domingo, 8 de agosto de 2010

Me Vou

Porque eu não soube entender meu coração. Não percebi o que realmente queria quando te conheci. Era bem simples, e ao mesmo tempo tão complexo, meu ego triunfou sobre minha consciência e acabei seguindo um rumo injusto.

Não entendi que meu coração era simplesmente só mais um coração, único a seu modo de ser, estagnado entre o medo da solidão, e a tenacidade de um amor inédito. Foi aí que te conheci, sem ter controle das minhas ações, repeti aquilo que não podia mais fazer; roubar corações agora para uma pessoa como eu, se tornara um crime, e mesmo assim, eu o fiz.

Seria mentira se afirmasse que não significas nada pra mim, não, és muito importante para meu coração, só que, não deveria ser. Eu, mais que os outros, que sei a condolência daquele que tem o coração ermo, não deveria sair por aí, acossando seu coração quando não posso outorgar o meu a ti.

Seus cabelos castanhos, tão meticulosamente desarranjados a uma tez clara e os olhos num verde que sempre gostei de denominar como âmbar me cativaram rapidamente. Hoje sei que dificilmente vou escutar uma de nossas tantas músicas sem lembrar de ti, porém, é algo que devo tentar.

Por isso me vou, para te deixar em paz, desse amor vicioso, que não pode fazer bem a você; te mantive por tempo demais, e agora temo ter te dado a perspectiva errada dos fatos. Eu te amo, mas não vejo um futuro com nós dois, pois, na verdade, tudo começou apenas com meu egoísmo de querer ter mais e mais corações na minha coleção.

Não vou chorar e dizer que não mereço isso, se existe algum culpado, sou eu, entretanto, lá no fundo, não quero admitir isso.

Porque sei que existe algo melhor a tua espera, alguém que saiba te querer com amor, só para ti, e não para te ludibriar. E eu que pensei que nunca te deixaria ir, que nosso amor era o bom da vida, hoje entendo que não existe destino suficiente para nós dois. Espero, com sinceridade, que apareça alguém, para te dar mais que palavras bonitas, para te oferecer sentimentos e atitudes; que te dê mais que uma flor de beira de estrada, enquanto covardemente, foge de ti.

Minhas palavras podem, e devem, parecer não ter nexo com tudo aquilo que outrora afirmei. Porém, faça uma força, e pense que tudo era exagero. Todas as juras, e promessas, não eram tão nobres; apenas por sorte, ou lábia afiada, elas pareciam perfeitas para teu coração; e que, a bem verdade, elas podem e serão repetidas para outros rabos de saias.

Estou indo, mas não peço desculpas, não por orgulho, apenas não quero me desculpar pelo que fiz, pois tudo que fiz, eu quis fazer, mesmo sabendo ser errado. Mas como eu poderia me sentir mal por te manter hipnotizada? Por mentiras galantes que te faziam exibir para mim aquele seu sorriso de vitrine? Não, não acho que foi um erro! Eu o fiz para obter teu coração, e agora que o tenho, percebo que não posso ser dono dele.

Gostaria de saber, que depois de tudo, não choraste, mas seria pedir demais? Se possível, apenas esbanje seu mais tenro sorriso, quando olhar para trás e lembrar da gente. Guarde-me com carinho, siga em frente.

Se acreditaste mesmo que havia um futuro para nós, largue essa crença por aí e lembre-se porque me fui: porque te amei, mas não foi o suficiente para querer só a ti como centro da minha vida.

Por isso tudo, me vou, é uma lástima, mas adeus, me despeço de ti, e me vou.

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