário; sempre roubando, maculando, por um motivo digno, por uma promessa, pelo egoísmo de querer ser mais que um; carregar o dois que nasceu de uma vez só; mesmo que isso venha a machucar qualquer um que fique no caminho.

Um comentário:

  1. "o meu mais parece uma erva-daninha que destrói toda a beleza de qualquer coração-flor que tiver no caminho".

    ah como entendo disso

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