sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De Protagonista A Coadjuvante


Tinha tanta coisa pra dizer; tanta coisa pra fazer; tantos planos; sonhos, e expectativas... Todos tão ultrapassados, errôneos e ingênuos; eram apenas miragens feitas por um coração que se acostumou a querer demais, e se entregar de menos. Cheio de manias de um Protagonista fanfarrão.

-Eu lamento por ter estragado tudo, por ter desaparecido assim, sem dar nenhuma explicação racional, sei lá, foi uma coisa tão...
-Deixa pra lá, eu já perdoei.
-É que eu perdi a cabeça quando soube do... Bem...

Era mentira. Não foi aquilo que me incomodara, foi apenas o fato que meu coração percebeu que nunca teve você; percebeu que não dá pra ter uma pessoa, apenas dá para acompanhá-la, e se um dia ela quiser ir, não há nada que se possa fazer, a não ser deixá-la partir.

-É eu lamento por isso. Lamento pela frieza, pelas piadinhas irônicas, por dar mole pros seus amigos, por tudo...
-Voce não fez por mal, estava magoada...
-É...
-E eu lamento muito mesmo por isso...

Durante muito tempo não lastimei, apenas achei que o melhor a ser feito era desaparecer... Era o que você merecia; meu plano perfeito para você aprender a me dar valor; mas eu estava errado mais uma vez, não estava?

-Sabe, às vezes eu ainda fico desejando abrir a porta de casa e lhe encontrar lá, bocejando com aquela camisola suja de tinta depois de terminar de maquilar minhas paredes com tantas cores estraordinárias... E ai eu percebo que está tudo tão normal... Tão arrumado...

Era disso que eu mais senti saudade. Dessa risada, da nossa risada em uníssono. De nós dois, juntos, compartilhando coisas: sentimentos, sorrisos, gargalhadas, segredos, sonhos...

-Eu estava com saudade da sua risada.

É errado tentar reviver aquilo que me fez feliz por tanto tempo? Eu realmente nunca me importei com o certo e o errado, mas agora, depois de roubar mais um beijo e sentir que a resposta é tão estranha quanto um gole de vodka numa terça-feira ensolarada de ressaca, eu consigo concluir que todo recomeço tem um fim, e vice-versa.

-Nós acabamos mesmo não foi?

É o que seus olhos que me cativaram por tanto tempo dizem, é que nossos sorrisos tristes compartilham. Um beijo na bochecha, é tudo o que está na minha alçada antes de lhe dar um pequeno cafuné e partir.

Não mais para longe, não mais para fora da sua vida, apenas para o posto de um coadjuvante.

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